Brasil não brilha e só empata com o Sevilla

Para os moradores de Sevilha, a seleção brasileira é sinônimo de espetáculo. Eles têm motivo para acreditar, pois viram um time de sonhos passar pelo Estádio Ramón Sanchez-Pizjuán. Mas não foi o que entrou em campo ontem, e empatou em 1×1 com o Sevilla na festa dos 100 anos do clube da Andaluzia. A má atuação do time de Carlos Alberto Parreira fez os mais saudosos lembrarem de outro "quadrado mágico", com Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico, que assombrou a Espanha em 1982.

Era uma seleção em alta, tratada em verso e prosa como a melhor do planeta. Ronaldo não estava em campo, mas estavam "quatro fantásticos": Kaká, Ronaldinho, Robinho e Adriano. O mandante era uma equipe tentando transformar o Brasil em "coadjuvante" da sua festa e com três brasileiros na equipe – Daniel Alves, Adriano e Luís Fabiano.

A trinca queria mostrar serviço, até porque o jogo festivo permitia tais floreios. A mesma coisa se aplicava ao argentino Javier Saviola, que arriscava dribles em cima da defesa brasileira. O "quadrado mágico" era muito marcado, e tentava responder também marcando, e assim Kaká conseguiu o primeiro arremate da seleção.

Mas nenhuma marcação é 100% eficiente com tantos jogadores de qualidade. Na oportunidade em que foi possível fazer um lance trabalhado, Kaká, Ronaldinho e Robinho tramaram uma jogada que parou o Sanchez Pizjuán. Logo depois, Adriano desviou de Alfaro, mas a bola passou perto. Mais uns minutos e Ronaldinho passou, Adriano fez o corta-luz e Robinho quase marcou.

Depois de um intervalo com um projeto de escola de samba – com direito a uma mulata e estranhos batuques -, a seleção voltou com várias alterações. Só ficaram em campo Dida, Robinho e Adriano, e além de oito brasileiros entraram em campo as vaias, altíssimas a cada vez que Júlio Baptista tocava na bola. O time ficou mais ?aceso?, mas sem brilho. No Sevilla, Luís Fabiano, com uma atuação lamentável, minava as esperanças do próprio time até ser substituído.

A partida caiu muito de produção, as vaias aumentaram com a entrada de Ricardo Oliveira, que joga no Betis (rival do Sevilla). E o gol dos donos da casa saiu com uma incrível falha de Dida, que não conseguiu defender o chute fraco do francês Kanouté – exatamente o jogador que entrou no lugar de Luís Fabiano. A festa só não foi perfeita porque Alfaro marcou contra – após o toque de Ricardo Oliveira, a bola bateu na trave e o zagueiro chutou para as próprias redes.

AMISTOSO
Súmula
Local: Ramón Sanchez-Pizjuán (Sevilha-ESP)
Árbitro: Rafael Ramirez Dominguez (ESP)
Assistentes: Jesus Guardamoro (ESP) e Antonio Canton (ESP)
Gols: Kanouté 21 e Alfaro (contra) 40 do 2º

SEVILLA 1×1 BRASIL

Sevilla
Notario; Aitor Ocio, Alfaro e David; Daniel Alves, Marti, Navas (Jesuli), Jordi (Sales) e Adriano (Antonio López); Luís Fabiano (Kanouté) e Saviola (Pablo Ruiz). Técnico: Juande Ramos

Brasil
Dida, Cafu (Cicinho), Juan (Roque Júnior), Lúcio (Luisão) e Roberto Carlos (Gustavo Nery); Emerson (Renato), Zé Roberto (Juninho), Kaká (Gilberto Silva) e Ronaldinho Gaúcho (Júlio Baptista); Robinho (Ricardo Oliveira) e Adriano (Alex). Técnico: Carlos Alberto Parreira

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