Bernardinho e Giba admitem que Rússia mereceu título

Os jogadores da seleção brasileira masculina de vôlei costumam falar que, em reta final de campeonatos importantes, os adversários já entram em quadra sabendo quem vai ganhar. Neste domingo, a Rússia não teve medo do Brasil, venceu em Gdansk, na Polônia, vingou a final de 2010 e faturou o seu segundo título da Liga Mundial. Para o técnico Bernardinho, a taça ficou em boas mãos.

“O titulo foi justo e merecido. A Rússia foi melhor e mereceu vencer. Na final, eles foram superiores a nós no aproveitamento dos contra-ataques. Neste aspecto, foram nove pontos de diferença”, observou o treinador, que elogiou ainda o serviço dos russos: “O saque forçado deles entrou e, devido à estatura e à capacidade de bloqueio do time, fica difícil jogar contra eles sem o passe próximo à rede”.

Giba também admitiu que a Rússia mereceu ser campeã. “Não é só o ouro que vale”, disse o capitão. “É sempre muito ruim perder, mas isso não quer dizer que tudo que fizemos e o tanto que lutamos não deve ser valorizado. Fizemos uma grande final e desta vez a Rússia foi melhor. Foi o jogo mais emocionante do voleibol mundial nos últimos anos na minha opinião. Estou orgulhoso de todos pelo empenho”, reforçou.

O ponteiro Murilo culpou o erro de estratégia do time pela segunda derrota para a Rússia em finais da Liga Mundial – a primeira foi em 2002, em Belo Horizonte. “Começamos bem, mas depois perdemos a paciência e passamos a enfrentar o bloqueio russo, o que nunca é uma boa escolha. Fizemos opções erradas e eles aproveitaram. Estes pequenos detalhes, que muitas vezes nos favoreceram, desta vez definiram a vitória a favor deles”, lamentou.

Theo fechou a fase final como maior pontuador do Brasil, com 63 pontos, pouco acima de Giba, que fez 60 – o polonês Bartosz Kurek marcou 103 e liderou esta estatística. O oposto brasileiro também foi o melhor atacante da competição, com 59,55% de bolas no chão. No bloqueio, teve o melhor desempenho do Brasil. Murilo foi o melhor passador na Polônia.

“Chegamos à final com muitos méritos e do outro lado enfrentamos uma equipe muito forte. Foi um jogo muito equilibrado, onde tivemos uma boa atuação, apesar de alguns erros. O time russo manteve o padrão de saque e bloqueio que sempre apresenta, mas fugiu um pouco de seu estilo tradicional, com mais volume de jogo”, disse.

Mikhaylov, autor de 26 pontos na final com o Brasil, foi eleito o melhor jogador da Liga Mundial e ganhou o prêmio de melhor bloqueador da fase final.

BRONZE – O terceiro lugar da Liga Mundial ficou com os donos da casa. Mais cedo, a Polônia venceu a Argentina por 3 a 0, com parciais de 25/18, 25/23 e 25/22, atingindo o seu melhor resultado na história da competição. Em 2005 e 2007, o time polonês foi o quarto colado. A Argentina também nunca havia chegado tão longe.

O maior pontuador do jogo foi o oposto Jakub Jarosz, que substituiu o contundido Bartman e marcou 17 pontos para a Polônia. Pela Argentina, os 14 pontos de Facundo Conte, terceiro maior pontuador da fase final, não foram suficientes para impedir a derrota.

MENINAS – Não foi só no masculino que o domingo não foi bom para o Brasil. Em Yekaterinburgo, na Rússia, a seleção brasileira de novas ficou com a medalha de prata na Yeltsin Cup, perdendo na final para a China, por 3 sets a 2 (37/35, 19/25, 25/27, 25/23 e 15/10).

Esta foi a primeira e única derrota do Brasil no torneio. Antes, o time treinado por Cláudio Pinheiro venceu os times principais da Holanda, da Polônia, da Ucrânia e da Rússia – esta, na semifinal. Na decisão, a equipe brasileira entrou em quadra com Ana Tiemi, Joycinha, Priscila Daroit, Sassá, Natasha e Adenízia, além da líbero Camila Brait. Também entraram Claudinha, Naty Martins, Tandara e Ivna.

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