Atlético mostra garra e vence o Corinthians por 3×1

O primeiro passo está dado. Os jogadores do Atlético fizeram um pacto em prol da reabilitação no campeonato brasileiro e cumpriram com sobras. Debaixo da tempestade que caiu em Curitiba, o Furacão aproveitou para arrasar o Corinthians e deixar a crise que rondava a Baixada com os paulistas. Numa tarde/noite do atacante Ilan, que marcou os três, o Rubro-Negro sapecou um 3 a 1 com direito a artilharia da competição e tudo o mais. Com o resultado, o time subiu para a 17.ª posição e vai em busca de sua primeira vitória fora de casa, contra o São Caetano, na quarta-feira.

A expectativa de grande jogo se confirmou em cheio. Com o estádio lotado, televisão para todo o Brasil e presença de um dos principais times do país com o técnico Geninho e o volante Cocito do outro lado, a motivação cresceu e o Atlético nem lembrou aquele time apático que foi facilmente batido pelo Vitória, na rodada anterior. A torcida não deixou por menos e a organizada Os Fanáticos, num gesto de carinho, gritou os nomes de Geninho, Gustavo (atualmente no São Caetano) e Cocito, reverenciando alguns dos heróis do título brasileiro de 2001, que voltaram à Arena. O técnico Osvaldo Alvarez e o massagista Bolinha também tiveram seus nomes exaltados antes da partida.

Gentilezas à parte, o que se viu após o apito de Luciano Gaciba da Silva foi um jogo de muita pegada, com duas equipes tentando fugir da eminência de crise. O Corinthians teve a oportunidade de logo dar um chega para lá no baixo astral. O meia Kléberson cometeu pênalti em Moreno, mas o lateral Rogério desperdiçou a cobrança e mandou a bola na trave. A sorte bateu à porta do Furacão, a torcida sentiu que era o dia da reabilitação e passou a jogar junto. O time entendeu e deu a resposta em campo.

Com uma garra não mostrada nos últimos jogos, o Rubro-Negro partiu para cima dos corintianos e, mesmo quando era atacado, tinha nas defesas de Diego a muralha para segurar. O primeiro gol não demorou a vir. O lateral-direito Alessandro roubou uma bola na defesa e arrancou para o ataque, abriu caminho entre os adversários e passou para Ilan, que se livrou da marcação e chutou na saída de Doni. Foi a primeira ducha de água fria nos paulistas. Logo em seguida, desabaria um temporal na cidade e deixaria o gramado tão inundado que Gaciba não teve outra alternativa a não ser paralisar a partida aos 30 minutos da primeira etapa.

Diminuída a chuva e melhorado o estado do gramado após 28 minutos de espera, as duas equipes voltaram a jogar. Com a vantagem no placar, o time de Vadão passou a “administrar” a partida, ou seja, bola para o alto, para o ataque e até para o mato se fosse necessário. Sem poder rolar a bola adequadamente, o mais importante era não deixar o adversário dominar a partida. A tática deu certo e a água se tornou um aliado do time rubro-negro. Ilan que o diga. Após um escanteio cobrado por Kléberson, Leomar cabeceou para o gol, Doni rebateu na poça e o artilheiro do campeonato só completou.

Na segunda etapa, a chuva voltou a encharcar o gramado, mas desSa vez a partida foi até o final. Adaptado ao piso escorregadio, o time de Vadão soube controlar a partida e resistir a um princípio de pressão que os corintianos tentaram impor. Mas, os paulistas não suportaram o toque de bola rápido e a maior categoria dos rubro-negros e começaram a apelar. O lateral Moreno levou um olé de Dagoberto, apelou e foi expulso. A superioridade numérica facilitou as coisas para o Furacão e o terceiro gol era questão de tempo. Até o zagueiro Capone arriscou e quase marcou um golaço de sua intermediária.

Mas, quem tem estrela brilha mais. Após uma bola sobrada, novamente na poça, Ilan recolheu a pelota e encobriu o goleiro adversário com um apenas um tapa. Delírio na Arena, que tremeu com a alegria dos mais de 20 mil torcedores. Festa nas arquibancadas e mais gritos de “Geninho, Geninho” e “Vadão, Vadão”, além do olé tradicional. Já próximo do final, o atacante Gil aproveitou para também deixar sua marca, mas não havia mais tempo para a reação corintiana.

CAMPEONATO BRASILEIRO

1.º Turno – 16.ª Rodada

Local: Arena da Baixada
Arbitragem: Leonardo Gaciba da Silva (RS), auxiliado por Altemir Hausmann (RS) e Villy Tissot
Gol: Ilan aos 22 e 40 do 1.º tempo; Ilan aos 36 e Gil aos 42 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Fabinho, Dagoberto, Leandro, Capone, Fabrício
Expulsão: Moreno
Renda: R$ 263.230,00
Público pagante: 19.963
Público total: 21.894

ATLÉTICO
3 X 1
CORINTHIANS

ATLÉTICO
Diego, Alessandro, Capone (Ígor), Rogério Correia, Ivan, Leomar, Luciano Santos, Kléberson, Jádson , (Douglas Silva), Ilan, Dagoberto (Fernandinho), Técnico: Osvaldo Alvarez

CORINTHIANS
Doni, Rogério, Ânderson, Fábio Luciano, Ivan, Cocito (Renato), Fabinho, Jorge Vágner (Fabrício), Leandro (Fumagalli), Gil, Liédson, Técnico: Geninho

Artilharia de Ilan vira resposta à imprensa de SP

Já está se tornando rotina. É só o Atlético jogar contra um dos principais clubes do país, com a Arena lotada e televisão para todo o Brasil, que o artilheiro Ilan marca três de uma vez só. Foi assim contra o Flamengo e agora contra o Corinthians. Tudo para o delírio da torcida atleticana, que fez tremer novamente o Caldeirão. Mais do que isso, o artilheiro atleticano se tornou o principal goleador do Brasileirão, com 13 gols, e calou os críticos de sua convocação para a seleção brasileira.

“É a confiança de novo. A gente precisava de uma vitória como essa”, disse o artilheiro. Para ele, os três pontos vão dar um novo ânimo ao time e garantir o prosseguimento da meta de o time estar entre os oito primeiros já ao final do primeiro turno, além de ser um tapa de luva na imprensa paulista, que não engoliu sua convocação para a Copa das Confederações. “Eu não me preocupo com o que eles dizem, mas vou continuar a trabalhar para ser lembrado sempre pelo Parreira.”

Já o zagueiro Capone apontou a nova fase que o time deve viver a partir de agora. “Esse é o nosso futebol. A gente precisava falar menos e jogar mais e o resultado veio nessa partida”, desabafou o zagueiro Capone. Para o lateral-direito Alessandro, a equipe mostrou o que sabe jogar. “O grupo é bom e mostrou isso contra o Corinthians, agora é manter essa pegada”, arrisca.

Desfalques

Sem nenhuma folga, o time do técnico Osvaldo Alvarez já começa hoje à tarde a preparação para a maratona que terá no mês de julho. São mais oito partidas até o dia 30, quatro fora e quatro em casa. O próximo compromisso já é na quarta-feira à tarde contra o São Caetano e Vadão não poderá contar com a zaga titular. Capone recebeu o terceiro cartão amarelo e cumprirá suspensão automática. Já Rogério Correia será submetido a uma artroscopia no joelho esquerdo para a retirada de um corpo estranho e ficará, pelo menos, duas rodadas fora da competição. Para suprir a ausências deles, o treinador deverá escalar Ígor e Juliano.

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