Atlético alimenta sonho da semifinal na Libertadores

A delegação do Atlético chega
a São Paulo, irradiando otimismo.

Santos – Se sonhos são possíveis, o Atlético quer continuar fazendo história e se manter na busca do título da Copa Libertadores da América. Mesmo vivendo dupla personalidade, é lanterna do campeonato brasileiro, o rubro-negro tenta manter a boa campanha na competição internacional e ir onde nunca foi antes.

Para tanto, precisa de um empate hoje contra o Santos para disputar a semifinal da competição. O confronto está programado para às 22h na Vila Belmiro.

Fácil, todos sabem que não vai ser, mas quem acreditava no "combalido" Furacão diante do Peixe com Robinho e companhia? A torcida acreditou e empurrou o Atlético para cima do adversário. O time jogou como nunca e superou o badalado Santos com um jogador a menos na maior parte do tempo. Se a vitória histórica por 3 a 2 não garantiu a classificação, pelo menos deu a tranqüilidade necessária para fazer os jogadores sonharem mais alto, e por que não dar mais um passo na Libertadores.

Para se classificar, o rubro-negro precisa empatar ou até perder por diferença de um gol, desde que marque três, no mínimo. Se perder por 3 a 2, a decisão será nos pênaltis. Se a sorte e a competência continuarem do lado rubro-negro, como esteve na decisão do Paranaense e da vaga contra o Cerro Porteño, nas oitavas-de-final, o Peixe que se cuide. Se o Furacão chegou até aqui, vai querer ir bem mais longe.

Escondendo o time

Para o técnico Antônio Lopes, jogar na Vila Belmiro com casa cheia e a torcida vibrando é como jogar em qualquer outro estádio. Acostumado a decisões, ele usa toda a sua experiência para não dar munição para o adversário e sair de Santos com a vaga nas semifinais da Copa Libertadores da América. Nem as ausências de Robinho e Léo são motivos para ele festejar. Definida, a equipe do Atlético está pronta, mas ele não quer saber de entrar em detalhes.

"Eu não vou passar nada para vocês (jornalistas) porque senão eles tomam conhecimento lá", disse o Delegado. "Pato Velho" em termos de futebol, Lopes sabe que qualquer detalhe pode ser fundamental para um lado ou para outro. "Eles estão de olhos nas notícias daqui assim como eu estou de olho no que sai lá", apontou.

No trabalho de ontem pela manhã no CT do Caju, o meia Fernandinho foi um dos mais exigidos, mas não deverá entrar no jogo como titular. Há 50 dias sem atuar e sem ritmo, deverá ser usado como arma para a segunda etapa. Assim, o time que começou a artida contra o Figueirense entrará em campo contra o Peixe.

COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA
Quartas-de-final – Jogo de volta
Local: Vila Belmiro (Santos)
Horário: 22 h
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS)
Assistentes: Hilton Rodrigues (RJ) e Altemir Hausmann (RS)

Santos x Atlético

Santos
Mauro; Paulo César, Ávalos, Halisson e Léo; Bóvio, Zé Elias, Ricardinho e Giovanni; Fabiano (Basílio) e Deivid. Técnico: Alexandre Gallo

Atlético
Diego; Jancarlos, Danilo, Durval e Marcão; Cocito, André Rocha, Ticão e Fabrício; Lima e Aloísio. Técnico: Antônio Lopes

Conversa com Expoente pode gerar acordo

Se as negociações evoluírem bem, dentro de 10 dias a torcida atleticana pode ver seu maior sonho começar a ser concretizado: a conclusão da Arena. O prazo para um acordo foi estipulado na reunião de ontem entre representantes do clube e do Colégio Expoente, na Casa Civil do governo do Estado. Tudo depende de novos encontros, a partir da próxima segunda-feira, envolvendo também o outro proprietário do terreno em disputa, Marcelo Gava.

Atlético e Expoente ressaltaram a oportunidade de negociar pela primeira vez após oito anos de disputa judicial. E trocaram promessas de um esforço mútuo para um entendimento. ?Não se justifica prejudicar nem um colégio nem uma torcida. E é uma época profícua para negociações?, disse o advogado da instituição de ensino, João Casillo – o Expoente conta como trunfo o fato de o Atlético dispor de dinheiro em caixa para finalizar o estádio.

Na próxima reunião, Atlético e Expoente pretendem definir detalhes ?técnicos?, como prazos, área e valores de indenização. ?O Atlético se dispôs a abrir mão do aluguel atrasado?, revelou o presidente do Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA), Doático Santos, que ao lado do vereador e conselheiro do clube, Mario Celso Cunha, participou da reunião como representante da torcida rubro-negra. As duas partes pretendem avaliar com calma estas questões para evitar equívocos que atrapalhariam o aperto de mãos.

Em seguida, o Rubro-Negro discute com Gava a aquisição do restante do terreno – a parte mais fácil da negociação, no entender do clube. ?Veremos com ele as questões de créditos e débitos?, afirmou o advogado do Atlético, Marcus Malucelli, que estabeleceu o prazo de 10 dias para a finalização de um acordo.

Caso haja sucesso nesta negociação, o Expoente se compromete a liberar imediatamente o espaço necessário à conclusão do estádio, onde hoje existem uma cancha poliesportiva e um laboratório. O presidente do Conselho Deliberativo do clube, Mário Celso Petraglia, afirmou que começa a obra no dia seguinte à saída do colégio. Em 31 de dezembro de 2006, o Expoente deixaria o restante do terreno. O fracasso da negociação, porém, faz a disputa retornar à esfera judicial, sem que haja previsão para desfecho.

O chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, justificou a intermediação do encontro pela relevância social das duas entidades. ?Uma instituição de ensino tem de se preocupar com alunos e familiares. E não se pode desmerecer a importância do futebol no dia-a-dia do paranaense e do brasileiro, independente de ser o Atlético, o Coritiba, o Paraná ou qualquer outro clube?, afirmou o secretário, por meio de sua assessoria.

Além disso, em encontros anteriores, Quintana já havia salientado que um bom estádio é um ?excelente cartão de visitas para um Estado que pretende sediar jogos importantes?. Curitiba é sede certa para a Copa de 2014, que deve ser realizada no Brasil. E ao Atlético interessa ceder a Arena para os jogos do mundial.

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