Não é só garotada

Atlético dá experiência ao sub-23 com jogadores mais velhos e rodados

Santos participou do jogo-treino do sub-23 com o Joinville. Goleiro deve ser usado para ganhar ritmo de jogo e dar experiência aos garotos. Foto: Beto Alves/JEC

Desde o ano passado, o Atlético já havia confirmado que iria disputar o Campeonato Paranaense com a equipe sub-23, deixando o time principal apenas se preparando para as disputas da Copa do Brasil, Sul-Americana e Campeonato Brasileiro. Tanto é que até o técnico no Estadual virá da base – Tiago Nunes comandou o Furacão nos torneios sub-20 em 2017 -. Porém, o sub-23 terá algumas exceções, dando mais ‘cancha’ para a garotada.

No jogo-treino com o Joinville, no último sábado (6), alguns nomes que, na teoria, seriam do grupo principal, estiveram jogando, casos do volantes Matheus Rossetto e do atacante Ribamar. Os dois, inclusive, foram titulares em boa parte das partidas do Rubro-Negro no Brasileirão. Além deles, os meias Matheus Anjos, João Pedro, Giovanny e Yago e os zagueiros José Ivaldo e Léo Pereira, que também já jogaram no time principal ou foram emprestados para outros clubes, são outros que vão apoiar a garotada que está subindo da base. Todos com idade para o elenco formado.

Só que a ‘experiência’ não se dá apenas na rodagem. Alguns jogadores acima de 23 anos farão parte deste grupo também. O caso mais emblemático é o do goleiro Santos.

Aos 27 anos, o arqueiro era o reserva de Weverton nos últimos anos e, com a saída do ex-camisa 12, brigaria pela titularidade com Léo. A participação no treinamento da garotada dá indícios que o arqueiro jogará o Estadual, enquanto o concorrente pode ser usado apenas no principal. No entanto, no ano passado, quando o Atlético atuou quase toda a primeira fase com os garotos, Weverton atuou em algumas partidas, até para ganhar mais ritmo de jogo, trabalhando nos dois grupos.

Mais do que isso, o Furacão pode testar reforços para o elenco. O zagueiro Emerson Silva, de 34 anos, e o volante Pierre, de 35, estão realizando exames médicos e devem assinar até maio. Com a idade já avançada e um histórico recente de lesões, os dois serão avaliados ao longo do Paranaense e, caso tenham boas atuações, renovariam e se juntariam aos demais jogadores para a sequência da temporada.

O próprio presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, havia afirmado em dezembro que não descartaria reforços para o time no torneio, desde que se encaixassem no perfil necessário, independentemente da idade.

Ou seja, embora minimize a importância do Estadual nos últimos anos, dizendo que não é a prioridade do clube, pelo fato de ela não ter ‘prestígio’ e que é preciso de um tempo mais longo para a pré-temporada visando entrar em disputas maiores, o Atlético, de certa forma, não deixa o torneio tão em segundo plano.

Usando a competição como uma oportunidade de colocar a base em teste, ao mesmo coloca ‘escudos’ na piazada, aliando a vontade da juventude à segurança dos veteranos, que tende a ser uma boa fórmula para que o Rubro-Negro entre na disputa com chances de brigar pelo título, que nos últimos anos veio apenas em 2016, justamente quando o elenco principal jogo do começo ao fim.

Desde 2013, quando o Paranaense começou a disputar o Campeonato Paranaense com o sub-23 – ou pelo menos usou essa equipe b em algumas rodadas -, os resultados só foram positivos quando o elenco contou com reforços dos mais experientes.

Nesse período, alguns resultados foram negativos, como em 2015, quando, em meados da competição, apesar de colocar em campo seus principais atletas, viu o time em queda na tabela. Na ocasião, restou ao time atleticano disputar o Torneio da Morte para se livrar do descenso à Série Prata.