Aos 37, Antônio Carlos se sente um garoto

Santos – Animado com seu desempenho na zaga do Santos, Antonio Carlos já pensa na possibilidade de prolongar a carreira de jogador. Ele chegou ao clube com a intenção de jogar até dezembro, aprender um pouco mais dos segredos da atividade de treinador com Vanderlei Luxemburgo e depois se aposentar como jogador, iniciando a carreira de técnico. Menos de dois meses depois, no entanto, o zagueiro se sente motivado como um garoto começando no profissional.

?Quem me conhece há mais tempo sabe que sempre fui tranqüilo fora de campo. Tenho uma vida familiar, regrada e muito boa. Acho que é por isso que continuo jogando, não só procurando os atalhos do campo, mas correndo acima da média para um jogador da minha idade (faz 38 anos no dia 18 de maio)?, explica Antonio Carlos. ?Então é cedo para eu dizer se vou não parar em dezembro. Vamos esperar para ver o que acontece até lá.?

Qualquer que seja sua decisão, Antonio Carlos não abre mão de continuar no futebol quando parar de jogar. ?Vou entrar de cabeça na carreira de treinador, um trabalho que me fascina. Tenho verdadeira paixão por essa profissão. Como jogador, sempre gostei de ficar vendo o treinador falando e os atletas prestando atenção. Tenho uma boa experiência e posso passar isso para os jogadores?, afirma.

Antonio Carlos gosta tanto do futebol que sempre que pode, leva o filho Giancarlo, de sete anos, nascido na Itália, para sentir o ambiente de um time grande como o Santos. ?Ali ele aprende a boa malandragem do mundo da bola?. Ele diz que não procura influenciar o filho a seguir a carreira de jogador, mas não esconde o orgulho ao ouvir os elogios a Giancarlo pela facilidade com que o menino bate na bola com o pé direito e a obsessão que tem pelo gol.

?Se ele vai ser ou não jogador não me preocupa. O importante para o pai é que o filho ou a filha pratique esporte, que é um ambiente sadio. Quanto ao Giancarlo, o futebol está no sangue dele e, além disso, tem coordenação. O resto é por conta dele?, concluiu.

Tribunal

O goleiro Felipe será novamente julgado por doping, às 17h, pelo pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e pode receber pena de 120 a 360 dias de suspensão. O exame antidoping realizado após o jogo contra o Grêmio, pelo Brasileiro do ano passado, acusou a presença da substância hidroclorotiazida (diurético indicado a pacientes com hipertensão e problemas renais).

No primeiro julgamento, em 15 de janeiro, a tese da defesa, segundo a qual o Felipe tomou o medicamento por engano e que a substância não proporcionaria nenhum ganho físico, prevaleceu, com a sua absolvição por 3 votos a 2. O procurador do STJD, Paulo Schmitt, recorreu da decisão.

Quando foi realizada a contraprova, em dezembro, Felipe era o segundo goleiro do Santos – Roger ainda não havia voltado a jogar, após a cirurgia de hérnia de disco – e treinava na seleção brasileira sub-20. Por causa do doping, foi dispensado e substituído por Cássio, que se tornou um dos destaques na conquista do Sul-Americano e da classificação do Brasil para as Olimpíadas de Pequim.

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