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STJD julga manifestação política do Atlético

O Atlético usou uma camisa com cunho político antes do jogo com o América-MG. Foto: Marcelo Andrade

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julga nesta sexta-feira (19), a partir das 10h30, o ato político realizado pelo Atlético antes do jogo com o América-MG, no dia 6. Os jogadores (exceto o zagueiro e capitão Paulo André) entraram em campo com uma camisa amarela com a frase “Vamos todos juntos por amor ao Brasil”, que faz referência ao slogan do candidato Jair Bolsonaro (PSL), que já recebeu declaração de voto do presidente do Conselho Deliberativo do clube, Mário Celso Petraglia.

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Apesar de manifestações políticas em campo serem proibidas pela Fifa, o julgamento desta sexta não entrará neste mérito. Segundo a procuradoria do STJD, o Atlético deve ser punido por ter ferido o Regulamento Geral de Competições da CBF. Para qualquer tipo de ato deste sentido, o clube precisa fazer um pedido de autorização à CBF dois dias antes do jogo. A diretoria do Furacão enviou um ofício à entidade às 16h21 do dia 5, véspera da partida, e duas horas depois o pedido foi vetado pela Confederação. Portanto, além de enviar fora do prazo, o Rubro-Negro estava impedido de se manifestar.

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Em cima dessa postura que veio a denúncia da procuradoria, que também se baseou no relatório do árbitro Raphael Claus e do delegada da partida Silvia de Lima Matioski. “Os jogadores da equipe do Atlético-PR entraram, antes do início da partida no momento dos hinos Nacional e do Paraná com uma camiseta de cor amarela por cima da camiseta de jogo (…) a equipe do Atlético-PR não tinha autorização da CBF para tal ação”, diz o relato da delegada.

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Por isso, o Furacão corre risco de pagar uma multa de R$ 100 mil caso seja punido pela quinta Comissão Disciplinar do STJD. O clube foi enquadrado no artigo 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, como uma infração “relativa à administração desportiva, às competições e à Justiça Desportiva”. Há também o risco de o “responsável pela infração” ser sujeito à suspensão.

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Mas, apesar de não denunciar o Atlético por ato político, a procuradoria diz que “a atitude do denunciado de forma dolosa em violar uma regra de suma importância para a competição com esse fim, deve ser levado em consideração para efeitos de dosimetria da pena”.

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Neste Brasileirão, o Furacão já foi punido no STJD por ter realizado um ato de marketing sem a autorização da CBF. Foi quando o goleiro Santos foi flagrado com um celular a instantes do início do jogo contra o Atlético-MG, dia 13 de maio. Apesar do clube ter alegado que era uma “campanha de conscientização”, o tribunal decidiu que o caso seria “um precedente perigosíssimo” e aplicou multa de R$ 50 mil reais. O Atlético também foi punido este ano no “tapetão” com multa de R$ 100 mil por conta da transmissão indevida da final do Campeonato Paranaense.

Arena da Baixada foi 'pintada' de amarela, em alusão ao Brasil e às cores da campanha de Bolsonaro. Foto: Reprodução/Facebook
A Arena da Baixada ‘pintada’ de amarelo. Foto: Reprodução/Facebook

Apoio explícito

O apoio de Mário Celso Petraglia a Jair Bolsonaro é cada vez mais explícito. Após o ato em campo, o dirigente foi defendido pelo deputado estadual eleito Fernando Francischini, muito ligado ao candidato do PSL à presidência da República. Nesta terça-feira (16), o cartola publicou nas redes sociais uma foto da Arena da Baixada iluminada de amarelo e, no texto de apoio, disse que o estádio estava “iluminado em homenagem ao nosso País! Vamos em frente para que nas urnas nosso povo encontre o caminho da liberdade, da segurança e da prosperidade! O Brasil acima de tudo!”. No dia seguinte, Petraglia recebeu elogios de Luciano Hang, dono da Havan – principal aliado de Bolsonaro no meio empresarial e patrocinador do Atlético.

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