Autódromo de Curitiba passa no teste

 Aprovado com ressalvas. O Autódromo Internacional de Curitiba passou no seu principal teste desde sua inauguração, em 1988 -receber uma categoria ‘linha de frente’ do automobilismo mundial. No final de semana, o Campeonato Mundial de Turismo da FIA (o WTCC) exigiu o máximo da infra-estrutura do local, e ninguém saiu reclamando. Mas, para a prova do próximo ano, devem acontecer modificações no circuito, principalmente nas áreas de escape.

A necessidade de algumas reformas ficou evidente após os fortes acidentes de Emmet O’Brien e Alain Menu na curva da Vitória, na entrada da reta dos boxes – o choque foi grande, mas os pilotos nada sofreram. Naquele local, o muro fica muito próximo da pista – e, apesar de os próprios pilotos não acreditarem que haverá problemas para o WTCC ("Só ficaria perigoso para a Fórmula 1", disse Alessandro Zanardi), será necessária uma adaptação. Algo semelhante precisaria ser feito também na parte mista, próximo às curvas de alta velocidade.

De resto, nenhuma crítica ao AIC. "É uma pista boa de correr. A reta é longa e oferece a possibilidade de acelerar", resumiu Gianni Morbidelli, da Alfa Romeo. Os outros pilotos estrangeiros também não fizeram reparos à pista, mas consideraram que a segunda prova de domingo, vencida por Andy Prilaux, da BMW, foi muito ‘diferente’. "Foi uma corrida maluca por causa dos acidentes", afirmou Jordi Gené, da Seat, que venceu a primeira etapa.

Fora da pista, o autódromo teve que receber um aporte gigantesco de equipamentos -para manter o público no local, também aconteceram provas da Fórmula 3 Sul-Americana e do Brasileiro de Marcas. As duas categorias ficaram em um ponto distante dos boxes, para onde só seguiam minutos antes dos treinos e das corridas. Não havia como comportá-las nos boxes, todos ocupados pelas equipes do WTCC.

Nos bastidores, muitos jornalistas de fora do Brasil (para surpresa de alguns, que não imaginavam a repercussão da corrida) e muitos convidados, transformando paddock e camarotes numa babel. O grande número de convidados se explica – como o WTCC é um campeonato com participação efetiva das montadoras, elas têm liberdade para levar potenciais ou antigos clientes. Pelo mesmo motivo (um esforço de marketing), acontece a visitação aos boxes menos de uma hora antes do início da primeira prova.

Por ser uma primeira prova no Brasil, as pequenas dificuldades eram até esperadas. "Aconteceram alguns probleminhas na organização. O autódromo de Curitiba não tem a mesma estrutura das pistas da Europa, mas no próximo ano eu tenho certeza que tudo vai estar bem melhor", disse o curitibano Augusto Farfus Júnior, nono colocado na classificação geral.

Voltar ao topo