Brasil 1 chega como vencedor à regata local

Martin Stockbridge / ZDL
Festa de Torben em Roterdã.

Roterdã (AE) – Ventos fracos tornaram lenta a oitava etapa da regata Volvo Ocean Race, na primeira vitória do veleiro Brasil 1, após 7 dias, 6h48min42, desde Portsmouth (na Inglaterra), e sete meses do início da volta ao mundo. Já era de manhã de ontem, pelo horário da Holanda, quando Torben Grael e sua tripulação aportaram na Vila da Regata de Roterdã, instalada no maior porto do mundo – com 48 km de extensão é a porteira naval da Europa.

Hoje, às 6h (de Brasília) os barcos fazem a regata local, de porto, marcada bem cedo para não atrapalhar o confronto pela Copa do Mundo de Futebol, entre Holanda e Sérvia e Montenegro. E depois largam, na quinta-feira, para a última etapa, de Roterdã a Gotemburgo, na Suécia. O Brasil 1 continua em terceiro na classificação geral, atrás do ABN 1, da Holanda, que já não pode mais ser alcançado, e do norte-americano Piratas do Caribe, comandado por Paul Cayard.

E acirrou uma rivalidade entre Torben Grael e Paul Cayard, que tem origem na olímpica classe Star. Em Atenas, em 2004, conta Marcelo Ferreira, parceiro de Torben na conquista da medalha de ouro, Cayard foi pior. "Lá, ele começou bem, mas depois nem vimos o numeral dele. Na classe Star ele é freguês, mas aqui não", disse Marcelo. "É complicado, é difícil, uma diferença apertada. Ele tem vantagem, mas não ganhou ainda não". Torben observou que Cayard não vai querer perder de novo. "Acho que ninguém gosta de perder e ele não é uma exceção".

A boa notícia de ser o primeiro na chegada a Roterdã foi justamente a melhoria da colocação na disputa. "O fato em si de ganhar uma etapa já é algo bem expressivo para este projeto. Não está garantido o terceiro lugar, mas está muito mais real e abriu uma possibilidade para a disputa do segundo lugar, uma posição boa para a gente, diferente de quando começamos a etapa. Vai depender muito da in-port", analisou Torben, que teria poucas horas de descanso até voltar ao comando do veleiro. "A regata in-port é igual para todo mundo – todas as tripulações estarão desgastadas. Mas o barco está em boas condições, a regata não teve condições muito difíceis e não houve problema".

A disputa da última perna pode depender do resultado da in-port. "Acho que precisamos chegar na frente dos americanos para ter um final realmente bem disputado", acentua Torben. Para André Fonseca, o Bochecha, fã de Ronaldinho gaúcho, como ele, a vitória mostrou que o time de bons velejadores olímpicos ganhou experiência e aprendeu muito nessa volta ao mundo. "Ganhamos maturidade", disse Bochecha.

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