Atual política do Atlético pode dificultar obra na Arena

Diante do antagonismo que atualmente rege a política do Atlético, é delicado o processo para que se ajuste o funcionamento da comissão criada para gerenciar as obras da Arena da Baixada, e que terá à frente o ex-presidente Mário Celso Petraglia.

Antes de iniciar a formatação da maneira como a comissão vai trabalhar – se terá autonomia total ou terá de submeter cada passo aos conselheiros do clube – o presidente do conselho deliberativo, Gláucio Geara, precisará articular o “meio-campo” entre Petraglia e o presidente do conselho administrativo, Marcos Malucelli, que estão em rota de colisão declarada.

Ontem, Malucelli deu o tom de como serão as negociações. Em entrevista por telefone ao Paraná Online, ele admitiu que não há possibilidade de reaproximação com o ex-mandatário e ex-companheiro de gestão, independentemente da questão Copa.

“A relação dele comigo é diferente. Meu relacionamento com ele é sem conversa. O dele, comigo, é com agressões verbais. Não tenho conversa com ele. Eu tenho convívio de gente educada”, alfinetou Malucelli, que optou pela abstenção na hora de votar na reunião de segunda-feira.

Para Malucelli, o Atlético corre sérios riscos de perder a “saúde financeira”. “Temo, sim, por isso. Até agora só temos certeza de despesas. Não temos certeza nenhuma de receita. Para fazer despesa tem que ter dinheiro”, disse o presidente.

O Paraná Online procurou ouvir a opinião de Mário Celso Petraglia, mas o dirigente manteve-se incomunicável ontem. No meio dessas diferenças, encontra-se Gláucio Geara, que já está se preparando para tentar reduzir ao máximo as arestas entre os opositores.

Missão que pode ser em vão, como o próprio admite. “É uma situação difícil, delicada pela situação declarada de beligerância [de guerra] entre os dois. Tentarei para que haja uma trégua, não sei se obterei sucesso”, comentou.

Além de tentar apaziguar a situação entre Malucelli e Petraglia, Gláucio tem ainda de gerenciar a criação de regras para a comissão que será responsável pela Copa. Com a definição de como a obra será conduzida, a comissão que vinha acompanhando o processo será dissolvida e uma nova formatação será dada para que oito conselheiros, sob o comando de Petraglia, conduzam o processo.

“Foi formalizado que a obra será feita neste sistema, precisamos agora refinar estas propostas. Se teremos contratos assinados, quem vai assinar? Qual a responsabilidade sobre o contrato?”, explicou Geara.