Ataque do Atlético está distante de sua história

Assis e Washington. Oséas e Paulo Rink. Alex Mineiro e Kléber. Ilan e Washington. Lima e Aloísio. Grandes duplas ofensivas marcaram a história recente do Atlético, mas em 2006 o setor tem causado as maiores frustrações ao torcedor. Embora o clube tenha utilizado 12 atacantes na temporada, ninguém ainda se firmou como homem-gol na Baixada. O reflexo é uma campanha irregular no Brasileirão e a falta de perspectivas ofensivas quando o time mais precisa de um artilheiro. Depois do empate sem gols contra o Fortaleza, com atuação muito ruim do meio para frente, a carência ficou novamente evidenciada no clássico com o Paraná. O técnico Givanildo de Oliveira justificou parte da derrota ao mau aproveitamento das chances de gol criadas. ?Não soubemos concluir as oportunidades. Poderíamos ao menos ter empatado?, lamentou o técnico.

O desempenho ofensivo atleticano é apenas razoável – foram 16 gols em 12 jogos, sete deles anotados por atacantes. Mas a irregularidade dos jogadores de frente e a falta de uma seqüência com a mesma formação é que salta aos olhos. Nas 12 partidas, Giva usou seis duplas de ataque diferentes, sem engrenar nenhuma delas – por opção, contusão, ou problemas extracampo.

O desacerto não ocorre por falta de opções. O elenco é composto por nada menos do que 10 atacantes – Cléo, Dagoberto, Dênis Marques, Jônatas, Herrera, Marcos Aurélio, Neto Baiano, Pedro Oldoni, Rodrigão e Willian. Destes, Marcos Aurélio, que veio do Bragantino, ainda não estreou. Todos os demais, além de Selmir, Pezzolano e Ricardinho, que já deixaram a Baixada, tiveram oportunidade de provar seu valor.

Um dos poucos que aprovaram, Pedro Oldoni vive má fase desde o retorno da Copa do Mundo. Revelação do início da temporada, o atacante não teve boas atuações nos dois últimos jogos. Contra o Fortaleza, saiu de campo vaiado pela torcida. Dênis Marques perdeu o rumo depois da suspensão imposta pela Fifa, Herrera não confirmou a fama que trouxe da Colômbia, Rodrigão recupera-se de uma hepatite e os novatos não emplacaram – a última tentativa foi Neto Baiano, titular sem destaque nos últimos dois jogos.

A indefinição pode até levar a uma surpreendente solução na próxima rodada. Nos bastidores do clube, cogita-se que o Atlético vai esquecer as diferenças judiciais com Dagoberto e autorizar sua escalação contra o Vasco.

Dago perde mais uma na Justiça

Foto: Valquir Aureliano/O Estado
Dago pode jogar contra o Vasco.

O Atlético obteve ontem mais uma vitória na briga jurídica contra o atacante Dagoberto. O juiz relator do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) indeferiu (não acatou) a liminar impetrada pelo jogador, que pretendia anular a prorrogação temporária de seu contrato. Dessa forma, fica mantida a decisão do Juiz da 8.ª Vara do Trabalho, que estendeu o vínculo do atacante por mais 250 dias (até 20 de março de 2008).

Se a liminar requerida pelo jogador fosse deferida, ele poderia deixar o clube no próximo dia 23, mediante o pagamento de R$ 5,46 milhões – pelo menos até o julgamento do mérito da questão, marcado para 10 de agosto, no TRT. A decisão mantém a multa em R$ 16,6 milhões e, por enquanto, frustra os planos do São Paulo, que já anunciou interesse em contratar o jogador.

Segundo o advogado Fernando Barrionuevo, sócio do escritório do presidente do Coritiba, Giovani Gionédis, e defensor de Dagoberto no caso, a decisão do TRT não muda a estratégia da defesa. ?Como não havia proposta concreta para rescisão do contrato, o juiz entendeu que não haveria prejuízo ao jogador em esperar a audiência do dia 10 de agosto?, explicou.

Na audiência, quando o TRT ouvirá as razões do Atlético e de Dagoberto, Barrionuevo vai alegar a ilegalidade na prorrogação unilateral do contrato. ?As lesões são inerentes ao risco da atividade, ocorrem diariamente com milhares de jogadores. Não é justo por conta disso forçar o atleta a prorrogar um contrato cujas condições não aceitou?, afirma.

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