O buraco é mais embaixo

Atlético “muda tudo”, mas perde mais uma em casa no Brasileirão

Ederson lamenta uma das poucas chances perdidas pelo Atlético. Foto: Jonathan Campos

Não adianta mudar tudo e achar que está tudo resolvido. Com uma troca radical no comando técnico e com alterações profundas na equipe, o Atlético fracassou na noite de ontem na Arena da Baixada. Desarrumado, perdeu para um Cruzeiro apenas regular por 2×0, ficou em posição ruim no Campeonato Brasileiro (é o 16º colocado, e corre risco de entrar hoje na zona de rebaixamento, caso o Avaí vença o Coritiba) e acentuou a crise técnica. E deixou claro que o problema não era Eduardo Baptista.

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Em entrevista ao SporTV, Kelly não escondeu – o time já tinha o dedo de Fabiano Soares. “O trabalho já é do professor, ontem (quarta-feira) ele trabalhou com os jogadores”, afirmou. Era uma equipe repleta de surpresas: de saída, Paulo André, Lucho González, Matheus Rossetto, Pablo e Douglas Coutinho estavam fora até do banco. Em campo, Nicolas estava na lateral e Sidcley no meio-campo; Eduardo Henrique estava ao lado de Otávio na marcação; e Ederson ganhava a companhia de Eduardo da Silva na frente. Uma alteração profunda, pra dizer o mínimo.

Havia um nítido desentrosamento no Furacão. O Cruzeiro aproveitava os espaços e Lucas Silva acertou um tirambaço no travessão. Voltando a jogar na Baixada após a Liga Mundial de Vôlei Masculino, o embalo da torcida fortalecia o time, que tentava pressionar na base da empolgação. Aproveitando que os visitantes ficavam na retranca, o Atlético foi indo. Só que era uma arapuca. Na hora em que os donos da casa se descuidaram, veio o contra-ataque mortal. Em cinco toques, os mineiros chegaram na área. Thiago Neves rolou para Alisson, que cruzou para Lucas Romero abrir o placar.

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Os problemas rubro-negros eram os mesmos, e não poderia ser diferente. Mesmo com Sidcley na esquerda e Eduardo da Silva sendo o articulador, Ederson continuava isolado. A defesa continuava insegura, e o nervosismo retornava. Ficava evidente em lances como o gol que Sidcley perdeu – livre na área, preferiu um corta-luz para o vazio do que mandar para o gol. E aí tome vaias e gritos de “vergonha” da torcida quando terminou o primeiro tempo.

O Atlético voltou com Matheus Anjos no lugar de Ederson – Eduardo da Silva iria ser o atacante de referência. Só que o time estava tão desarrumado que do nada Weverton apareceu longe do gol e quase Rafael Sóbis ampliou. Na frente, o jovem meia deu mais mobilidade ao jogo rubro-negro, mas era preciso ter cuidado com a arapuca mineira. Até porque o Furacão sofria com o nervosismo, que fazia a equipe alternar momentos de forte pressão sobre o Cruzeiro com erros infantis, que levavam a torcida ao desespero.

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Mesmo assim, os jogadores tentavam de tudo para conseguir o empate. Para tentar mudar alguma coisa, Kelly (ou Fabiano Soares?) colocou Gustavo Cascardo no lugar de Nicolas – aí Sidcley virou lateral, Nikão foi para a esquerda e Cascardo virou ponta. Foi ele quem deu para Nikão a melhor chance do segundo tempo, mas o chute saiu fraco e facilitou a defesa de Fábio. Pra arrumar o time, Yago entrou no lugar de Jonathan. Mas no lance seguinte, veio a pá de cal. Thiago Neves chutou forte, Weverton espalmou e Rafael Marques definiu. Resultado para mais vaias, mais gritos de “vergonha”, as já costumeiras cobranças para a diretoria. Para um cenário preocupante no Atlético.