Atlético reforça tradição de estrangeiros

O Atlético está cada vez mais internacional. A chegada de três jogadores vindos da Colômbia é a confirmação de uma tendência que vem se reforçando na Baixada nos últimos anos. Com o mercado brasileiro inflacionado e as revelações partindo logo para a Europa, o Furacão tem buscado fora do país as soluções para as carências de seu elenco.

Mas a contratação de atletas estrangeiros como o goleiro Julián Viáfara, o meia Edwin Valencia e o atacante Dayro Moreno, novos reforços atleticanos não é novidade na Baixada. Pelo contrário, o Rubro-Negro foi o pioneiro em terras paranaenses a buscar atletas fora das fronteiras nacionais.

A história dos gringos no Atlético começa em 1943. O então presidente Manoel Aranha trouxe do Paraguai o atacante Aveiros e o lateral-esquerdo Ibarrolla, da seleção local. Junto com eles veio o técnico Carbô, também do país vizinho. Os paraguaios foram recebidos com muita expectativa e não decepcionaram. Ajudaram o Furacão a conquistar o título estadual daquele ano.

Apesar do sucesso, os estrangeiros demoraram a virar moda no Atlético. Ao longo dos anos 50s, 60s e 70s, foram poucas as apostas internacionais do Rubro-Negro, como o também paraguaio Villanueva e o argentino Dreyer, que já havia passado pelo Coritiba.

A onda dos gringos só atingiu definitivamente a Baixada em 1996, quando o Furacão foi buscar na Europa os poloneses Nowak e Piekarski, e no ano seguinte, quando trouxe o uruguaio Matosas. Eles se tornaram ídolos da torcida e abriram as portas para uma verdadeira legião estrangeira que invadiu o clube.

A partir daí, várias línguas foram ouvidas no CT do Caju. Muitos atletas vieram e tiveram poucas oportunidades. Outros, como o peruano Lobatón, são mais lembrados como figuras folclóricas do que pela qualidade técnica. Mas algumas apostas deram certo, como o panamenho Baloy, titular na campanha do vice-campeonato da Libertadores, em 2005.

Em 2004, a Colômbia surgiu como a principal fonte de reforços do Atlético fora do Brasil, com a chegada do lateral Marín. Porém, foi no meia David Ferreira que o Rubro-Negro encontrou seu primeiro reforço de peso no país. Ele desembarcou na Baixada no segundo semestre de 2005, vindo do América de Cali, e tomou conta da camisa 10 do Furacão.

Agora, o time espera repetir a dose com mais três colombianos. Dois deles Edwin Valencia e Dayro Moreno, ambos com 21 anos, são algumas das principais revelações de seu país. Já o goleiro Julián Viáfara, 28, chega com a experiência de quem defendeu a meta do América de Cali nas últimas três temporadas, disputando duas Liberadores.

Em 2007, o Atlético sonha em voltar à Libertadores e vencer a Copa Sul-Americana. Em busca dos objetivos, parece ter inventado um novo ditado para o mundo da bola. Para conquistar a América, é preciso falar espanhol.

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