Atlético só levou a sério o Paranaense na finalíssima

Há alguns anos, a conquista de um campeonato estadual seria motivo de um ano inteiro de comemorações para a torcida do Atlético. Hoje em dia, o título paranaense de 2005 passaria quase despercebido, não tivesse sido ele conquistado em uma final contra o Coritiba.

Foi apenas na decisão contra o rival que o Furacão realmente encarou o campeonato do Estado como prioridade. Concentrado na disputa da Libertadores, o clube escalou a equipe reserva na maioria dos jogos da primeira fase.

A torcida pôde conferir o futebol de jogadores como Tiago Cardoso, Badé, André Luiz, Ticão, Jorge Henrique, Jônatas e Dinei, que, comandados pelo auxiliar Lio Evaristo, não tiveram dificuldades para conquistar a classificação para as finais. Desde a vitória por 2 a 1 sobre o Império, na estréia, até o empate em 1 a 1 contra o Nacional, na última rodada da fase inicial, foram 14 jogos, com oito vitórias, cinco empates e apenas uma derrota.

A segunda derrota poderia ter vindo no dia 20 de fevereiro, quando o Atlético enfrentou novamente o Império, na Baixada.

Mesmo com vários titulares, o Rubro-Negro perdia o jogo até os 26 minutos do segundo tempo. Então, Willian chutou uma bola rente à trave, que balançou a rede pelo lado de fora.

A torcida e próprio jogador já lamentavam mais uma chance perdida, mas o árbitro José Francisco de Oliveira, o Cidão, viu a bola entrar e deu gol para o Atlético, que ficou com o empate em 2 a 2.

Nas quartas-de-final, o Atlético passou fácil pelo Roma, com uma goleada por 4 a 0. Nas semifinais, a vítima do Furacão foi o Londrina, derrotado por 4 a 0 e 3 a 1. E mais uma vez, como em 2004, o campeonato seria decidido em dois Atletibas.

Com o gramado do Couto Pereira em reforma, o Pinheirão recebeu o primeiro clássico da decisão. E quem saiu na frente foi o Coxa, que venceu por 1 a 0, gol de Rafinha. A derrota abalou as estruturas rubro-negras, e mesmo às vésperas da grande final, o técnico Casemiro Mior foi demitido e Edinho Nazareth assumiu com a missão de evitar o que seria uma verdadeira tragédia para os atleticanos: a conquista do tricampeonato pelo Coritiba, em plena Arena da Baixada.

O Joaquim Américo estava lotado na tarde de 17 de abril e os jogadores rubro-negros aproveitaram toda a força do Caldeirão para conquistar a vitória. Ela veio com um gol de Denis Marques, aos 19 do 2.º tempo, mas não foi suficiente para garantir o troféu ao Furacão. Empatados na soma dos dois resultados da final, Atlético e Coritiba decidiram o campeonato nos pênaltis. E por ironia do destino, coube ao ex-coxa-branca Lima a cobrança que deu o título ao Rubro-Negro. Retomada a hegemonia estadual,

o Furacão estava pronto para partir para vôos mais altos.

Voltar ao topo