Batalha de Luque

“Soldados” do Atlético vão para a batalha de hoje no Paraguai contra o Luqueño

Existe aquela frase “futebol é mais que um jogo” sempre usada quando acontecem grandes partidas. Hoje, às 20h, no estádio Feliciano Cáceres, em Luque, é mais que um jogo. Vale vaga na semifinal da Copa Sul-Americana, vale a manutenção do sonho do título e da ida à Libertadores, e depois de tanta coisa que aconteceu, vale a honra de Atlético e Sportivo Luqueño. A espiral de provocações, que superou inclusive o aceitável quando torcedores paraguaios tiveram uma manifestação racista contra Nikão, levou a tensão do jogo ao nível máximo.

Tudo começou com as reclamações do técnico do Sportivo, Eduardo Rivera, ainda antes do jogo, por conta da não liberação do gramado para o treino protocolar de reconhecimento. Durante a partida o clima esquentou várias vezes, e os jogadores do Atlético entraram na pilha. “Acho que entramos um pouco na provocação deles. E já mostrei a eles o que não gostei do nosso comportamento”, comentou, em entrevista à RPC.

Piorou

O lance do gol, que dá ao Furacão a vantagem de jogar pelo empate (ou com derrota por 2×1, 3×2 e outras com um gol de diferença, desde que o Atlético marque), também foi polêmico. Os paraguaios chiaram muito reclamando de falta de Walter na origem da jogada. “Vocês sabem que eu me protejo neste tipo de jogada. E eu atingi a boca do zagueiro, se eu falar que o meu braço não bateu no cara eu vou estar mentindo”, admitiu o camisa 18.

Após a partida, Rivera disse que o “tratamento será retribuído”, e os torcedores entraram na onda das provocações da pior forma possível. Tudo isso gerou um ambiente de tremenda tensão para o jogo. “Vai ser um jogo de pressão, atmosfera tensa, arbitragem pressionada, temos que evitar qualquer provocação. Não sei qual vai ser a reação da arbitragem nos lances mais ríspidos, mas aqui ninguém se intimida. Temos que jogar firme, encarar como tem que encarar, mas ter inteligência. Temos que saber lidar com esse clima que vai ser criado”, comentou Cristóvão.

Empolgado

E há no Furacão quem esteja bem animado com o jeito que a partida vai ter. “É jogo que eu gosto, de choque, de força. Não vejo a hora da partida começar”, disse Walter, consciente de que vai ser caçado em campo e perseguido fora. No ritmo do artilheiro, o Atlético quer sair de Luque com a vaga na semifinal da competição continental. “O foco sempre foi a Sul-Americana. Sendo campeão tem mais dois torneios para jogar no ano que vem, então estamos muito motivados. Mas vai ser uma guerra”, finalizou o atacante.

Esposa de Nikão irritada

A manifestação racista de torcedores do Sportivo Luqueño, na segunda-feira, que comparou o atacante Nikão com um macaco, pode parar na Justiça. A esposa do jogador promete entrar com uma ação penal contra os autores da postagem, que já foi retirada da página La Voz del Hincha Luqueño no Facebook.

“Houve uma tremenda falta de respeito com o ser humano. Ele não é só um atleta, é uma pessoa que fica triste, sofre, tem fraquezas. Isso não se faz com ninguém. Vamos processar criminalmente os responsáveis por essa comparação maldosa e cruel”, disse Izabela Luz Sampaio da Cruz. “A falta de respeito foi sem limite. ,Essa pessoa deve ser punida para aprender a respeitar os outros”, prosseguiu. A intenção é processar os autores por injúria racial, além de cobrar danos morais. “Meu prazer maior é ver ele (o autor) tendo de fazer trabalhos comunitários e se possível só no meio de negros”, desabafou ela.

Segundo Izabela, Nikão ficou chateado, mas reagiu bem ao episódio. “Ele é muito tranquilo e soube assimilar. Mas queremos respeito e vamos exigir isso na Justiça”.

Rastros! Leia mais do Furacão na coluna do Mafuz!

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