Atlético vive seu pior momento na temporada

Diante de pouco mais de cinco mil pessoas que pagaram para ver in loco a estréia do ?Paranaense? na Copa Sul-Americana e de outros milhares que acompanharam a transmissão por TV fechada, o time mostrou em campo quem é a verdadeira falácia no Atlético. A goleada de 4 a 2 aplicada pelo Vasco, em plena Arena, acabou com a paciência da torcida, que esbravejou pedindo a contratação de jogadores, a saída do técnico Antônio Lopes, do presidente Mário Celso Petraglia, e dos demais cartolas da atual gestão. A torcida organizada do clube nem esperou o fim da patética atuação para demonstrar sua insatisfação. Foram xingamentos para todos da comissão técnica e diretoria. Um torcedor, inclusive, passou dos limites ao saltar da arquibancada e correr em direção ao ?pombal?, para tomar satisfações do dirigente-mor atleticano. Acabou detido. Uma parte do grupo se dirigiu ao estacionamento, onde protestou e teve que ser contido por seguranças do clube e policiais militares.

A indignação do torcedor é resultado da política adotada pela diretoria que gere o Atlético. Sem um time competitivo, a equipe beira a zona do rebaixamento no Brasileirão e já está agonizando na parte baixa da tabela. Se for levado em conta o número de pontos perdidos, o time ocupa a 17.ª posição nesse quesito. Além disso há outras questões que incomodam o torcedor atleticano: jogadores titulares são vendidos e a reposição não é realizada à altura e o preço dos ingressos afasta a massa rubro-negra do ?estádio mais moderno do Brasil?. Para completar o quadro de instabilidade, há proibições que impedem a imprensa de acompanhar o dia-a-dia do Furacão e de entrevistar atletas e integrantes da comissão técnica (somente em datas e horários específicos), o que reflete em falta de informações aos torcedores. Ou seja, o Atlético se fecha dentro de uma redoma e assim espera ficar blindado aos ataques da torcida e críticas da imprensa.

Insatisfação

Todos esses fatores, somados a comentários pouco felizes dos presidentes atleticanos, nos últimos meses (quadro II), criaram um clima de animosidade entre torcida e diretoria que vem se estendendo e não tem prazo para acabar. Somente o retorno do bom futebol e uma seqüência de vitórias podem amenizar o clima no Caldeirão, que está fervendo e pronto para explodir.

O próximo desafio é amanhã, pelo Brasileirão, contra o Figueirense, clube que costuma aprontar jogando em Curitiba. E qualquer deslize frente aos catarinenses pode significar a passagem à zona da agonia.

Voz da galera

O Paraná-Online conversou com o vice-presidente da Torcida Organizada Os Fanáticos (TOF), Juliano Rodrigues, para saber a opinião dos adeptos e o tipo de manifestação programada para a partida de sábado.

Paraná-Online – Como ?Os Fanáticos? analisam a atual situação do clube?

Juliano – É triste. O clube está sendo administrado por pessoas que não pensam na paixão do torcedor. Não investem no futebol (só em patrimônio) e não respeitam a torcida. Pensam apenas no lado consumista. O Atlético perdeu a identidade que tinha, de possuir um time guerreiro e uma torcida vibrante.

Paraná-Online – Para a TOF, quem são os responsáveis pela atual crise?

Juliano – Toda a diretoria atual, liderada pelo pseudo dono (Petraglia). Pois os verdadeiros donos são os torcedores.

Paraná-Online – Os jogadores podem ser poupados das críticas?

Juliano – Quem contrata é o presidente. Então os jogadores que aí estão, são graças a ele. Há anos o Atlético não tem um time forte. A torcida reivindica há tempos, mas não existe investimento no futebol. A insatisfação é grande, principalmente quanto ao despreparo da direção para lidar com os torcedores.

Paraná-Online – Devido à crise, sábado (amanhã), contra o Figueirense, tornou-se uma partida no estilo ?ou vai, ou racha?. Como está a mobilização da TOF?

Juliano – A torcida tem feito a sua parte, incentivando. Só reivindicamos após o 3.º gol do Vasco, pois não dava mais uma derrota em nosso campo. Contra o Figueirense, vamos incentivar novamente, pois não queremos que o time caia, ao contrário do pensamento do pseudodono, que cair para a segunda divisão não faz diferença. Mas, com certeza, protestaremos também.

Paraná-Online – O que fazer para o Atlético sair dessa crise?

Juliano – Acredito que a diretoria atual está desgastada. Tem seus méritos e todos sabem disso. Mas, no momento, poderia deixar outras pessoas trabalharem para o bem do Atlético.

Arena pode ter outro nome

O Atlético está tentando alterar o contrato de naming rights com a parceira Kyocera Mita, devido à necessidade de obter o maior número de patrocinadores para a conclusão da Arena. Inicialmente, o contrato tem validade até o início de 2008. O estádio rubro-negro é a aposta do governo do Paraná para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014. As informações foram divulgadas pela imprensa paulista.

De acordo com a reportagem, o diretor de marketing atleticano, Mauro Holzmann, disse que ainda não há previsão de quanto será gasto nas obras de adequação do estádio ao modelo Fifa, mas a preferência do clube é manter-se firme com o patrocínio da Kyocera. Porém, não descarta a possibilidade de um novo parceiro. ?Nós queremos mais patrocinadores para o clube e, evidentemente, pretendemos aumentar o nosso faturamento. Mas o acordo é dentro do projeto de naming rights?, afirmou Holzmann.

O contrato com a Kyocera Mita foi assinado no início de 2005 e tem duração de três anos, com possibilidade de renovação por mais dois.

O que pode inviabilizar futuras conversações com eventuais patrocinadores é a própria Fifa, que só autoriza aparecer no estádio, durante suas competições, o nome de patrocinadores também vinculados à entidade. Se a Copa do Mundo ocorresse hoje, o nome Kyocera Arena não poderia aparecer na transmissão de jogos.

Arena

O contrato de naming rights dá o direito à empresa patrocinadora de expor o nome e marca nas dependências da praça esportiva, ?rebatizando? o estádio. Por esse motivo, a casa rubro-negra é conhecida por Kyocera Arena. Pelo acerto entre clube e empresa, o Atlético continua responsável pela administração e operação do estádio, com autonomia. O patrocinador pode explorar ações promocionais de seus produtos e de relacionamento com o público presente nas partidas.

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