Brasil de Dunga tem 25 titulares diferentes

São Paulo – Assim que assumiu o cargo de técnico da seleção brasileira, Dunga avisou que sua prioridade inicial era testar jogadores para renovar a equipe, depois da fracassada campanha na Copa do Mundo da Alemanha. Os números comprovam que o treinador seguiu à risca sua idéia: nas seis primeiras partidas do Brasil sob seu comando, escalou 25 jogadores diferentes como titulares. Outros cinco tiveram ao menos uma chance durante os jogos, e apenas oito foram chamados, mas não conseguiram entrar em campo. Dos 38 atletas convocados, apenas dez estiveram no mundial.

Os recordistas em participação são o meia Elano e o atacante Robinho, que saíram jogando em cinco das seis partidas – só não foram titulares contra o País de Gales, disputado apenas dois dias depois do amistoso com a Argentina, e Dunga decidiu preservá-los. Depois deles, vem o goleiro Gomes, o lateral-direito Maicon, o zagueiro Juan e o volante Dudu Cearense, titulares em quatro das seis partidas desta nova ?era Dunga?.

É verdade que Dunga se preocupou em criar uma base: 11 jogadores estiveram presentes em todas as partidas, e outros sete perderam apenas uma convocação – casos, entre outros, de Ronaldinho Gaúcho e Kaká, que não estavam em condições físicas para atuar na estréia, o empate de 1×1 com a Noruega, pois tinham acabado de voltar das férias após a Copa; e de Fred, que está contundido e não pôde participar do amistoso contra a Suíça.

Durante os jogos, Dunga também não teve medo de mexer: ao todo, realizou 34 substituições, a maioria delas no segundo tempo. A partida em que mais mexeu foi no amistoso contra o combinado do Kuwait, quando fez oito alterações; na partida seguinte, contra o Equador, foram somente quatro substituições.

Os testes tiveram resultado positivo: com cinco vitórias e um empate, 14 gols marcados (2,3 por jogo) e 3 sofridos (0,5 por partida), o Brasil de Dunga alcançou 88% de aproveitamento, índice superior a três dos quatro semifinalistas da copa após a competição: a Itália tem 44% (duas vitórias, dois empates e duas derrotas); a França, 83% (cinco vitórias e uma derrota); e Portugal, 46% (duas vitórias, um empate e duas derrotas). A Alemanha iguala o desempenho do Brasil, com cinco vitórias e um empate, mas seu técnico, Joachim Löw, era auxiliar de Jürgen Klinsmann e apenas manteve a filosofia de trabalho do antecessor.

Nada de quadrado

Embora em entrevistas Dunga desminta a idéia de que Ronaldinho Gaúcho e Kaká não podem jogar juntos, a verdade é que ele ainda não se convenceu dessa possibilidade. E, quando o fez, só escalou por 45 minutos os dois como meias, da forma como eles jogaram a maior parte do tempo na copa do mundo: no segundo tempo do jogo contra o Equador, que já tinha um jogador a menos e segurava o empate por 1×1, Ronaldinho substituiu o volante Dudu Cearense – e a partida terminou 2×1 para o Brasil, numa jogada de Ronaldinho que Kaká concluiu.

Nas outras duas vezes em que estiveram em campo ao mesmo tempo, Ronaldinho foi escalado como atacante: contra o País de Gales, jogou ao lado de Vágner Love e deu lugar a Robinho; e contra a Suíça, substituiu o jogador do Real, ao lado de Rafael Sóbis e, depois, de Ricardo Oliveira. No jogo contra o Kuwait, o camisa 10 do Barcelona começou jogando como meia, mas deu lugar ao colega do Milan no intervalo.

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