Boas lembranças

Walter foi embora, mas ano dele no Atlético ficará marcado

E aquilo que a torcida mais temia, aconteceu. Principal nome do Atlético em 2015, o atacante Walter trocou de Rubro-Negro e agora defenderá o Sport. Inclusive, desembarcou ontem em Recife. Porém, a saída não fez o torcedor ficar com raiva do seu até então ídolo. Muito por aquilo que o camisa 18 fez pelo Furacão dentro de campo. Mesmo com sua nítida má forma física, nunca Walter desistiu de uma jogada, sempre se dedicou e também foi decisivo. E muito! Seja marcando gols, dando assistência, o jogador foi fundamental para a campanha do Rubro-Negro no Brasileirão e também para recuperar a moral do torcedor em 2015.

Walter chegou ao Atlético em abril, quando o clube passava por um dos piores momentos dos últimos anos no campo, quando estava disputando o Torneio da Morte, para não ser rebaixado no Campeonato Paranaense. A vinda do camisa 18 era uma forma de amenizar as cobranças e agradar o torcedor. A tacada foi certeira.

Logo na estreia na Arena da Baixada, ele marcou um gol, na vitória por 2×1 sobre o Tupi-MG. No entanto, o brilho foi ofuscado pela eliminação na Copa do Brasil, mas já era um indício do que viria. No total, Walter marcou 11 gols com a camisa do Furacão (um deles sobre o Coritiba), em um total de 46 jogos. Além disso, deu quatro assistências. Números relevantes para quem dizia que, fora de forma, ele não daria certo. Mas deu, tanto como centroavante na área, como saindo para armar as jogadas.

Fora isso, nunca teve medo de cobrar os companheiros. Líder do grupo, tinha respeito dentro do elenco. Não importasse as atitudes ou que o falasse, o atacante nunca foi questionado. Não à toa ganhou a braçadeira de capitão. Não à toa foi ‘paparicado’ no Rubro-Negro. Principalmente pelo técnico Milton Mendes, a quem se referia como um pai. Aliás, o treinador foi fundamental para que Walter se tornasse esse ídolo.

O jogador veio para o Atlético por indicação do treinador Enderson Moreira, com quem já tinha trabalhado anteriormente no Internacional e no Goiás, onde teve seu melhor momento na carreira, e no Fluminense. Porém, assim que chegou ao CT do Caju, Enderson foi mandado embora, o que quase melou a negociação. Só que Milton Mendes soube resgatar a vontade do jogador de mostrar seu potencial.

Cabeça quente

Mas nesses quase oito meses de Walter atleticano, nem tudo foram flores. Volta e meia ele se mostrava nervoso. Muito por conta das críticas que recebia por estar acima do peso. Evitou entrevistas por conta disso. Mas nas partidas também se mostrou inquieto, tanto que foi expulso duas vezes.

Em uma delas, foi por reclamar da arbitragem, quando xingou o árbitro Thiago Duarte Peixoto, na vitória por 1×0 sobre o Atlético-MG. Na segunda vez, na derrota por 2×0 para o Cruzeiro, fez uma falta totalmente desnecessária em Marinho. Tudo por conta da cabeça quente.