Árbitros terão aulas nas salas da UFPR

O velho curso de arbitragem evoluiu e virou extensão universitária, graças a um convênio entre a Federação Paranaense de Futebol (FPF) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

As aulas, antes ministradas apenas por árbitros e baseadas na experiência adquirida em campo, extrapolaram o gramado. Os futuros apitadores paranaenses aprenderão disciplinas como Psicologia Aplicada à Arbitragem, Ética Profissional e Relações Interpessoais, Treinamento Físico e Nutrição.

“O futebol evoluiu muito. Hoje a arbitragem exige especialização em vários ramos”, explica um dos coordenadores do curso, João Cândido Hartmann, um coronel da reserva da Polícia Militar e ex-jogador do ex-Colorado que formou-se árbitro em 1979, embora não tenha exercido a carreira.

Para a UFPR, o curso tem objetivo principal de qualificação profissional. “O Paraná está com um número deficitário de árbitros, e o campo de trabalho é grande, são muitas ligas e campeonatos, desde a categoria mirim até a profissional”, afirma Sérgio Luiz Carlos dos Santos, chefe do Departamento de Educação Física da UFPR.

Na área da arbitragem propriamente dita, os alunos terão aulas práticas com ex-árbitros e teóricas com uso de recursos multimídia, como vídeos de lances que geram dúvida.

Entre os convidados de fora estão o assistente da Fifa Aristeu Tavares. Os aprendizes também terão aulas de legislação esportiva e a redação de súmulas e relatórios.

O problema é o preço salgado: R$ 1.820, entre taxa de inscrição e mensalidades. O valor foi determinado pela UFPR, que administrará o caixa do curso. “Sem instrutores de fora de Curitiba, aulas multimídia e complementação de especialistas, o curso seria mais barato. Optamos por uma formação mais completa”, afirmou Hartmann, lembrando que há 4 anos a FPF não oferecia cursos de arbitragem em Curitiba.

De olho

O treinamento recebeu algumas críticas. Para o ex-árbitro e comentarista de arbitragem Valdir Bicudo, por exemplo, o aperfeiçoamento seria mais útil se aplicado aos apitadores do atual quadro da FPF, uma vez que a renovação, segundo ele, é deficiente.

O curso terá carga horária de 160 horas e será ministrado aos sábados, entre agosto e dezembro. Os candidatos precisam ser aprovados em exames físico, médico e oftalmológico, e se submeterão a provas de conhecimentos gerais e noções básicas do futebol, antes de terem suas matrículas confirmadas.

A idade recomendada é de 17 a 26 anos, para que o candidato tenha mais chance de progredir na carreira. Mas alunos acima de 26 anos podem ter inscrição aceita. O número máximo de inscritos é 50. O último prazo de matrícula (www.federacaopr.com.br) inicialmente venceria amanhã, mas deve ser prorrogado.

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