Atletismo de volta às origens

Helsinque, Finlândia – Os números mostram o gigantismo da competição: 196 países, 1.892 atletas, 32 campeões olímpicos (apesar das muitas ausências anunciadas), 46 provas disputadas em nove dias de competições. E ainda: 3.000 jornalistas, 4 milhões de expectadores acompanhando pela TV no mundo, 40 mil pessoas no estádio, US$ 100 mil de bônus para o atleta que bater o recorde mundial e a realização de 850 exames antidoping (350 de sangue, dos quais 100 serão analisados fora de Helsinque, para a detecção de dopings por transfusão de sangue ou hormônios de crescimento). É o 10.º Mundial de Atletismo que, dessa vez, volta às origens, o Estádio Olímpico de Helsinque, Finlândia, onde foi organizada a primeira edição do torneio, em 1983.

O Brasil, com seus 32 atletas – uma delegação modesta – tem a esperança de conquistar seu primeiro ouro em mundial (tem oito medalhas, quatro de bronze e quatro de prata). O torneio será exatamente no mesmo estádio, renovado, em que o Brasil ganhou o seu primeiro ouro olímpico, com Adhemar Ferreira da Silva, o "da Silva", no salto triplo, a prova de Jadel Gregório. O triplista está cauteloso.

"Acho que eu, o romeno (Marian Oprea) e o inglês (Nathan Douglas), qualquer um, quem estiver bem no dia, pode levar." Mas acha que poderá ter força extra. "Tomara que, no dia, o nosso Adhemar me dê uma ajuda especial e eu possa ganhar também", afirmou Jadel ontem, antes do treino na pista da Vila dos Atletas, montada na Universidade de Otanieme, na vizinha cidade de Espoo (fica a 7 km do Estádio Olímpico).

O treinador-chefe do Brasil, Ricardo D’Angelo, não pode negar que "evidências técnicas" apontam para Jadel como um dos favoritos. O atleta, de 24 anos, tem a segunda melhor marca do ano no ranking mundial (17,73 m); vem de três temporadas seguidas saltando longe com regularidade; ganhou sua última competição, em Estocolmo (26/7), um Grand Prix de alto nível técnico; e hoje tem a "experiência de Atenas", quando ficou em quinto. Jadel salta a eliminatória na terça-feira e a final na quarta. Ricardo também é o técnico pessoal do maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima que chega a Helsinque terça-feira. A maratona será sábado e o fundista fala em ficar entre os dez melhores.

O Brasil ainda tem força no revezamento 4x100m e nos 110m com barreiras, prova na qual compete completo, tendo os três atletas, o máximo que cada país tem direito por prova, desde que com índices.

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