Atlético quer mostrar no México porque é conhecido por Furacão

O Pachuca vai conhecer esta noite o verdadeiro Atlético. Em busca de uma vaga na final da Copa Sul-Americana, o Furacão quer voltar a soprar forte em terras mexicanas, para reverter a vantagem construída pelo adversário na Baixada e manter vivo o sonho de conquista da América.

Para isso, os jogadores rubro-negros garantem um futebol bem diferente do mostrado em Curitiba, quando o time foi irreconhecível. No Estádio Hidalgo, em Pachuca, a expectativa é que o Atlético volte a ser o time veloz e insinuante que despachou Paraná, River Plate (ARG) e Nacional (URU).

As lições da derrota por 1 a 0, em plena Kyocera Arena, não saem da cabeça dos atleticanos.

?Em Curitiba, ficamos muito longe do que agente poderia fazer.

Não vamos repetir isso aqui. Lá, pecamos muito na marcação e deixamos o Pachuca tocar a bola e cadenciar o jogo. Isso nós não vamos deixar aqui?, afirma o técnico Vadão.

O Atlético treinou ontem à tarde no local do jogo e está definido para entrar em campo às 20h locais (meia-noite no Brasil). Jancarlos retorna à lateral-direita e João Leonardo volta a formar a dupla de zaga com Danilo. ?Estou me sentindo muito bem e pronto para o jogo. Vamos com tudo em busca dessa classificação?, disse João, que ficou de fora das últimas duas partidas devido a uma contusão muscular.

Só uma vitória interessa ao Furacão. Se vencer por 1 a 0, o time da Baixada leva a decisão da vaga para os pênaltis. Qualquer outro resultado positivo garante a equipe na final. Para o Pachuca, basta um empate.

Mesmo sem vencer há cinco partidas, os jogadores dizem que estão muito confiantes em um triunfo no México. ?Estamos preparados e muito concentrados. Eles têm a vantagem, mas com muita inteligência e usando os nossos contra-ataques vamos conquistar essa vaga na final?, garante o goleiro Cléber.

Para o atacante Marcos Aurélio, goleador da equipe na competição com quatro gols, é a hora de o Atlético mostrar que todo esforço na temporada não foi em vão. ?Estamos encarando esse jogo como uma final, como a última partida de nossas vidas. Está todo mundo focado e vamos para cima do Pachuca?, concluiu o artilheiro.

Uma Arena mexicana

Um palco à altura de uma grande decisão. Os jogadores do Atlético fizeram ontem o reconhecimento do Estádio Miguel Hidalgo e ficaram surpresos com a estrutura da casa do Pachuca. Inaugurado em 1993 e com capacidade para 30 mil pessoas, o local da partida de hoje é uma das praças esportivas mais modernas do México.

Porém, o que mais agradou aos rubro-negros foi o gramado. ?O campo está perfeito. As duas equipes terão todas as condições de fazer um grande espetáculo?, aprova o meia David Ferreira.

Para o técnico Vadão, o Atlético tem tudo para se sentir em casa esta noite. ?O estádio é muito bonito, muito aconchegante. Lembra muito a Arena, porque todos os lugares são de cadeiras e o aspecto é muito parecido?, repara o treinador.

O Estádio Hidalgo também presta uma homenagem ao futebol brasileiro. Ao lado de personalidades do esporte mexicano, está uma grande foto de Pelé, que dá seu nome a uma das tribunas. O atleta do século é uma das personalidades mais conhecidas do México, sendo reverenciado em todos os ugares onde se pratica o futebol.

É só manter a escrita como visitante

Para passar à final da Copa Sul-Americana, basta ao Atlético manter o retrospecto como visitante na competição. Em três partidas disputadas longe da Baixada, o Furacão tem 100% de aproveitamento.

Até agora, sempre que jogou fora de casa o Rubro-Negro ignorou a pressão da torcida adversária e saiu de campo com a vitória. Fez 3 a 1 no Paraná, no Pinheirão; 1 a 0 no River Plate, em Buenos Aires, e 2 a 1 no Nacional, em Montevidéu.

A diferença é que nas outras fases o Atlético fez no estádio adversário as primeiras partidas dos confrontos. Agora, o time tem que reverter a vantagem construída pelo Pachuca em plena Kyocera Arena.

Os jogadores reconhecem que a missão é muito difícil, mas não impossível. ?É óbvio que a torcida do Pachuca vai comparecer e apoiar. No estádio, a torcida fica muito próxima aos jogadores e a pressão vai ser grande. Mas nós já estamos acostumados a isso e temos qualidade para levar a classificação para Curitiba?, garante o goleiro Cléber.

A expectativa é que mais de 30 mil pessoas enfrentem uma temperatura de cerca de 5 graus e lotem o Estádio Hidalgo. Em Pachuca, a partida é encarada como a possibilidade da afirmação do futebol mexicano como uma das grandes forças do continente americano.

COPA SUL-AMERICANA
semifinal ­ jogo de volta
Árbitro: Mauricio Reinoso (Equador)
Asistentes: Marco Muzo e Félix Badaraco (Equador)
Local: Estádio Hidalgo, em Pachuca de Soto (MEX)
Horário: 0h de amanhã

PACHUCA (MEX) x ATLÉTICO (BRA)

Pachuca
Calero; Cabrera, López, Mosquera e Fausto Pinto; Salazar, Correa, Caballero e Chitiva; Giménez e Cacho. Técnico: Enrique Meza.

Atlético
Cléber; Jancarlos, Danilo, Joao Leonardo e Michel; Erandir, Alan Bahia, Cristian e Ferreira; Marcos Aurélio e Denis Marques. Técnico: Vadao.

Pimenta mexicana é de lascar

Você já foi à Bahia? Quem responder que sim, certamente sabe os perigos de não se tomar cuidado com as picantes comidas da terra de todos os santos. Porém, nem o mais apimentado acarajé baiano se compara à comida mexicana. Aqui, a pimenta, em grandes quantidades, é servida desde o café da manhã e é capaz de deixar qualquer um que não esteja acostumado com uma bela indigestão.

Pois o Atlético não vai sofrer com os sabores do México. O cardápio dos jogadores rubro-negros foi cuidadosamente preparado para evitar qualquer tipo de surpresa. ?A Lili Puirin, nossa nutricionista, mandou todas as recomendações três dias antes de chegarmos. Toda a pimenta foi retirada do cardápio, para evitar qualquer problema?, revela o preparador físico Walter Grassmann.

Curiosamente, os atletas dizem ter se adaptado melhor à comida do México do que à de outros países sul-americanos. ?Aqui é bem melhor que em outros países que visitamos durante a Sul-Americana. Na Argentina e no Uruguai a comida é muito sem graça.

No México se come muito bem?, diz o atacante Marcos Aurélio, antes de experimentar o verdadeiro tempero mexicano.

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