Hoje é dia de mais um jogo histórico na Baixada.
O Atlético enfrenta o Nacional, do Uruguai, e pode voltar a figurar entre os quatro melhores times do continente. Para garantir a vaga nas semifinais da Copa Sul-Americana, o Furacão pode até perder por 1 a 0. Mas entre os rubro-negros ninguém pensa nisso e o time garante que vai com tudo em busca de mais uma vitória.
Na primeira partida, em Montevidéu, o Atlético surpreendeu os uruguaios e venceu por 2 a 1, de virada. Agora, a expectativa dos atleticanos é de um novo triunfo, desta vez diante da torcida. ?Temos a vantagem e vamos tentar administrar, mas não vamos jogar para empatar. Temos que jogar para ganhar, porque o Atlético é um time grande, que sempre vai buscar a vitória?, garante Alan Bahia.
O volante está garantido no time titular. Ele vai ocupar a vaga de Marcelo Silva, que sentiu uma fisgada na coxa esquerda e foi poupado do treino de ontem.
O goleiro Cléber e o lateral Jancarlos também estão confirmados.
Eles estão recuperados de contusões que os deixaram fora das duas últimas partidas. Os retornos dão ainda mais confiança à torcida. Vivendo uma fase espetacular, Cléber tem sido um dos principais responsáveis pela boa sequência da equipe.
?Voltar neste momento é uma grande responsabilidade.
O Vadão está depositando confiança em mim e temos que entrar atentos, porque o Nacional tem uma força muito grande?, diz o goleiro.
Jancarlos se tornou uma das principais esperanças de gols, após marcar os dois golaços de falta que garantiram a classificação atleticana contra o River Plate. ?Eu treino bastante e tenho que ter um bom aproveitamento nos jogos. Aconteceu contra o River e vamos tentar repetir neste jogo também?, avisa.
O técnico Vadão não confirma o restante do time, mas não deve surpreender.
O que o treinador não esconde é a disposição com que o time vai para o duelo com os uruguaios. ?Temos uma boa vantagem. O primeiro tempo terminou 2 a 1 para nós. Mas não existe isso de que pode perder de 1 a 0. Se começa a falar que pode perder, você acaba perdendo.
Nós temos que fazer gols, para dificultar ainda mais para o adversário?, afirma.
Vadão garante que a euforia da torcida, que vai lotar a Kyocera Arena, não contagia o elenco. ?O Nacional eliminou o Boca Juniors na Argentina. Em nenhum momento nós podemos ser influenciados pelo que vem externamente. Há a euforia do torcedor, mas vamos enfrentar um time muito aguerrido, que está priorizando a Sul-Americana. Estamos longe do ideal. Temos que jogar para vencer?, alerta.
Um empate, ou até mesmo uma derrota por 1 a 0 basta para o Atlético garantir a classificação.
Uma vitória do Nacional por 2 a 1 leva a decisão para os pênaltis. Qualquer outro placar a favor dos uruguaios elimina o Furacão.
Vadão vai reintegrar Dagoberto
Dagoberto deve voltar a vestir a camisa do Atlético ainda este ano. O técnico Vadão confirmou que vai reintegrar o atacante ao grupo principal do Rubro-Negro. A decisão ocorre após a decisão da Justiça do Trabalho, que prorrogou o contrato do jogador com o Atlético até março de 2008.
Dagoberto não joga pelo Furacão desde o dia 13 de agosto, quando participou da derrota de 2 a 0 para o Grêmio e foi expulso. Desde então, ele vem treinando separado dos demais jogadores.
?Ele não tinha cabeça, estava muito preocupado com a situação. O clube também. Então, nós optamos por tirá-lo, porque era melhor preservá-lo e preservar o grupo?, diz Vadão.
Com a disputa temporariamente solucionada, o treinador afirma que vai precisar contar com Dagoberto para o restante da temporada. ?Agora, houve uma solução e chegou um momento em que estamos em duas competições, com muitos cartões, muitas contusões. Provavelmente nós vamos precisar do Dagoberto.
Não estou prometendo que ele vai ser titular, mas que vai fazer parte normalmente do grupo, isto com certeza?, diz Vadão.
Ontem, Dagoberto treinou com a equipe juvenil, no CT do Caju.
A partir de sexta-feira, ele deve trabalhar com o time principal. O atacante e seus procuradores ainda não decidiram se vão recorrer da decisão judicial.
Galera promete mais um show nas arquibancadas
A torcida rubro-negra promete mais um espetáculo esta noite. A Baixada vai estar completamente lotada e a galera prepara uma grande festa para empurrar o Atlético rumo a mais uma vitória sobre o Nacional.
As faixas que enfeitaram a Arena contra o River Plate estarão de volta e um mosaico vai colorir o estádio mais uma vez. Desta vez, o desenho formado no setor Buenos Aires Superior será uma imensa bandeira do Brasil, para lembrar que o Atlético é o único representante do país na Copa Sul-Americana.
Além disso, a torcida Os Fanáticos promete mais um show inesquecível.
A organizada completou 29 anos ontem e a comemoração começa hoje, com a bateria agitando a Baixada e muitos fogos e sinalizadores. A festa oficial será no dia 4 de novembro, em uma chácara, com muito chope e churrasco. Outras informações pelo telefone 3332-5984.
Solução do Expoente pode sair esta tarde
Uma reunião na tarde de hoje pode acabar com o último empecilho para a conclusão da Arena da Baixada. Prefeitura, vereadores e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) tentam encontrar uma solução para o problema que envolve o colégio Expoente.
O colégio está deixando o terreno ao lado da Arena, que foi comprado pelo Atlético. A nova sede da instituição de ensino está sendo construída a apenas duas quadras do estádio rubro-negro, mas as obras foram embargadas pela Prefeitura. A Lei de Zoneamento Urbano não permite a construção no local. Uma das possíveis saídas seria a mudança da legislação para a região.
Caso uma solução seja alcançada esta tarde, o anúncio pode ser feito durante o jogo entre Atlético e Nacional, pelo prefeito Beto Richa.
COPA SUL-AMERICANA
quartas-de-final – jogo de volta
Súmula
Local: Kyocera Arena, em Curitiba
Horário: 22h
Árbitro: Carlos Chandía (Chile)
Assistentes: Pablo Pozo e Lorenzo Acuña (ambos do Chile)
ATLÉTICO-PR / BRA x NACIONAL / URU
Atlético
Cléber; Jancarlos, Danilo, João Leonardo e Michel; Erandir, Alan Bahia, Cristian e Ferreira; Marcos Aurélio e Denis Marques. Técnico: Oswaldo Alvarez.
Nacional
Bava; Jaume, Godín e Pallas; Vázquez, Brítez, Delgado, Tejera e Viana; Perrone e Garcés. Técnico: Martín Lasarte
Nacional vai pro abafa na Baixada
Carlos Simon
O Nacional, do Uruguai, não teria mesmo muita escolha. E como se não bastasse a necessidade de marcar pelo menos dois gols, o técnico deu pistas e o histórico recente indica que o tricolor uruguaio partirá para cima do Atlético na luta por uma vaga nas semifinais da Copa Sul-Americana.
O técnico Martín Lasarte estabeleceu um gol no início como meta durante o jogo. ?Assim a situação muda, o público pode reagir de maneira adversa. A idéia é marcar ainda no 1.º tempo?, disse à reportagem da Tribuna.
A situação do Nacional é idêntica à das oitavas-de-final da última Libertadores, quando perdeu o primeiro jogo em casa para o Inter por 2 a 1. Na volta, no Beira-Rio, o tricolor não se intimidou e atacou os colorados desde o início. O jogo ficou no 0 a 0, mas o Nacional, que já era dirigido por Lasarte, teve dois gols anulados – no 1.º tempo, logo aos cinco minutos, a arbitragem paraguaia assinalou impedimento inexistente.
Mas a equipe uruguaia reconhece o outro lado da moeda – a postura ofensiva abre espaços na defesa. Lasarte assistiu ao jogo do Atlético com o River Plate, da Argentina, quando o Rubro-Negro encontrava-se em situação semelhante (vencera o jogo de ida como visitante). ?O Atlético merecia ter vencido o River. É um adversário muito duro?, afirmou o treinador.
Para piorar, o Nacional não terá seu principal atacante, Alonso, 19 anos, autor do gol no jogo de ida, que passou por cirurgia no joelho. No lugar dele deve entrar o panamenho Garcéz. Em compensação, voltam ao time o goleiro Bava e o zagueiro Pallas, recuperados de um surto de caxumba, e o beque Godín, que estava suspenso.