Atraso nos salários provoca mal-estar no Vasco

O atraso de salários no Vasco já começa a criar desgaste na relação entre jogadores e diretoria. Apesar de garantir que os atletas estão tranquilos e que eles vão continuar se empenhando, o veterano meia Felipe, um dos líderes do elenco, desmentiu as declarações do vice-presidente de finanças do clube, Nelson Rocha, de que o 13º salário de 2011 já havia sido quitado.

“Os salários atrasados não são novidade para ninguém. Desde que eu voltei, essa situação existe”, revelou Felipe, que retornou ao Vasco em junho de 2010. “Incomoda porque todo trabalhador quer receber em dia. Mas a gente entende a diretoria e ela tem que entender os jogadores. O que é estranho é o vice de finanças dizer que pagou o 13º se não pagou. Vamos ser transparentes entre nós e com vocês da imprensa”, cobrou o jogador.

Além do 13º salário, o mês de dezembro ainda não foi pago aos jogadores, assim como quatro meses de direitos de imagem. Uma situação que começa a preocupar logo em início de temporada. Haveria a ameaça de que os atletas não se concentrassem para o jogo de domingo com o Duque de Caxias. Mas Felipe expôs que o problema existiu até mesmo durante o vitorioso ano de 2011.

“Uma coisa que tem que ser lembrada é que o time foi campeão da Copa do Brasil com os salários atrasados. Não tem corpo mole, apesar da situação incômoda. A dedicação nos jogos e nos treinos é igual. Se a gente vier a perder algum jogo, vai ser por conta do futebol e não por falta de dedicação”, frisou o jogador.

Novo diretor executivo do clube, Daniel Freitas procurou exercer seu papel de interlocutor entre diretoria e jogadores, prometendo a solução dos problemas para breve. “Realmente, a expectativa era de que o 13º fosse pago ontem (quarta-feira). O Vasco deixou de ter dois patrocinadores no início do ano, o que dificulta o fluxo de caixa. Agora, nossa expectativa é que até amanhã (sexta) pelo menos parte dos pagamentos seja feita”, disse o dirigente.

Advogados do clube estiveram no Tribunal Regional do Trabalho do Rio para tentar a liberação do patrocínio da Eletrobrás, que rende R$ 14 milhões anuais ao clube. O Vasco não renovou os acordos com o banco BMG e a empresa de combustíveis Ale, que estampavam suas marcas no uniforme do ano passado e rendiam R$ 9 milhões anuais.

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