Atlético e Paraná Clube fazem jogo decisivo na Arena

Só a vitória interessa para Atlético e Paraná no clássico de hoje, às 18h10. As duas equipes estão brigando contra o rebaixamento e o resultado pode ser decisivo para as pretensões de seguir na elite do futebol brasileiro. O Furacão ocupa a 16.ª posição da classificação, com 32 pontos, apenas um à frente do Tricolor, e busca manter os 100% de aproveitamento na Arena sob o comando de Ney Franco.

Já o Paraná quer os três pontos para sair da ?zona da degola? e ganhar forças para o restante do Brasileirão.

O clima de rivalidade, demonstrado pelas diretorias no decorrer da semana, deu uma pequena amostra do que os jogadores devem apresentar em campo – uma partida extremamente nervosa e movimentada. Esperança de um grande jogo e muitas emoções ao torcedor.

Símbolo

Apoiado pela torcida, que comparecerá em grande número na Arena, o Rubro-Negro não pensa em outro resultado senão a vitória. O meia Netinho, outrora criticado pela torcida, atualmente é encarado como símbolo da superação atleticana. O jogador é um dos únicos remanescentes do time que foi desclassificado pelo Paraná na Arena, no Paranaense 2007. Inclusive foi expulso naquele confronto e prejudicou o rendimento atleticano.

Passados cinco meses, Netinho deu a volta por cima e deixou de ser o atleta que jogava improvisado para ter uma vaga como titular. Segundo ele, o que mudou daquele Atlético para a equipe que entrará em campo logo mais é o espírito de união. ?Para superar um momento ruim, o fator principal é a união da equipe. E foi isso que aconteceu. Todos jogando e se preocupando. E com o apoio da torcida, os jogadores ficaram mais felizes e com ânimo redobrado?, explicou.

A conquista dos três pontos no clássico virou uma questão de honra para os rubro-negros, principalmente pelo último resultado entre os rivais, jogando na Arena: derrota por 3 a 1. ?Tenho más recordações daquele jogo da semifinal.

Mas isso servirá como motivação para que eu faça uma boa apresentação?, afirmou o meia, que terá a missão de armar o Furacão no clássico.

Para desempenhar o bom futebol que tem apresentado nos últimos jogos, hoje à noite Netinho terá um incentivo a mais, que virá das arquibancadas da Arena. Lá estará seu pai, vibrando e torcendo pelo filho e por uma vitória rubro-negra.

Irapitan Costa

Foto: Valquir Aureliano
Artilheiro do Brasileirão com 17
gols, Josiel retorna ao Tricolor com
a missão de balançar a rede
do
Furacão e surpreender os
donos da casa.

?Eles desprezam todos nós. Mostrem que eles estão errados. Vençam!!!?. Esta era apenas uma das faixas levadas por integrantes da Fúria Independente ao estádio Durival Britto, no último treino do Paraná Clube para o clássico decisivo desta noite, às 18h10, no Joaquim Américo. Assim como a imprensa, os torcedores só tiveram acesso ao estádio após o término do treino tático de ontem, onde Lori Sandri definiu a equipe que encara o Atlético.

Cerca de 30 torcedores marcaram presença na arquibancada e confirmaram um pacto por vitória. Falaram rapidamente com alguns jogadores, mostrando que ?estão juntos? na missão de tirar o Tricolor da terrível zona do rebaixamento. ?Vamos dar

o nosso apoio, com muita raça. Vai ser assim nessas 12 rodadas?, asseguraram os paranistas. Uma mobilização que se estende a todo o departamento de futebol.

Sob a cartilha de Lori Sandri, os jogadores entraram no ?jogo de mistério? para o duelo.

Matreiro, o treinador optou por treinos secretos para efetuar os ajustes finais para o clássico. ?Não vou inventar nada, não?, alertou Lori Sandri, sem no entanto confirmar qual a estratégia de jogo que irá aplicar. Desta vez, opções não faltam. Depois de conviver com dificuldades devido à uma série de lesões, a comissão técnica volta a contar com o goleiro Flávio, os zagueiros Nem e Luís Henrique e o atacante Josiel.

Só que Lori optou por não antecipar se todos eles estão em campo hoje.

Cozinha

No único treino ?aberto?, posicionou a equipe num 3-6-1, e com João Paulo na zaga. Porém, Luís Henrique atuou normalmente entre os reservas, mostrando que está bem, apesar dos 35 dias afastado do grupo por conta de uma lesão. O técnico não esconde que mesmo precisando da vitória, o primeiro passo é ?arrumar a cozinha?. O Paraná vem sofrendo muitos gols e Sandri vê nesse desequilíbrio o principal ponto a ser corrigido.

Por isso – e tendo em Nem um especialista ?na sobra? -, é provável que o Tricolor inicie o duelo desta forma. Por precaução, outros esquemas foram testados e até o 4-4-2 não está descartado. Nesse caso, a dúvida seria no ataque, onde Josiel ainda não encontrou um parceiro ideal.

Já atuou com Vinícius Pacheco e Vandinho, mas foi com Lima ao seu lado que o Tricolor obteve o melhor desempenho, no jogo contra o Corinthians. Só que para escalar mais um jogador de frente, o treinador ou abre mão de um zagueiro ou de um volante. ?O importante é que todos estejam focados, atentos à marcação. A partir daí, qualquer esquema é válido?, garantiu o comandante paranista.

Duelo dos "Patos"

Clewerson Bregenski

Foto: Valquir Aureliano
Confronto de hoje é uma prova
de fogo pros dois treinadores.

Contratados como salvadores da pátria, Ney Franco e Lori Sandri assumiram Atlético e Paraná, respectivamente, na 2.ª rodada do returno do Brasileirão. Após quase um mês de trabalho, os treinadores se enfrentam e com a dura missão de não perder o clássico de hoje, na Arena.

O treinador que falhar passa a carregar o fardo de colocar seu clube no rumo da Segundona. Já ao vencedor, a glória.

Pela diferença de vivência dentro do futebol paranaense de ambos treinadores, novamente a folclórica história do ?pato velho? contra o ?pato novo? se repete. Ney Franco, ao aceitar o convite do Atlético, assumiu pela primeira vez um clube paranaense, enquanto o rodado Lori Sandri já comandou o trio de ferro da capital e tem um vasto currículo como jogador e técnico.

Apesar da ?inexperiência?, no comparativo das seis rodadas à frente de seus clubes, o ?pato novo? tem melhor retrospecto que seu adversário. Ney Franco acumula 50% de aproveitamento dos pontos disputados, com 3 vitórias e 3 derrotas. Lori obteve 39% dos pontos e uma vitória a menos. No desempenho dos times, o Atlético está em melhor posição na classificação e possui melhor defesa. Ofensivamente, ambas equipes se equivalem (ver quadro).

Equilíbrio

Em um momento delicado da competição, Franco conseguiu dar equilíbrio e padrão de jogo à sua equipe, com variações do sistema 3-5-2. Mesmo à beira da zona da degola, uma aparente tranqüilidade reina no lado atleticano, tanto que o treinador não esconde escalação nem faz mistério para encarar o rival. ?Tudo é questão de momento. Em equipe que está ganhando e tendo boa seqüência, treinador não muda. E essa é a situação do Atlético. Depois que alteramos nossa forma de jogar (contra o Galo), o time vem bem?, analisou Franco.

Mas o principal trunfo atleticano é a ?nova fase? de entrosamento entre diretoria, torcida e time. Com a perfeita sintonia entre eles, a mística da Baixada está retornando e o atleticano espera que os bons resultados também reapareçam.

Enquanto isso, no rival, a situação é bem diferente.

Lori Sandri sequer definiu seu 11 titular e carrega a pressão de ter sua equipe figurando na zona de rebaixamento.

Pressão total

Clewerson Bregenski

Indiferente à situação do rival, que está na zona de rebaixamento, o Atlético entra em campo com força máxima. O meia Ferreira, dúvida durante a semana, foi confirmado e formará a dupla de ataque com Marcelo Ramos. O artilheiro, recém-contratado pelo Furacão, tentará no clássico de hoje alcançar uma marca importante em sua carreira. Fazer o seu 400.º gol como profissional.

No meio-campo, nenhuma novidade. Os volantes Claiton e Valencia serão acompanhados pelo armador Netinho. Na ala esquerda, Piauí assumiu definitivamente a condição de titular e Jancarlos permanece na ala direita. No sistema defensivo, Rhodolfo substitui o suspenso Danilo e terá a companhia de Antônio Carlos e Rogério Correa.

De acordo com Ney Franco, a fórmula para vencer o clássico é repetir as boas atuações que o Atlético fez contra Galo e Palmeiras, quando saiu-se vencedor na Arena. Para isso, o Furacão tem de iniciar a partida pressionando o adversário e marcando no campo de defesa do Paraná. ?Logicamente, não dá para marcar pressão o tempo todo. Mas a intenção é roubar a bola o mais próximo da meta deles e assim criarmos chances de gol?, explicou o treinador.

Histórias de Atlético e Paraná

Carlos Simon

O Atlético foi o maior do Brasil em 2001, mas não conseguiu superar seus rivais locais. No dia 6 de outubro, duas semanas antes de empatar sem gols com o Coritiba, o Furacão recebeu o Paraná Clube na Arena e ficou no 1 a 1. E os atleticanos, depois do jogo, consideraram o empate com o Tricolor um bom resultado – principalmente pela expulsão do lateral-direito Alessandro, no final do 1.º tempo. O Rubro-Negro, de Geninho, saiu na frente aos 15 minutos de jogo, com Rogério Correa, de cabeça, aproveitando cruzamento de Kléberson. O Tricolor, de Paulo Bonamigo, pressionou e empatou aos 39, após cobrança magistral de falta, com Lúcio Flávio.

Foi o primeiro empate do Tricolor, que após 16 rodadas ocupava o 7.º lugar – o time cairia de ritmo e terminaria o Brasileirão em 14.º lugar. O Atlético, então em 5.º lugar, mal sonhava com o título inédito que viria dois meses e meio depois.

CAMPEONATO BRASILEIRO

27.ª rodada

ATLÉTICO x PARANÁ CLUBE

Atlético

Viáfara; Rhodolfo, Rogério Correa e Antônio Carlos; Jancarlos, Valencia, Netinho, Claiton e Piauí; Ferreira e Marcelo Ramos.

Técnico: Ney Franco

Paraná

Flávio; Neguete, Nem e João Paulo (Vinícius Pacheco ou Lima); Araújo, Rafael Muçamba, Beto, Batista, Éverton e Paulo Rodrigues; Josiel.

Técnico: Lori Sandri

Local: Joaquim Américo, em Curitiba.

Horário: 18h10.

Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS).

Assistentes: Márcio Luiz Augusto (SP) e Claudemir Maffessoni (SC).

Transmissão – NET: canal 77 (analógico) e canal 122 (digital).

Central de vendas: 4004-8844.

Ingressos: Gols e curvas R$ 15; retas R$ 20; visitantes (esgotado) R$ 40.

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