Ano novo, vida nova e nada de complicações no Atlético. Esse, pelo menos, é o pensamento do técnico Mário Sérgio, que finalmente pode começar um trabalho do zero e moldar a equipe com sua imagem e semelhança. Com o elenco praticamente formado e com as ?peças? da preferência do treinador, acabam as improvisações e sai de cena o esquema 3-5-2. A partir de agora, o Rubro-Negro vai se armar predominantemente no 4-4-2 para buscar os títulos do campeonato paranaense e brasileiro, mas sem favoritismos.
Após chegar com o bonde andando no Brasileirão do ano passado, Mário Sérgio foi obrigado a utilizar diversos esquemas. Entre as experiências estava a utilização de quatro zagueiros em linha, além das constantes inversões de laterais e utilização de volantes nas alas. Tudo isso valeu ao treinador a pecha de ?inventor?, alcunha que ele detesta.
Em 2004, com pré-temporada planejada de 30 dias e contratações para as posições carentes, a coisa muda de figura. ?Eu estou inclinado a mudar para a formação de quatro, com dois laterais e dois zagueiros?, revela o treinador. Segundo ele, essa mudança de atitude tem dois motivos principais. ?Devido as peças que eu vou ter e pelo campeonato paranaense exigir que você seja mais ofensivo?, explica.
No entanto, a formação ideal só irá aparecer durante o estadual. Como vários atletas estão fora de forma, alguns deles (como o zagueiro Marinho) farão um trabalho especial e demorarão mais tempo para se integrarem ao grupo que irá aos jogos. Outro problema é a regularização do atacante Washington, que ainda se arrasta na Fifa e deve demorar mais um pouco para ser resolvida.
Com o atual grupo, o provável time atleticano para a temporada deverá ter Diego; Alessandro (Ruy, se for contratado), Rogério Correia, Marinho e Marcão; Alan Bahia, Fabiano, Fernandinho e Adriano; Dagoberto e Washington (Ilan).
Humildade
Para ele, mesmo com o elenco praticamente fechado, reforçado e já em regime de concentração na pré-temporada, o Atlético não pode ser considerado o melhor. ?Eu digo que futebol é encaixe. Você pode ter no papel um baita time e não encaixar. Temos que torcer para as peças encaixarem?, pondera.
Alex Mineiro está com um pé no Galo
Por um salário de R$ 100 mil o atacante Alex Mineiro está indo jogar no Atlético-MG. A proposta do clube de Belo Horizonte superou a do Corinthians e se tornou irrecusável para o jogador. Para liberar o artilheiro, o Rubro-Negro deverá ganhar cerca de R$ 500 mil pelo empréstimo por um ano, mas exigiu a renovação de contrato com o herói do título de 2001 até dezembro de 2006.
Os últimos detalhes foram acertados numa reunião ontem à noite no escritório do empresário Juan Figer, em São Paulo. Estiveram presentes o presidente do conselho deliberativo do Furacão, Mário Celso Petraglia, o procurador do atleta, Haroldo Carlos Amorim, e representantes do Galo e do Timão, além do próprio Figer. A intrincada equação da transferência do jogador envolvia um contrato com o clube da Baixada até dezembro de 2005 e direitos federativos rateados entre o empresário (40%), o clube (30%) e o jogador (30%).
Com tantos interesses em jogo e com a vontade do jogador de encarar novos ares e até ficar mais próximo de casa, o Atlético/MG apareceu na jogada, atropelou os corintianos e levou o jogador. Em Belo Horizonte, ele terá contrato de um ano, com a possibilidade de um novo empréstimo ou até mesmo uma compra definitiva. Na última hora, os dirigentes paulistas ainda acenaram a cobertura da proposta, mas não conseguiram acertar com Petraglia. Para liberar para o Parque São Jorge, o Atlético pediu 50% do passe do atacante Jô, mais os direitos sobre o atacante Abuda e o volante Renato. Não foi atendido.
Sem negócio com os paulistas, a alternativa mais viável para satisfazer a vontade de Alex Mineiro e não sair perdendo foi renovar por mais um ano com o atleta e emprestá-lo ao Galo, que ofereceu R$ 500 mil por um ano de contrato. A idéia dos mineiros é responder ao Cruzeiro pela contratação do atacante Guilherme (ex-Galo), além de formar o ataque que perdeu Alex Alves e Fábio Jr.
A vinda do lateral-direito Ruy, que tem mais um ano de contrato com o Cruzeiro, ainda depende da liberação da diretoria do clube mineiro. Como o presidente Alvimar Perrela está viajando, as conversas entraram em compasso de espera. Além do Rubro-Negro, Botafogo e até o Coritiba já demonstraram interesse no atleta.
Enfermaria – O volante Alan Bahia ainda não está trabalhando com o restante do grupo porque está sentindo o púbis.
Amistosos – O técnico Mário Sérgio descartou a possibilidade de enfrentar alguma equipe antes do campeonato paranaense. Segundo ele, uma partida antes da competição poderia quebrar o ritmo de trabalho.
Atraso – O volante Vânderson tinha chegada prevista apenas para ontem à noite em Curitiba. Enquanto isso, o zagueiro Valnei continua no Rio de Janeiro resolvendo problemas particulares e não sabe quando se apresenta.