Atlético completa 3.ª derrota consecutiva

A má fase continua acompanhando o Atlético, que estacionou na 18.ª posição do campeonato brasileiro. Ontem, o Rubro-Negro voltou a jogar mal e perdeu para o Juventude por 4 a 0, em Caxias do Sul, somando a terceira derrota consecutiva. Com os resultados da rodada, o Furacão ficou mais próximo da zona de rebaixamento e agora tenta a reabilitação diante do Internacional, quarta-feira, na Arena da Baixada.

Sem poder contar com Adriano e dispondo de Ilan, Alex Mineiro e Dagoberto, o técnico Mário Sérgio resolveu inovar mais uma vez e mexeu em vários setores de seu time. O volante Alan Bahia e o lateral-esquerdo Ivan deram lugar a Isaías e Michel Bastos, que não renderam o esperado. Para armar, Ilan foi incumbido da função, apesar de não vir jogando bem nem no meio nem no ataque. A opção pelo artilheiro acabou deixando de lado Fabrício e Fernandinho, que sentaram no banco, e Jádson e Rodriguinho, escanteados para o time B por opção técnica.

O resultado das mudanças, que o treinador diz ter treinado na sexta-feira pela manhã, escondido da imprensa, foi um time confuso e totalmente entregue ao modesto Juventude. Os gaúchos, com técnico interino e tudo, conseguiram dominar os 90 minutos, com poucas brechas para os atleticanos tentarem alguma coisa para cima do goleiro Márcio. Muito ao contrário. Se não levavam perigo para o adversário, o mesmo não acontecia na defesa, que exagerava em errar e deixar os atacantes entrarem na área de Diego como quisessem.

Foi assim na maior parte das jogadas e só não foi pior porque o árbitro não marcou um pênalti de Juliano em cima de Geufer no início da partida. Mesmo com a colher de chá, o sistema defensivo continuou falhando e Geufer abriu o placar após aparar um cruzamento, ajeitar, girar e chutar forte. O segundo saiu após Leonardo Manzi também receber sozinho e só completar. Não bastasse isso, o volante Luciano Santos vacilou na linha de fundo e deixou que Marcão recuperasse uma bola e cruzasse para Leonardo Manzi, novamente livre, mas desta vez de cabeça, ampliar a vantagem gaúcha.

Na segunda etapa, Mário Sérgio resolveu radicalizar e mudar no atacado. Voltaram Alan Bahia e Ivan, que, juntamente com Fernandinho, entraram para dar um novo ritmo ao time. As mudanças surtiram o efeito necessário, mas nem a sorte acompanhou os rubro-negros. Mal tinha reiniciado a partida e Ilan já perdia um gol inacreditável. Depois disso, o time de Mário Sérgio até esboçou uma reação, mas com a desvantagem no marcador e com o Juventude bem postado em campo, quem continuava levando mais perigo era o time de Plein Filho.

A defesa atleticana continuou dando brechas e o zagueiro Neto cabeceou uma bola na trave e quase ampliou. As linhas de passe na grande área se sucediam até Juliano perder uma bola na intermediária para Felipe, que cruzou para Renatinho chutar forte na saída de Diego e definir a goleada da partida.

Mário quer “mais vergonha”

O técnico Mário Sérgio, do Atlético, vai cobrar mais “vergonha na cara” dos jogadores e mantém o projeto de salvar o clube do rebaixamento e iniciar um trabalho para o ano que vem. Numa atribulada entrevista coletiva após a derrota para o Juventude, o treinador admitiu os erros de sua equipe e prega mais trabalho para tirar o Rubro-Negro desta situação. Para o compromisso contra o Internacional, quarta-feira, na Arena, o meia Adriano estará à disposição do comandante.

“Não é o esquema, não são os jogadores. São falhas que nós propiciamos uma vitória como se nós tivéssemos dado ao adversário. O que me dá vergonha é isso, porque o nosso time não fez nada para mudar o resultado e isso me deixou muito triste”, esbravejou. Tudo apesar de ter treinado secretamente na sexta-feira pela manhã e enganado a imprensa, que acabou divulgando uma programação errada.

“Houve toda uma preparação para o jogo e quando você perde acontece todo o tipo de especulação. Da minha parte não vai haver nenhum tipo de transferência de responsabilidade”, destacou. Segundo ele, o treino secreto não foi para despistar a imprensa. “Ninguém dá nada para ninguém. Eu tinha a necessidade de treinar o time com três atacantes e o resultado foi ótimo, só que no jogo não aconteceu”, revelou.

Essa decisão tomada pelo treinador acabou afetando os jogadores, que foram obrigados a também negar qualquer treinamento e a despistar sobre uma provável escalação e sistema tático a ser usado pelo time. Nas entrevistas, antes e depois dos jogos, cada um despistava como podia e alguns chegaram a declarar que só souberam da escalação momentos antes da partida. “A contradição existe porque eu pedi que eles não falassem. No momento que nós vivemos tudo o que puder ser usado é uma atitude corajosa”, explicou.

Números

Passada mais uma derrota, resta ao treinador reanimar a equipe para pegar mais uma equipe gaúcha. “Eu não peguei o time na 1.ª posição do campeonato, eu peguei em 18.º e ele continua em 18.º. Então, não existe milagre”, disparou. A declaração de Mário Sérgio vai ao encontro de seu aproveitamento à frente do Atlético no Brasileirão. Além de não ter andado para a frente na classificação, seu aproveitamento também não é muito maior em relação ao obtido por Osvaldo Alvarez. Enquanto o ex-treinador foi dispensado com 39,1%, o novo treinador está com 41,6%.

CAMPEONATO BRASILEIRO
2.º Turno – 32.ª Rodada
Local: Alfredo Jaconi (Caxias do Sul)
Arbitragem: Sérgio Cristiano Nascimento (RJ), auxiliado por Carlos Henrique Alves de Lima (RJ) e Vilmar Raul (RJ)
Gol: Geufer aos 21 e Leonardo Manzi aos 33 e 46 do 1.º tempo; Renatinho aos 29 do 2.º tempo
Cartão amarelo: Marcelo, Neto, Alan Bahia, Márcio, Evandro, Ilan, Mineiro
Renda: R$ 13.639,00
Público pagante: 5.504

JUVENTUDE
4 X 0
ATLÉTICO

JUVENTUDE
Márcio, Mineiro, Neto, Índio, Marcão, Evandro, Léo Inácio (Donizete Amorim), Marcelo, Hugo, Geufer (Renatinho), Leonardo Manzi (Felipe), Técnico: José Luiz Plein F.º.

ATLÉTICO
Diego, Ígor, Rogério Correia, Juliano, Alessandro, Isaías (Alan Bahia), Luciano Santos, Ilan, Michel Bastos (Ivan), Dagoberto (Fernandinho), Alex Mineiro, Técnico: Mário Sérgio.

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