Brasil 1 com novo recorde

Rio de Janeiro – Aproveitando os ventos mais fortes do norte da flotilha, o Brasil 1 quebrou duas vezes seu recorde de singradura na Volvo Ocean Race. Nesta quarta-feira, o barco brasileiro registrou 526 milhas náuticas, cerca de 974 km, em 24 horas, segundo o boletim divulgado às 13h de Brasília.

No boletim das 7h de ontem, o barco já havia somado 509 milhas (cerca de 942 km). A melhor marca anterior era de 504 milhas (933 km), obtida em janeiro, na segunda etapa da regata de volta ao mundo. A performance brasileira só não foi melhor do que a do Holanda 2, que no mesmo período velejou 528 milhas (977 km).

Hoje, a flotilha deve chegar ao único portão de pontuação da quarta perna, entre Wellington, na Nova Zelândia, e Rio de Janeiro. Os veleiros estão a menos de 500 milhas do Cabo Horn, que distribui 3,5 pontos ao primeiro colocado e segue o mesmo padrão das regatas locais.

No Brasil 1, o holandês Marcel van Triest avisa que a chegada ao extremo Sul da América será mais uma "batalha" entre os navegadores. "Perto do Cabo Horn, temos muitas opções táticas que podem ter resultados interessantes. Podemos ir por dentro ou por fora do estreito (de Magalhães), ou, ainda, ir mais para frente e passar perto das Ilhas Malvinas", avisou o navegador do Brasil 1.

O Holanda 1 continua na liderança da competição, com 41 milhas de vantagem sobre o Piratas do Caribe (EUA) e o Movistar (ESP), empatados na segunda posição. Os brasileiros estão a 98 milhas do primeiro colocado. Atrás, o Holanda 2, a 166 milhas da liderança, ultrapassou o Ericsson, a 169.

Barcos devem cruzar hoje Cabo Horn

Ontem os seis veleiros da Volvo Ocean Race que deixaram a Nova Zelândia em direção ao Rio de Janeiro ultrapassaram a marca das 500 milhas náuticas para atingir o portão de pontuação no Cabo Horn.

A formação atual da flotilha se tornou ainda mais estável nos últimos dias. O quarto colocado Brasil 1, de Torben Grael, é o veleiro mais ao norte do grupo e o líder ABN Amro 1, de Mike Sanderson, é o barco que está no extremo sul. Entre eles estão as equipes Piratas do Caribe, comandadas por Paul Cayard, e Movistar, de Bouwe Bekking, brigando pela segunda posição. Nas últimas seis horas, os dois barcos alternaram as posições diversas vezes, mas quem leva a melhor agora é o Pérola Negra, que está 2,7 milhas náuticas de Bouwe Bekking e seu time. A distância entre o norte e o sul destes quatro é de apenas 63 milhas náuticas.

Às 7h de ontem (horário de Brasília), os suecos do Ericsson, comandados por Neal McDonald, voltaram a perder algumas milhas e dar vantagem para o ABN Amro 2, de Sebatien Josse, e agora ocupam a sexta posição.

Neste momento todos os veleiros estão navegando com cerca de 20 nós. A expectativa é que o tempo mude nas próximas 6 horas e a velocidade dos ventos aumente para 35 nós. A meteorologia mostra que os ventos de noroeste estão ficando mais fortes, por isso a tendência é que o Brasil 1, o ABN AMRO TWO e o Ericsson diminuam a vantagem em relação aos três líderes até o Cabo Horn. Depois de contornar o portão, a flotilha deve continuar em direção ao Rio de Janeiro com ventos fortes vindos do oeste até o fim da quarta perna.

Paul Cayard, comandante do Pérola Negra, está feliz com a segunda colocação, atrás apenas 34 milhas náuticas do líder ABN Amro 1. "O Movistar, vindo do sul, está apenas 15 milhas náuticas atrás de nós. Pelo jeito, a decisão feita três dias atrás, de virarmos em direção ao Cabo Horn e deixá-los seguir ao sul deu certo e nos garantiu pelo menos 15 milhas náuticas. Acredito que eles não estejam muito preocupados com as posições, já que têm muito mais estabilidade do que todos nós e podem cruzar flotilha quando quiserem. O Brasil 1 está indo muito bem ao norte e eu acho que esta também é uma das razões pela qual o Movistar optou por mudar de rota e seguir para a mesma direção", disse Cayard.

Depois do Cabo Horn, as equipes devem escolher entre duas opções táticas: ou atravessar o estreito de Le Maire, entre o Cabo Horn e a Ilha dos Estados, ou passar pelas Ilhas Malvinas tanto pelo seu porto ou por estibordo.

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