Atlético entra no campeonato tentando reencontrar o rumo

De favorito ao título do Campeonato Paranaense e apontado como um dos pretendentes à Copa do Brasil, o Atlético inicia o Brasileirão com expectativas mais modestas. Vivendo uma crise pelos vexames seguidos no início da temporada, o Rubro-Negro tenta reencontrar o rumo, colocar a casa em ordem e reavaliar as pretensões para a temporada. Sem grandes investimentos e com jogadores importantes machucados, o Furacão entra na competição apenas como franco-atirador.

O ano parecia promissor para os lados da Baixada.

A maior parte do elenco foi mantida, a contratação de um treinador/celebridade (Lothar Matthäus) projetou o clube em âmbito mundial, um calendário cheio e com possibilidade de grandes conquistas. Ledo engano. Deu tudo errado.

O time foi patinando nas mãos do alemão, com seus métodos ?inovadores?, e nas mãos dos auxiliares pouco aptos, o clube apresentou problemas de caixa e as vergonhosas desclassificações geraram protestos da torcida.

Restou a Givanildo de Oliveira segurar o rojão. Calejado no Norte e Nordeste, o pernambucano tenta fazer história no Sul, mas terá que trabalhar demais se quiser se consagrar fora de seu hábitat. Problema é o que não falta. E se faltar, a diretoria arranja um, como impedir os jogadores de darem entrevistas, dificultar o trabalho da imprensa e ameaçar os torcedores descontentes.

Para piorar a situação do treinador, tradicionalmente, o comandante do time no início da competição não é o mesmo que termina. Uma verdadeira sina, que manda para a guilhotina profissionais consagrados como Valdir Espinosa, Osvaldo Alvarez, Abel Braga, entre outros, como apostas duvidosas do tipo Artur Neto e Gílson Nunes. Se conseguir superar essa triste estatística, o pernambucano terá tudo para fazer uma grande campanha.

No rol de problemas de Giva estão as contusões do atacante Dagoberto e do lateral-esquerdo Michel Bastos, entregues ao departamento médico. Além disso, mesmo com o restante do elenco formado por jogadores promissores, mas pouco experientes. Mesmo assim, a diretoria não está acenando com reforços de ?peso?. No máximo, revelações de equipes sem muita tradição. Dessa forma, Givanildo terá que se desdobrar para armar um time competitivo e lutar por uma vaga na Copa Sul-Americana.

Esquema conservador

Ao contrário dos últimos anos, o Atlético passa a atuar no 4-4-2. Adepto do esquema tradicional, o técnico Givanildo de Oliveira deixou de lado o 3-5-2, consagrado no clube desde o título de 2001. Assim como a seleção brasileira, o pernambucano prefere manter os laterais mais contidos, com dois volantes fazendo uma forte marcação para que o quadrado da frente tenha mais liberdade para criar e atacar. Tempo para ele treinar, está tendo. Resta saber se as contusões, que já estão atrapalhando, e a falta de bons reforços irão atrapalhar os planos do substituto de Lothar Matthäus.

Isso não quer dizer que o time vá atuar sempre da mesma maneira. O treinador já avisou que pode mudar, mas não testou nenhuma outra alternativa. Deveria. Os laterais que o time dispõe estão mais para alas. Tanto do lado direito, quanto do esquerdo. O maior exemplo é Michel Bastos, que fez uma grande temporada pelo Figueirense jogando solto. Quando voltou ao CT do Caju, foi fixado na lateral e deixou a desejar. A mesma dificuldade estão tendo Jancarlos e Moreno.

Uma boa variação seria recuar Erandir para a zaga. No ano passado, Antônio Lopes variava sempre o 3-5-2 com o 4-4-2 num mesmo jogo. Tanto Marcão, quanto Jancarlos ou mesmo Alan Bahia se juntavam a Danilo e Paulo André para liberar os meias de criação. Atualmente, a imprensa não pode mais acompanhar os treinamentos e Givanildo não entra muito em detalhes sobre as questões táticas. Pelas informações que saem do CT, a parte técnica e física têm ganhado mais destaque da atual comissão.

Aliás, o retrospecto de Givanildo na Série A não é dos melhores. Em 148 jogos na competição, dirigindo equipes como Náutico, Sport, Santa Cruz, Fortaleza e Paysandu, ele ganhou apenas 42 vezes, empatou 46 e perdeu 60. Números nada empolgantes que o profissional espera reverter em sua segunda experiência no Sul no país. A primeira foi no Criciúma, mas ele prefere esquecer os dois meses que passou em Santa Catarina.

Rodrigão ?amarelou?

O técnico Givanildo de Oliveira poderá ganhar um problema de última hora para a estréia do Atlético no Campeonato Brasileiro. O atacante Rodrigão está com suspeita de hepatite e ainda não está confirmado para a partida contra o Fluminense. O departamento médico do Rubro-Negro irá realizar alguns exames no atleta para definir melhor o que está acontecendo. Hoje, o treinador comanda o coletivo apronto no Estádio Joaquim Américo e define a equipe que pega o Tricolor das Laranjeiras. O confronto está programado para as 18h10 de domingo, na Baixada.

De acordo com o clube, ainda não se sabe exatamente qual o problema com o jogador. Por isso, nos próximos dias, Rodrigão será submetido a uma bateria de exames. A suspeita dos médicos é de um ?quadro viral?, que pode ter levado o atacante a contrair a hepatite, também conhecida por amarelão. Alguns tipos da doença são contraídos pela ingestão de água ou alimentos contaminados e outros tipos através do sangue. Ontem, no entanto, o jogador trabalhou normalmente com o restante do elenco. Se treinar hoje, deverá estrear no Brasileirão.

Caso Rodrigão seja vetado pelo departamento médico, o meia Fabrício e os atacantes Ricardinho e Pedro Oldoni são os candidatos a jogar ao lado de Dênis Marques. Na verdade, se Fabrício entrar na equipe, ele ficaria pela meia enquanto Ferreira seria adiantado. Já os outros dois seriam opções ofensivas de fato. Além dessa dúvida, o treinador ainda vai esperar pelo lateral-esquerdo Ivan.

O jogador está recuperado de um problema na coluna, voltou aos treinos normais e disputa a posição com Moreno. O problema é que ele ainda não está completamente condicionado e está sem ritmo de jogo.

De qualquer forma, Givanildo quer observar melhor, Ivan, antes de definir quem vestirá a camisa 6. Se ele não estiver apto para atuar os 90 minutos, Moreno será mantido na equipe.

?Reforço? já treinava no Caju

O atacante Jônatas deverá ser o ?reforço? que o técnico Givanildo de Oliveira pediu à diretoria do Atlético. Pelo menos é o que dá a entender. O jogador estava acertado para se transferir para o Sport, mas os dirigentes rubro-negros mandaram ele dar meia-volta e retornar ao CT do Caju. O treinador aposta no jogador, contratado ano passado na polêmica parceria com o Guarani e que estava na Portuguesa Santista, mas também quer um volante e um zagueiro. De qualquer forma, a diretoria mantém os contatos e tenta outros nomes como o de Toni, do Ipiranga/PE.

Depois de anunciado no sábado pelo time pernambucano, a diretoria do Furacão acabou melando a transferência a pedido de Givanildo. Dessa maneira, Jônatas se integra ao elenco atleticano para a disputa do Campeonato Brasileiro e Copa Sul-americana.

Outro que pode voltar a jogar pelo Furacão é o volante Marcus Winícius, que estava emprestado ao Bragantino. O acerto com o zagueiro Glauco e o atacante Marcos Aurélio, ambos do Bragantino, pode ser fechado a qualquer momento.

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