Haja coração!

A história do “curitibano” apaixonado pelo River Plate

Dr. Costantini é apaixonado pelo River Plate. Foto: Felipe Rosa.

Quando o assunto é o River Plate, o coração do médico argentino Costantino Costantini chega a bater mais forte. Coincidência ou não, ele é um especialista justamente neste órgão vital, fundamental para a existência. Radicado em Curitiba, desde meados da década de 1970, e conhecido por sua precisão e técnica inovadora para o tratamento das doenças cardíacas, o Dr. Costantini, 73 anos, terá um motivo a mais para acelerar seus batimentos cardíacos. Nesta quarta-feira, o Athletico encara o time ‘Millonario’ na Arena da Baixada pelo jogo de ida da Recopa Sul-Americana. O River Plate, atual campeão da Copa Libertadores, duela contra o Furacão, atual vencedor da Sul-Americana, para que se decida quem é o maior do continente. Será mais uma oportunidade para o renomado cardiologista assistir de camarote o time que ama jogar, na cidade que o acolheu.

Em 2006, o médico viu in loco o confronto de volta na Baixada entre os mesmos dois times pela Sul-Americana. Naquela ocasião, quem se deu melhor foi o Athletico, que avançou de fase. Entusiasta do futebol, ele é capaz de passar horas fazendo análises e recordando de momentos históricos do universo da bola, não só de seu time. Tem repertório para ser um comentarista esportivo, mas a dedicação de sua vida gira mesmo em torno da cardiologia. Não passa mais tempo se dedicando a bater papo sobre o esporte da bola nos pés por ser cheio de compromissos com seus pacientes. Muitas vezes, consegue unir as duas coisas. Alguns pacientes do futebol já passaram pelas mãos do cirurgião, como Washington, ex-jogador do Athletico, e Cuca, treinador do São Paulo.

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O amor do médico pelo River Plate vem desde sua infância na Argentina, na pequena cidade de San Juan, que fica no oeste do país, junto à Cordilheira dos Andes. Ainda que o primeiro clube que chamou sua atenção tenha sido o Ferroviário, de sua cidade, anos mais tarde conheceu o River Plate, que trazia em sua camisa a mesma faixa transversal daquele time de bairro que tanto lhe agradou nos primeiros contatos com o esporte.

No meio do caminho, até se apaixonar pelo time da capital, ainda teve um certo gosto por acompanhar o Peñarol, da Argentina, também de sua cidade. Pelo rádio, acompanhava os grandes jogos e imaginava os lances.

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Certa vez, em uma excursão na cidade, eis que o River Plate esteve diante dos olhos do pequeno Costantini, que, com apenas 10 anos, escolheu de vez se dedicar pelas cores branco e vermelho, mesmo contrariando o pai, torcedor do Vélez Sarsfield e de seus tios, aficionados do Boca Juniors.

“Em festas pátrias, era comum os times da capital fazerem excursões no interior. Faziam seleções das cidades que jogavam contra os grandes times de Buenos Aires. Era um grande evento e foi assim que vi o River Plate em San Juan pela primeira vez”, recordou.

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Morador de uma província interiorana, distante cerca de 1.200 da capital, demorou para que fosse pela primeira vez à casa de seu time. “Quando eu era mais novo não existiam as facilidades como agora. Hoje se tem mais acesso a tudo. Com 22 anos, eu fui a Buenos Aires e finalmente conheci o Monumental Nuñez. Foi uma emoção indescritível”, revelou.

A fama de ser um aficionado pelo River Plate vai longe, além de seu consultório repleto de detalhes que lembram o clube argentino. Neste ano, em um congresso internacional de cardiologia realizado em Brasília, foi homenageado e o presente recebido, mesmo em meio à academia médica, foi uma camisa de seu time. Outro ‘mimo’ que está muito bem guardado nas prateleiras do consultório é um livro personalizado que ganhou de uma paciente. Grata pelo que o especialista fez em sua vida, a paciente fez uma vasta pesquisa sobre o histórico do River Plate e transformou em um livro especialmente desenvolvido para o Doutor Costantini.

O médico ganhou um livro especial de uma paciente. Foto: Felipe Rosa.
O médico ganhou um livro especial de uma paciente. Foto: Felipe Rosa.

De perto

Depois de estabelecido no Brasil, Dr. Costantini teve a oportunidade de ir por diversas vezes assistir seu time jogando no imponente estádio de Nuñez. Na final da Libertadores do ano passado, por exemplo, levou sua família para a partida diante do maior Rival, o Boca Juniors. Porém, sentiu uma grande decepção, já que a partida acabou não acontecendo.

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“Fui e levei meus filhos e netos na final. Foram mais de cinco horas esperando, foi uma grande desilusão. A maior decepção que tive em relação ao futebol”, recordou. Se a final foi um grande desapontamento, em contrapartida, teve uma experiência única em outro jogo da mesma competição. Com a ajuda de um amigo, teve uma oportunidade ‘VIP’ em um jogo, pôde passar pelo vestiário e entrar no gramado em um jogo oficial, entre River Plate e Independiente pelas quartas de final do ano passado.

Costantini viveu a experiência de participar ir no vestiário e gramado na partida contra o Independiente. Foto: Reprodução.
Costantini viveu a experiência de participar ir no vestiário e gramado na partida contra o Independiente. Foto: Reprodução.

“Agora entendo como o jogador ‘treme na base’. Estive onde eles passam e vi o tamanho do que eles vivem em um grande jogo. Impossível descrever e transmitir o que senti”, lembrou, saudoso da experiência.

Sobre a partida na Arena da Baixada, o médico colocou acima de sua paixão a análise pela importância do confronto. Torcendo para que seja um grande jogo, ele destacou a façanha do Furacão ao estar com um calendário que inclui confrontos com os gigantes argentinos. “Alguém tem ideia da grandeza que significa o Athletico jogar contra o River Plate e Boca Juniors?”, arrematou.

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