Fala o que quer...

Grama sintética volta a virar polêmica após cutucada de empresa, que se desculpa

Foto: Arquivo

Após o empate do Atlético em 1×1 com o Fluminense, na terça-feira (15), no Maracanã, mais uma vez o assunto gramado sintético veio à tona. Mas pela primeira vez o técnico Paulo Autuori se irritou com o tema, mas muito por conta do que aconteceu antes de a bola rolar no Rio de Janeiro.

Cerca de duas horas antes da partida, a empresa Greenleaf Gramados, responsável pelo gramado do Maracanã, postou nas redes sociais uma provocação ao Furacão, dizendo que é “o time que só sabe jogar no gramado sintético” e “mas há quem diga que o gramado não influencia”.

Postagem da Greenleaf que gerou polêmica. Foto: Reprodução
Postagem da Greenleaf que gerou polêmica. Foto: Reprodução

“No Maracanã, tudo pronto. O time que só sabe jogar no gramado sintético vem aqui enfrentar o Fluminense. Caso perca, será a 10ª derrota seguida do Atlético Paranaense em gramados naturais. O time faz a pior campanha em um Brasileiro como visitante desde 1991. Mas há quem diga que o tipo de gramado não influencia”, disse a postagem, que depois foi apagada e substituída por um pedido de desculpas.

“Estamos aqui, publicamente, para pedir as mais sinceras desculpas. Nosso único objetivo era o de debater que clubes acostumados ao gramado natural não têm o mesmo desempenho no gramado sintético, e de que clubes acostumados ao gramado sintético não têm o mesmo desempenho que no gramado natural”, disse parte da nova postagem.

Sempre indagado sobre o tema, Autuori se disse indiferente em relação à postagem, mas cutucou a empresa, falando para eles cuidarem de cocô de galinha.

“O que essa empresa fala e zero a esquerda para mim é a mesma coisa. O Brasil está cheio de interesses escusos, por isso está essa zona. Eles plantam grama e eu não entendo nada de grama. No momento em que eles tiverem capacidade de falar de futebol em termos tático, aí podemos sentar e conversar. No momento, eles tem que se preocupar em plantar grama, cuidar do cocô da galinha, que é adubo”, disparou ele.

No entanto, a grama sintética da Arena da Baixada sempre vira assunto após um tropeço do Rubro-Negro como visitante, ou ao ganhar em casa. Recentemente, o comentarista do Esporte Interstivo, Felipe Rolim, definiu a grama artificial como “vergonha do Brasileirão”, enquanto Juca Kfouri, na Espn Brasil, chamou a equipe de “grameira”, ao criticar o campo atleticano.

Dentro das quatro linhas, por outro lado, poucas foram as reclamações dos jogadores dos times adversários. Apesar da falta de costume a grande maioria apenas questionou que a bola corre mais rápido, mas que no decorrer da partida é possível se adaptar. Segundo o goleiro Santos, isso é apenas uma tentativa de desestabilizar o time, que já provou que pode jogar em qualquer lugar.

“Isso nem precisa. Nós já sabemos que o que a gente vem fazendo no campeonato. Isso é coisa que tentam colocar para desestabilizar. Para nós não faz diferença, porque sabemos o que a gente vem fazendo e o que a gente precisa para alcançar nossos objetivos. Para nós é indiferente”, disse ele.

No mês passado, o goleiro Weverton desabafou após a vitória do Atlético por 2×0 sobre o Coritiba, quando o jogo aconteceu na Vila Capanema e o Furacão teve uma boa atuação.

Queria muito vencer por dois motivos. Primeira pelas nossas pretensões pela vaga na Libertadores e depois para acabar com essa palhaçada de grama sintética. A gente entrou em campo e jogou pra c…, ganhou com propriedade e ganhamos com o Coritiba chutando uma bola em gol. Jogamos muito em um campo que não é nosso. Não tem essa de vantagem de jogar em grama sintética. Estava todo mundo esperando para falar isso”, disparou o arqueiro, na ocasião.

Postagem da Greenleaf pedindo desculpas ao Atlético. Foto: Reprodução
Postagem da Greenleaf pedindo desculpas ao Atlético. Foto: Reprodução