Atletiba inesquecível em 1958

?Consagrado o futebol verde-amarelo em palco europeu: BRASIL, CAMPEÃO do MUNDO?, estampava em letras garrafais a capa da Tribuna do Paraná de 30 de junho de 1958. Um dia depois do título mundial da seleção na Suécia, o recém-fundado jornal celebrava a maior conquista do futebol brasileiro, mas também dedicava extensa cobertura a mais um polêmico Atletiba, realizado na véspera.

O ?Cotejo da Rivalidade?, no Joaquim Américo, ficou conhecido por anos como o clássico que não acabou.

O Rubro-Negro partiu com tudo pra cima do rival. Geraldino abriu o placar. E aos 39 ocorreu o lance que mudaria a partida. O goleiro coxa, Nivaldo, trombou com o atacante atleticano Taíco e a bola sobrou limpa para Jandir fazer 2 x 0.

Nivaldo contundiu-se seriamente na jogada e saiu da Baixada direto para o hospital. Como na época as substituições não eram permitidas, o ponta-direita China foi para a meta.

Ainda no 1.º tempo, Izabelino chutou de muito longe e China aceitou: 3 x 0. Almir descontou para o Coxa, mas no finalzinho da 1.ª etapa o ponta atleticano Gaivota fez 4 x 1.

Antes do intervalo, o médio alviverde Márcio também se contundiu. O Coxa ficou com dois a menos, e os ânimos, acirrados. Logo no reinício o pau comeu na área e o saldo foi a expulsão do beque coxa-branca Aurélio, que agrediu Geraldino. Em seguida, pênalti para o Atlético, mas, surpreendentemente, China defendeu a cobrança de Gaivota.

O jogo estava fadado a acabar mal. Aos 21, o artilheiro alviverde Duílio abandonou a cancha alegando contusão e deixou o time reduzido a sete homens. Depois, Jandir fez 5 x 1. Até que aos 29 o zagueiro Guimarães também foi excluído pelo árbitro Kalil Karam Filho e o jogo acabou porque o Coritiba ficou com apenas seis jogadores.

O clássico, porém, não acabaria ali. Na terça-feira, a diretoria coxa pediu anulação do jogo, alegando erro de direito. Mas depois de muita discussão o TJD não aceitou a alegação coxa e manteve o placar em 5 x 1 para o Atlético.


Jogo ficou conhecido por anos como o clássico que não acabou.
(Reprodução: Chuniti Kawamura)

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