Trio de Ferro

Atlético, Coritiba e Paraná Clube se unem para atrair patrocínio

“Trabalho conjunto” e “agenda positiva”. As duas frases servem de resumo para os propósitos dos responsáveis pelo marketing de Atlético, Coritiba e Paraná. Reunidos na semana passada, na abertura do Ciclo de Debates Mercadológicos, os dirigentes falaram abertamente sobre a intenção de unir forças em nome do futebol paranaense – e, claro, pelo crescimento do Trio de Ferro, que é a locomotiva do Estado.

Com experiência na iniciativa privada e no Atlético, o diretor de marketing do Coritiba, Roberto Pinto, não tem dúvida quando perguntado sobre as soluções para o Paraná (o Estado).

“Creio que é fundamental o trabalho conjunto dos três clubes, e uma união em torno do interesse comum, que é o crescimento do quadro associativo”, explica. “Nós precisamos de uma fonte de renda expressiva, como é o plano de sócios, e o meu sucesso será o sucesso do Atlético e do Paraná Clube”, completa.

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Waldomiro Gayer Neto: vitórias atraem patrocinadores.

Para ele, é fundamental o fortalecimento do conceito associativo. “Hoje, quando recebo mensagens por e-mail de torcedores, eu encaminho à secretaria perguntando se a pessoa é sócia ou não. Porque quem paga para ajudar o Coritiba tem que ter preferência”, resume Roberto Pinto. “E nós precisamos ter esta bandeira. Os clubes precisam estar fortes para brigar juntos pelas verbas no Clube dos 13”, avisa.

Vindo de outra realidade, o futebol gaúcho, o superintendente de marketing do Atlético, Paulo César Verardi, não consegue entender o que acontece por aqui. “Nós passamos quatro meses vendo a imprensa criticar o campeonato estadual sem dar uma ideia para melhorar. Assim não tem como atrair o público”, desabafa.

“Venho de um estado em que se defendem as cores do Grêmio e do Internacional, e precisamos fazer isto aqui. Chegou a hora de criar uma agenda positiva do futebol paranaense”, ressalta.

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Paulo César Verardi: é preciso uma agenda positiva.

Verardi espera a adesão da maioria. “Acho que isto depende dos clubes, da Federação Paranaense, dos torcedores e também da imprensa. No Paraná não se valoriza o produto que se tem. O resultado é que todos perdem”, comentou o dirigente rubro-negro, corroborado pelos colegas.

O vice-presidente do Paraná, Waldomiro Gayer Neto, que acumula por ora o comando do marketing (enquanto Márcio Villela se recupera de uma cirurgia), l lembra de um detalhe fundamental: “Por mais que o nosso trabalho seja importante, o fundamental é que o time corresponda. O melhor marketing é a vitória do clube. Nós tivemos um grande crescimento nos sócios depois dos resultados positivos na Série B.”

Gayer é um dos entusiastas da fórmula que transformaria a Copel em parceira dos clubes paranaenses. “É um acordo que envolveria todos os clubes da primeira divisão do Estado. Precisamos de empresas locais apoiando os nossos times”, afirma o vice tricolor.