Proposta

“Bom Senso FC” apresenta calendário ideal para 2015

A proposta de calendário do Bom Senso F.C. para o futebol brasileiro em 2015 tem ares de revolução. A mudança traria transformações para clubes grandes, pequenos e federações.

No estudo divulgado ontem em São Paulo, o Campeonato Brasileiro teria cinco divisões. A série E seria composta por 432 times, divididos em 12 grupos com disputas regionalizadas. A idéia é que os clubes pequenos joguem futebol durante dez meses do ano. A quarta divisão seria disputada por 144 times, a série C com 48 e a estrutura dos principais campeonatos (série A e B) seria mantida. O carro-chefe do ano seria o Campeonato Brasileiro, com jogos prioritariamente nos finais de semana e de fevereiro a dezembro. Os grandes times disputariam no máximo 76 partidas – com o calendário atual o número pode chegar a 85. “O primeiro passo foi fazer um diagnóstico e depois formulamos as idéias para o calendário”, afirma Eduardo Tega, consultor de conteúdo do Bom Senso. O projeto prevê que os times de elite não atuem nas datas FIFA, reservadas para as seleções. Os estaduais, que hoje ocupam quase quatro meses do ano, seriam disputados em no máximo oito datas (no formato de Copa) com até 40 equipes e levando em consideração as características de cada estado.

Essa alternativa é a mais complexa politicamente, por tirar espaço das federações. Mesmo assim o meia do Coritiba Alex, idealizador do Bom Senso, espera uma boa recepção. “A gente sabe que existem rivalidades históricas que estão adormecidas. A Federação tem esse trabalho por ser feito, até agora pode acontecer inclusive de dar duas cidades fortes (Londrina e Maringá) contra a capital na reta final do Campeonato Paranaense, mas isso é caso de sorte, não é programado”, afirma. O meia do Coritiba considera descartáveis as federações na organização do futebol brasileiro. “Ter uma federação por ter não é de grande valia”, critica. O embate político deve começar oficialmente nos próximos dias, já que o calendário ainda não foi apresentado para a CBF.

Greve

Todos os líderes do movimento são a favor, mas a paralisação seria apenas o último recurso após o esgotamento das discussões com a CBF. “Teria que chegar o momento de parar, mas acredito que a pressão da mídia posso dar mais resultados”, diz Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, que fez várias críticas aos dirigentes do futebol brasileiro.

Guilherme de Paula é comentarista da rádio 98FM.