Brasil joga mal, mas consegue vitória

Mesmo não apresentando um futebol que o consagrou como pentacampeão do mundo, o Brasil saiu de Goiânia com uma boa vitória contra a seleção do Peru por 1 a 0, gol do meio-campista Kaká. A vitória caiu como uma luva para a seleção, que não vencia há dois jogos (0 a 0 contra a Colômbia e 1 a 0 contra o Equador).

O Brasil começou o jogo cadenciando, tocando bastante a bola. O Peru, por sua vez, veio com um time retrancado e tentava explorar os contra-ataques. A primeira vez que o Brasil chutou a gol foi com, Zé Roberto, que mandou uma bomba de fora da área aos sete minutos.

Desde o início, era clara a superioridade brasileira. O Peru pouco fez durante todo o primeiro tempo, enquanto o Brasil tomava a iniciativa de atacar o adversário. Entretanto, a pontaria dos nossos atacantes estava descalibrada, principalmente a de Ronaldo, que perdeu pelo menos duas ótimas oportunidades de abrir o placar, uma delas, cara-a-cara com o goleiro.

O Peru teve duas chances boas na primeira etapa. Uma com Pizarro, que chutou na rede pelo lado de fora e outra com Palácios, que chutou forte para boa defesa de Dida que quase não teve trabalho, devido as boas atuações de Lúcio e Juan e também pelo fato da pouca qualidade do ataque peruano.

Mesmo com todo o domínio do jogo, o Brasil fez uma apresentação ruim e começaram a surgir vaias no final da primeira etapa.

Para o segundo tempo, Parreira promoveu a entrada de Robinho no lugar de Juninho Pernambucano. A mudança surtiu um pouco de efeito, já que o atacante do Santos trouxe um novo fôlego para a seleção. Mesmo assim, o Brasil errava em demasia e, numa bobeada da zaga, quase permite que Pizarro marcasse o gol, ao cabecear uma bola que passou rente à trave de Dida.

A partida já dava sinais de que ficaria num 0 a 0 quando brilhou a estrela de Kaká. Aos 28 minutos, ele tabelou com Ronaldo, que o deixou livre de marcação, para encher o pé e marcar o gol solitário no Serra Dourada, para delírio da torcida.

O gol acalmou os ânimos da seleção, que começou a tocar a bola esperando o tempo passar. Os peruanos tentavam puxar contra-ataques, mas não chegaram a incomodar o goleiro Dida.

Apesar da vitória, a seleção brasileira ficou devendo um bom futebol. Com um time que conta com jogadores do porte de Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Cafu, Roberto Carlos, Ronaldo, entre outros, espera-se sempre um show de bola e não um futebol burocrático.

Com a vitória, o Brasil chega aos 23 pontos, dois a menos que a Argentina, líder das eliminatórias.

Para Parreira faltou alegria e inspiração

Goiânia – Mal a partida acabou, Carlos Alberto Parreira admitia o fraco futebol da Seleção Brasileira na magra vitória sobre o Peru. O discurso foi sincero, crítico.
?Faltou alegria e inspiração ao time. Com a qualidade dos jogadores que o Brasil possui deveria criar muito mais oportunidades de marcar do que fez contra o Peru. O time esteve pesado, lento. Erramos ao centralizar o jogo e facilitamos a marcação dos peruanos?, disse, deixando claro que não gostou do que viu.
Ao contrário do que costuma fazer, Parreira não disfarçou a insatisfação. Até mesmo quando teve de analisar Ronaldinho Gaúcho.

?Está faltando química ideal em conseguir fazer com que ele mostre o mesmo futebol do Barcelona na Seleção. Ele esteve preso e só se soltou no final da partida.?
O treinador da Seleção Brasileira não concordou, no entanto, com as vaias a Ronaldo e o pedido dos torcedores para que ele saísse do jogo de ontem em Goiânia.
?O torcedor se esquece com facilidade de tudo o que ele fez pela Seleção. Ele é um dos maiores atacantes do futebol mundial. Nós temos é sorte de o Ronaldo ser brasileiro?, disse, ríspido.
Sobre a entrada de Robinho, o técnico não mostrou entusiasmo.
?Ele se movimentou pelas laterais, procurou abrir espaço. Até foi bem. Teve uma boa atuação?, disse sem fazer festa. Deixou claro que continuará no banco de reservas na quarta-feira diante dos uruguaios.
Para a partida em Montevidéu, Parreira aposta em uma melhora significativa da Seleção Brasileira.

?Primeiro a partida será à noite. Os jogadores que atuam na Europa estão desacostumados com o calor forte do Brasil. Também eles já jogaram a primeira partida juntos contra o Peru. Estarão mais entrosados. Acredito que o Brasil irá jogar melhor. Até porque o Uruguai tentará nos atacar.? Ele adiantou que Luisão será o substituto de Juan, suspenso.

Eliminatórias da Copa 2006
Juiz: Carlos Amarilla (PAR).
Cartões amarelos: Rodriguez, Ronaldinho Gaúcho, Olcese.
Local: Serra Dourada (Goiânia).

Brasil 1×0 Peru

Gols: Kaká aos 28 minutos do segundo tempo.
Brasil: Dida; Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson, Juninho Pernambucano (Robinho), Zé Roberto e Kaká (Renato); Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Parreira.
Peru: Ibañez; Soto, Rebosio, Rodriguez (Guadalupe) e Vilchez; Jayo, Zegarra, Jayo, Zegarra, Solano (Cominges) e Farfán; Palacios (Olcese) e Pizarro. Técnico: Paulo Autuori.

Pra quebrar um tabu de 29 anos

Goiânia – Passado o duelo com o Peru, agora é hora de pensar no Uruguai, adversário de quarta-feira, em Montevidéu. Haverá um tabu em jogo: há 29 anos o Brasil não vence no estádio Centenário.
Parreira sabe que encontrará uma seleção uruguaia bem diferente daquela que o Brasil enfrentou em novembro de 2003, em Curitiba. Aquele jogo terminou empatado em 3 a 3, mas, para o treinador, o Brasil poderia ter goleado. Só não fez isso por ?vacilos? no segundo tempo.

Para Parreira, o time do Uruguai melhorou bastante desde que mudou de treinador: saiu Carrasco, que comandou a Celeste naquele empate, entrou Jorge Fossati. ?O Uruguai mudou bastante. É um time muito mais bem organizado agora?, diz Parreira.
O técnico da Seleção pede muita atenção com o atacante Diego Forlán, do espanhol Villareal, autor de dois gols no empate em Curitiba. ?O Forlán é um atacante perigosíssimo. Tanto é que vice-artilheiro do Campeonato Espanhol, atrás apenas do Eto?o (do Barcelona). Temos que marcá-lo de perto?.

Parreira gosta também de outro jogador que atua na Espanha, o volante Marcelo ?Pato? Sosa. ?Aquele loirinho do Atlético de Madrid é muito bom de bola?, diz o técnico, sobre o cabeça-de-área que chegou a ser sondado pelo São Paulo há dois anos.
Jorge Fossati é outro conhecido da torcida são-paulina.

Foi ele o treinador da LDU, do Equador, que brigou com Cuca, então técnico do São Paulo, em jogo realizado no Morumbi, pela Libertadores da América do ano passado. Os dois discutiram e Cuca jogou uma bola no rosto de Fossati. Acabou expulso, mas o São Paulo acordou na partida e venceu por 1 a 0.
Mas nenhum outro jogador da atual seleção uruguaia é mais conhecido dos são-paulinos do que o zagueiro Diego Lugano.

Argentina segue na ponta

La Paz – A Argentina quebrou um tabu de 32 anos sem vitória em La Paz, sábado, ao derrotar a Bolívia, por 2 a 1, no Estádio Hernando Siles. Castillo, aos 4 do segundo tempo, abriu o placar para a Bolívia. Figueroa aos 13 e Galletti aos 19 marcaram para a Argentina, que segue na liderança. Os argentinos somam 25 pontos, contra 23 do Brasil. Os bolivianos permanecem na última colocação, com dez pontos.

A partida marcou a estréia do técnico Ovidio Messa na seleção boliviana. Os jogadores da Argentina comemoraram muito o resultado, afinal o técnico José Pekerman optou por convocar uma equipe mais inexperiente. As duas seleções voltam a jogar amanhã. A Bolívia receberá a Venezuela, enquanto a Argentina, em Buenos Aires, vai enfrentar a Colômbia.
Outros jogos
Em Maracaibo, também no sábado, a Venezuela ficou no 0 a 0 com a Colômbia e em Santiago, Chile e Uruguai empataram em 1 a 1. Ontem, em Quito, o Equador atropelou o Paraguai por 5 a 2.

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