Brasil dá show e domina Parapan de Mar del Plata

O Brasil chega, nesta segunda-feira, ao penúltimo dia dos Jogos Parapanamericanos de Mar del Plata, como líder da competição, à frente do México, que tem 34 medalhas de ouro contra 59 dos brasileiros. Além das 107 medalhas conquistadas até agora, o Brasil apresenta um saldo altamente positivo de recordes mundiais, pontuação no ranking internacional e sensível evolução nos tempos e marcas dos seus representantes nas modalidades de atletismo, basquete em cadeira de rodas, ciclismo e natação, além de apresentar excelentes performances em modalidades novas como adestramento, esgrima e vôlei paraolímpico.

A delegação brasileira, constituída por 117 atletas, é menor nesta edição argentina dos Jogos do que a comitiva do Parapanamericano realizado no México, em 1999, quando, com 148 atletas, conseguiu 212 medalhas: 107 de ouro, 69 de prata e 36 de bronze. Naquela competição, a natação conquistou 106 medalhas, o atletismo, 85, e o tênis de mesa, 21 medalhas.

Até agora, com dois dias ainda de competição pela frente, a trajetória do Brasil em Mar del Plata tem 107 medalhas 59 de ouro, 30 de prata e 18 de bronze. Por modalidade, os brasileiros contabilizam quatro medalhas no adestramento, 27 no atletismo, duas no ciclismo, e duas na esgrima, e 72 na natação. Nos esportes coletivos, os brasileiros devem conquistar medalhas também no basquete masculino em cadeira de rodas e no vôlei paraolímpico.

Além das medalhas, o Brasil conseguiu, até agora, dois recordes mundiais e três paraolímpicos: o primeiro recorde mundial veio no atletismo com Sônia Gouveia, de Maceió (AL). No lançamento de dardo, ela atingiu a distância de 8m39. O outro recorde mundial foi da natação. Clodoaldo Silva, de Natal-RN, conseguiu nadar os 50m livres em 37s30. Ambos superaram suas próprias marcas anteriores.

Clodoaldo também quebrou a marca paraolímpica dos 150m medley, fazendo o tempo de 2min43s16. Gutemberg Silva, o Guto, nadador do Rio de Janeiro, superou o tempo paraolímpico dos 50m livres, com 26s10. E o natalense Adriano Lima fez o recorde paraolímpico nos 400m livre com 5min33s30.

O adestramento conquistou dois ouro (individual e por equipe) e duas de prata (individual e equipe); o atletismo tem até agora 15 ouros, seis pratas e seis bronzes; o ciclismo, uma de ouro e outra de prata; a esgrima, uma de ouro e uma de prata; a natação tem 40 medalhas de ouro, 20 de prata e 12 de bronze.

Nos esportes coletivos, o Brasil segue hoje em busca de mais medalhas e vagas para os Jogos de Atenas com o basquete enfrentando os EUA e o vôlei masculino encarando a Costa Rica.

Durante todo o dia de ontem, o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, acompanhou as competições e participou das inúmeras cerimônias de entrega de medalhas aos brasileiros. A delegação do Comitê Paraolímpico Brasileiro retorna quinta-feira ao Brasil.

Glasser ganha duas de ouro

O nadador de Americana Danilo Binda Glasser, 26 anos, conquistou domingo duas medalhas de ouro para o Brasil nos Jogos Parapanamericanos da Argentina, que estão sendo disputados em Mar del Plata.

Danilo, bicampeão pan-americano de natação, chegou em primeiro lugar nos 50m livre, com o tempo de 25s97 que lhe garantiu a medalha de ouro na prova. Ele conquistou também o segundo ouro do dia, nos 4x100m livre, nadando ao lado do paranaense Fabiano Machado (PR), Mauro Brasil (RJ) e Adriano Lima (RN) quando alcaçaram o tempo de 4min16s. O grupo detém o recorde mundial da prova, tempo conquistado durante o Campeonato Mundial realizado em dezembro do ano passado, também em Mar del Plata.

Danilo Glasser é atualmente o segundo melhor nadador do mundo nos 50m livre e o terceiro no ranking internacional dos 100m livre. Extremamente dedicado à natação, logo que termine a temporada, vai se submeter a uma cirurgia na perna prejudicada em consequência de uma injeção mal aplicada no nascimento, quando precisou de uma transfusão total de sangue que lhe causou osteomielite no fêmur esquerdo. Danilo quer, logo depois, voltar-se totalmente aos treinos e adequações necessárias para uma, cada vez mais próxima, presença em Atenas no ano que vem.

Mas Mar del Plata ainda pode lhe render mais medalhas douradas. Ele irá disputar ainda as provas dos 100m livre, 400m livre e 4×100 Medley.

Danilo começou a nadar por indicação médica. Depois, parou por um período de sete anos. Sua volta em 1999 foi já com vistas ao movimento paraolímpico. Danilo é do Clube dos Paraplégicos de São Paulo e da equipe permanente do CPB, instituições pelas quais chegou ao recorde mundial nos 50m livre com o tempo de 25.86s. É recordista também pan-americano, sul-americano e brasileiro.

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