Atlético começa 2006 já estruturado em campo

Se as expectativas da diretoria forem correspondidas, 2006 será mais um ano histórico para o Atlético. Os cartolas rubro-negros apostam na manutenção da base de 2005 para montar uma equipe em condições de brigar por todos os títulos da temporada.

Com o calendário cheio, com as disputas do Campeonato Paranaense, do Brasileirão e das Copas do Brasil e Sul-Americana, o clube terá que contar com um elenco numeroso. Por isso, garantiu a volta de jogadores que estavam emprestados e foram destaques em suas equipes, como o goleiro Cléber, o zagueiro Igor e o lateral Michel Bastos. Quem também pode permanecer é o meia Adriano Gabiru, caso o Atlético não feche negócio com o Internacional ou o Goiás. As duas equipes, que disputam a Libertadores deste ano, também querem contar com o meia.

Os jogadores que já estavam no clube também contam com a confiança da torcida. Jeancarlos, Paulo André, Alan Bahia, Ferreira, Evandro e principalmente Dagoberto são esperanças de muitas glórias em 2006.

Além disso, alguns reforços ainda podem chegar. Um lateral-direito, um volante e um atacante são as prioridades. No ataque, a novidade pode ser Rodrigão, que estava no Santo André e já revelou que está negociando contrato com o Furacão.

A história da temporada começa a ser escrita hoje. O elenco retorna definitivamente das férias e se apresenta no CT do Caju. Falta apenas saber quem será o treinador que vai assumir a missão de comandar o Furacão em busca dos troféus.

Libertadores: competência, sorte, e mais um vice

No início do último ano, poucos apostariam no sucesso do Atlético na Libertadores. A saída de alguns dos principais jogadores do time vice-campeão brasileiro em 2004 e a contratação do desconhecido técnico Casemiro Mior foram como uma ducha de água fria para a torcida rubro-negra. Mas, contrariando todas as expectativas, o time liderado por Diego, Marcão, Cocito, Evandro, Lima e Aloísio escreveu uma das mais incríveis sagas dos 81 anos do Furacão.

Na 1.ª fase, o Rubro-Negro enfrentou os colombianos América de Cali e Independiente Medellin e o paraguaio Libertad. Com 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas, o time contou com uma boa dose de sorte para seguir às oitavas-de-final.

Depois, o adversário na fase eliminatória foi o Cerro Porteño/PAR. E com uma sofrida vitória por 2 a 1, na Baixada, o Atlético levou para Assunção a vantagem do empate. Com raça o Atlético conteve a pressão do campeão paraguaio, que devolveu o mesmo placar de 2 a 1, levando a decisão para os pênaltis. Diego defendeu a cobrança do artilheiro Salcedo. Evandro fez o pênalti que garantiu o Furacão nas quartas-de-final.

E para deixar a torcida rubro-negra ainda mais ansiosa, o próximo desafio seria o Santos. Como a perda do título brasileiro de 2004 estava fresca na memória, os atleticanos encararam o confronto como a oportunidade da vingança.

Com toda a força da Arena lotada o Furacão encarou o time de Ricardinho, Deivid e Robinho. Lima marcou, aos 25 do 2.º tempo, o gol que garantiu a vitória atleticana por 3 a 2.

Na Vila Belmiro o Atlético não tomou conhecimento do Peixe. Aloísio marcou os 2 gols da vitória atleticana e colocou o time nas semifinais.

Agora, era a vez do Chivas Guadalajara. Cheios de confiança, após terem passado pelo Boca Juniors (4 a 0), os mexicanos chegaram a Curitiba esbanjando soberba. Numa das mais memoráveis apresentações de sua história, o Atlético venceu por 3 a 0. A vantagem deu tranqüilidade para o jogo de volta, em Guadalajara, onde o Rubro-Negro empatou em 2 a 2 e garantiu seu lugar na decisão do título.

O adversário seria o São Paulo, numa inédita final entre dois clubes do mesmo país.

Mas antes de a bola rolar, fortes emoções esperavam pela torcida rubro-negra. Os dias que separaram o jogo da 1.ª partida da decisão foram os mais intensos da história do clube. Usando como pressuposto o regulamento da competição, que exigia que o estádio da decisão tivesse capacidade para 40 mil pessoas, o São Paulo não aceitava jogar na Baixada.

A diretoria atleticana não se deu por vencida e resolveu encarar o desafio de ampliar a capacidade do estádio em mais 15 mil pessoas, num prazo de menos de quatro dias. Para isso, conseguiu resolver em poucas horas uma disputa que já durava anos e fechou um acordo na compra do terreno ao lado da Baixada, erguendo uma estrutura metálica.

Mas a Confederação Sul-Americana cedeu à pressão do São Paulo e marcou o jogo para o Beira-Rio, em Porto Alegre.

O Furacão empatou em 1 a 1 a primeira partida da decisão. E no jogo de volta, no Morumbi, a festa foi toda tricolor. O São Paulo goleou por 4 a 0, conquistando pela terceira vez o título de campeão da América.

Atlético ?já tem? o novo treinador

A promessa do Atlético apresentar um treinador hoje está adiada para até o final da semana. Sem pressa na escolha do comandante do Rubro-Negro para esta temporada, a diretoria do clube está barganhando para conseguir o melhor profissional em condições mais favoráveis. A favor do clube o mercado quase fechado para os técnicos de primeira linha e um calendário recheado de boas competições. Na bolsa de apostas, Muricy Ramalho (ex-Inter), Celso Roth (ex-Botafogo) e Toninho Cerezo (ex-Gamba Osaka) são os mais cotados.

?Temos o nome definido, as tratativas estão em andamento, estão encaminhadas, mas não evoluíram?, revelou João Augusto Fleury da Rocha, presidente do Furacão. De acordo com o dirigente, o Atlético está esperando que o ?escolhido? defina para onde vai em 2006. ?Outros clubes querem esse nome, depende de terceiros, mas acredito que essa definição não passe dessa semana?, apontou.

Pressa para isso, no entanto, o clube manda avisar aos pretendentes ao cargo que não tem. ?A pré-temporada está programada inteira, com ou sem treinador definitivo. Se não tiver essa pessoa na terça-feira, o Borba (Filho, coordenador de futebol) e Vinícius (Eutrópio, assistente técnico) comandam os trabalhos técnicos?, destacou. Para Fleury, o mercado se virou para o lado do clube neste início de ano. ?Quem quiser se empregar terá que ver com muitos bons olhos o Atlético?, justificou.

No pensamento da diretoria, com as melhores equipes brasileiras com treinadores definidos, a vaga na Baixada está cada vez mais valorizada e quem quiser trabalhar não poderá pedir muito e ainda terá que se enquadrar às exigências internas, como vir sozinho já que a comissão técnica está formada. Nesse contexto, Muricy é o sonho de consumo, mas que pode ser anunciado pelo São Paulo a qualquer momento. Um plano B poderá ser a repatriação de Cerezo, que cansou do Japão e quer voltar, ou em Celso Roth, que teve uma passagem atribulada pelo futebol carioca.

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