Atlético joga mal e cai diante do Santos por 2 a 0

A sina continua e o Atlético completou ontem 49 dias sem vencer uma partida sequer. Dessa vez, foi o Santos que aproveitou a crise do Rubro-Negro para tirar sua casquinha. Nem a mudança do esquema tático ajudou o Furacão, e mesmo com o 3-5-2 e tudo mais, o time comandado por Givanildo de Oliveira perdeu mais uma. Com os 2 a 0 sofridos no Estádio João Paulo II, em Mogi Mirim, a equipe já amarga a vice-lanterna do Campeonato Brasileiro. O próximo compromisso na competição será o Botafogo, sábado, no Maracanã.

Tal como a melancolia de jogar somente para a imprensa, o Atlético entrou em campo. Triste, cabisbaixo, sem muito viço, sem muita vontade de vencer. Não venceu e não perdeu de mais porque o Peixe não forçou na segunda etapa. Tivesse pressionado um pouquinho além e poderia ter goleado os comandados de Giva. E olha que o Atlético jogou como os jogadores gostam. No 3-5-2, com os alas soltos para atacar. Enquanto tiveram fôlego, o estreante Carlos Alberto e Fabrício até conseguiram boas oportunidades pelas extremas ou nas cobranças de falta, mas cansaram e foram substituídos.

Sem a força desses dois, não restou muita coisa. Enquanto Pedro Oldoni era obrigado a sair da área para buscar a bola, o meio mais carregava do que armava. Foi assim com Ferreira e Evandro e quando Válber entrou ficou na mesma. Restou a Erandir e Alan Bahia tentar alguma coisa no ataque, mas aí não é a praia deles. Se esforçaram, pelo menos. No final, ainda entrou Dênis Marques, que manteve a má fase e não acrescentou nada.

Para piorar as coisas, já que o meio e o ataque não se acertavam, a zaga também colaborou e falhou. Primeiro, deixou Kléber tocar de calcanhar para De Nigris, livre, completar, ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, viu Rodrigo Tabata lançar Reinaldo, que só completou na saída de Cléber. Aliás, o goleiro fez uma defesa fantástica, se não poderia ter sido até mais.

Givanildo já está ?desconfortável? no cargo

E agora, Givanildo? Contratado como substituto do alemão Lothar Matthäus no Atlético, o pernambucano veio cheio de vontade de mostrar seu potencial também no Sul, mas já dá sinais de desânimo após a derrota de ontem para o Santos por 2 a 0. Sem reforços e ainda perdendo jogadores importantes como Dagoberto, Michel Bastos e Rodrigão, o comandante do Furacão fala que não tem medo de demissão, mas admite que isso pode acontecer se o time não reagir.

?Quando eu digo que vim para o Atlético na hora errada, não estou aqui dizendo que não tenho culpa, tenho. Eu não tenho medo de perder emprego, mas tem que se entender que eu estou começando meu trabalho?, apontou. De acordo com ele, o time precisa contratar. ?Eu vim com a esperança de reforços. Vocês mesmos (repórteres e imprensa em geral) disseram que é necessário reforços. Não é agora não. Antes da minha chegada, vocês já falavam isso. Pela participação no Estadual e o próprio grupo sabe, porque me lembro bem que o Rodrigão deu uma entrevista e falou que precisava de mais gente para ajudar?, justificou.

Sincero, como sempre, Giva diz que já está desconfortável no cargo. ?Estou sim, por não estar ganhando. Medo, não. E ficar desempregado é uma coisa natural no futebol. O treinador só não é ameaçado quando ele está em casa, sem trabalhar. Quando ele começa a trabalhar, sempre está ameaçado?, desabafou. E assim ele deverá trabalhar durante a semana no CT do Caju. A última vitória da equipe aconteceu no dia 5 de março. Já Givanildo dirigiu a equipe três vezes, empatou uma e perdeu duas.

Reforços

O atacante Warley deverá se apresentar hoje na Baixada para a realização de exames médicos. A diretoria não confirma a contratação. Além do atacante, o clube procura mais um zagueiro e um volante.

Jogadores temerosos com a situação

Após a segunda derrota seguida no Campeonato Brasileiro, os jogadores do Atlético sentiram o drama. Se não começarem a reverter a situação agora, o Rubro-Negro pode se complicar mais para frente na competição e passar sufoco para se manter na Série A. ?Nós entramos no buraco e temos que saber como sair?, apontou o goleiro Cléber. Ele e o restante do elenco do Furacão concordam: o time está triste e sem brilho e está jogando assim há muito tempo. Já são seis jogos sem vitória entre Paranaense, Copa do Brasil e Nacional.

?A nossa equipe, desde aquele jogo contra a Adap, está jogando sem brilho. Então, nós temos que voltar a ter essa vontade de vencer uma partida porque é muito ruim você ficar numa situação dessa sem poder fazer nada?, desabafou o arqueiro. Já o zagueiro Paulo André diz que está faltando a bola entrar. ?Todo jogo a gente sai atrás e para reagir fica difícil. O psicológico já está ruim e saindo atrás fica mais difícil para reagir?, analisou.

Enquanto isso, o zagueiro Alex acredita que o problema é a metafísica. ?Potencial, a gente tem. Na hora do passe final está faltando um pouco mais de concentração e de contar mais com a sorte?, declarou. Segundo ele, a diretoria e a comissão técnica estão dando a tranqüilidade necessária para o time trabalhar. ?Eles estão dando o maior apoio para a gente e espero que a gente possa corresponder daqui para frente?, disse. Amanhã, o elenco volta a trabalhar no CT do Caju e o treinador começa a montar a equipe para a partida contra o Botafogo.

CAMPEONATO BRASILEIRO
2.ª Rodada
Local: Papa João Paulo II (Mogi Mirim)
Árbitro: Cléver Assunção Gonçalves (MG)
Assistentes: Marco Antônio Martins (MG) e Miguel Dias Camilo (MG)
Gol: De Nigris aos 11 do 1.º tempo; Reinaldo aos 27 do 2.º tempo
Renda: não divulgada
Público: sem venda de ingressos

Santos 2 x 0 Atlético

Santos
Fábio Santos; Manzur, Ronaldo e Luís Alberto (Domingos); Neto, Wendel (Heleno), Cléber Santana, Léo Lima e Kléber; Reinaldo e De Nigris (Rodrigo Tabata). Técnico: Vanderlei Luxemburgo

Atlético
Cléber; Danilo, Alex e Paulo André; Carlos Alberto (Dênis Marques), Alan Bahia, Erandir, Ferreira e Fabrício (Ivan); Evandro (Válber) e Pedro Oldoni. Técnico: Givanildo de Oliveira

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