Mais um na justiça

Após treta com Nathan, Atlético briga com outro garoto de base

“O jogador e o Atlético não se acertaram na audiência de conciliação…”. Geralmente matérias sobre Nathan começam assim, mas não é com ele dessa vez. Agora é o atacante Guilherme Schettine que não se acertou com o Furacão na 5ª Vara do Trabalho de Curitiba. O clube move uma ação contra o jogador pedindo a prorrogação automática de contrato por mais dois anos conforme consta no primeiro contrato entre o Furacão e o atleta. O caso é quase idêntico ao de Nathan, mas deve ter um desfecho mais rápido, segundo o empresário Neco Cirne.

O representante de Guilherme destacou que vem se reunindo frequentemente com o presidente Mário Celso Petraglia para chegar a um acordo amigável. “Estive aí semana passada e amanhã devemos nos encontrar novamente. Estamos tentando achar um meio-termo que fique bom para todos”.

A favor do acordo pesa o fato de Guilherme ter interesse em continuar na Baixada. “A vontade dele é essa, mas ele e o pai querem uma valorização”. No último encontro, o clube ofereceu uma proposta de renovação por três anos, com reajustes salariais. O pai do jogador e o advogado optaram por aguardar a decisão da audiência.

A advogada do jogador, Liselaine Marques Rosa, confirmou a proposta do clube, mas preferiu deixar a decisão nas mãos do juiz Daniel Correia. “Não teve acordo. Agora vamos esperar a audiência de conclusão no dia 24 de fevereiro”. O vínculo atual de Guilherme com o Atlético termina no dia 28 de fevereiro.

Atacante tem potencial

Ninguém melhor que Jorge Luiz da Silva para falar de Guilherme Schettine. O titular dos “Talentos da Bola” da Tribuna acompanhou os últimos anos do atacante na base do Atlético e garante – ele tem potencial para dar alegrias ao Furacão.

Para o nosso Jorginho, Guilherme tem perfil de atacante nato. “Ele é um ótimo jogador, tem impulsão, cabeceia bem. Um guerreiro”, resume o jornalista, que relembra as participações dele em competições de base – a última delas, a Copa São Paulo de Juniores deste ano, quando o Furacão foi eliminado pelo São Paulo nas oitavas de final. “Ele até teve uma chance para empatar no final do jogo, mas infelizmente não marcou”.

Cabeça quente

Guilherme perdeu a posição para Juninho no decorrer da competição, mas Jorginho diz que o atacante “completava bem o time com Crysan e Bruno Mota”, estes dois os principais nomes do Atlético na Copinha. Por conta da saída da equipe titular, surgiu outra característica do jovem jogador – o temperamento muito forte.

E esse perfil, somado ao relacionamento turbulento do empresário Neco Cirne (que é quem cuida da carreira de Guilherme Schettine) com o presidente do Rubro-Negro, Mário Celso Petraglia, levou o jogador à Justiça.

Mercado

Além disso, o titular dos “Talentos da Bola” avisa que ele tem mercado e pode ir embora em breve. “Está cheio de clube atrás do Guilherme”, finaliza Jorge Luiz da Silva.

Manobra

Guilherme e Nathan assinaram contratos de cinco anos com o clube, mas a legislação impede que o primeiro vínculo de um jogador profissional seja maior do que três anos. Assim, uma cláusula no primeiro contrato deles prevê a renovação automática desde que uma das partes manifeste interesse. Em ambos os casos o Atlético quis renovar. Os representantes dos dois jogadores (os pais) questionaram os termos desse primeiro contrato, principalmente na remuneração. Caso o Atlético não optasse pela renovação, mas sim os jogadores, o clube seria obrigado a mantê-los no grupo por mais dois anos. Foi o que aconteceu com o atacante Tiago Adan, que segue funcionário do Atlético.