Atlético mira o mercado latino-americano

A busca por reforços no Atlético está esbarrando na questão salarial já que vários contatos estão sendo realizados, mas os valores exorbitantes solicitados por jogadores que atuam no País impossibilitam as negociações, como afirmam o presidente rubro-negro Marcos Malucelli e o diretor de futebol Ocimar Bolicenho.

Por isso o mercado sul-americano, que apresenta “produtos” de relativa qualidade e baratos – se comparados com o preço praticado pelo mercado brasileiro, ou ainda o repatriamento de jogadores da Europa , é apontado com uma solução.

E o Atlético, nos últimos anos, tem contado com a presença de atletas latinos em seu elenco. Alguns conquistaram grande destaque, principalmente os vindos da Colômbia, enquanto outros tiveram passagens apagadas.

A contratação de estrangeiros como solução para o Rubro-Negro torna-se uma decisão arriscada, principalmente devido a adaptação. É necessário tempo para essa adaptação e são poucos aqueles atletas que chegam e correspondem logo.

Como o Atlético não tem muito tempo (objetiva a conquista do estadual e Copa do Brasil) e quer errar pouco nas contratações (já que tem dinheiro para realizar apenas três grandes tacadas), apostar em soluções estrangeiras, com potencial mediano, é um risco.

Vai e vem

Basta fazer análise dos cinco últimos anos, período que o Atlético sempre contou com jogadores latinos. Com exceção do meia Ferreira, que tornou-se ídolo no clube, e do volante Valencia, atualmente imprescindível no setor de marcação do meio-campo rubro-negro, as demais apostas não corresponderam.

Em 2009, o argentino Rodrigo Diaz desembarcou no CT do Caju. Treinou e se condicionou fisicamente, mas não jogou uma partida sequer. O paraguaio Julio dos Santos chegou em 2008 como uma grande contratação, porém em campo não conseguiu demonstrar toda a sua qualidade. Jogador habilidoso, mas que não se adaptou ao futebol brasileiro.

Ainda pertence ao Furacão, mas está emprestado ao Cerro Porteño, do Paraguai. Em 2007, o atacante colombiano Dayro Moreno foi outro que teve poucas oportunidades. Marcou um gol no Brasileirão e depois acabou sendo dispensado.

Mesma história teve, em 2006, o avante colombiano Sérgio Herrera. Neste mesmo ano, o uruguaio Paulo Pezzolano jogou algumas partidas no campeonato paranaense e não emplacou.

O goleiro colombiano naturalizado argentino Navarro Montoya também não vingou. Em 2005, o lateral-esquerdo colombiano Marin chegou com um bom cartaz, mas no gramado alternou boas e más partidas.

O zagueiro equatoriano Baloy foi bem, mas acertou logo sua transferência. O goleiro colombiano Viáfara, em 2007, também teve atuações boas, porém seu estilo de jogar muito com a bola nos pés causou certa desconfiança e ele foi emprestado para o Vitória-BA.

Outros jogadores com passagens apagadas, que pouco ou quase não defenderam o Furacão são o goleiro uruguaio Carlos Nicola, os peruanos Carlos Flores e Abel Lobatón (2000); o zagueiro boliviano Ronald Rades (2004) e o zagueiro argentino Ariel Graña (2002). Apesar de tantas “barcas furadas”, o mercado sul-americano também já proporcionou ao Atlético um ídolo: o uruguaio Gustavo Matosas em 1995 e 96.