Antônio Lopes mudou a história do Atlético no Brasileirão

Antônio Lopes não era a primeira opção da diretoria para assumir o Atlético, em crise, na 16.ª rodada do campeonato. Buscava-se um treinador com outro estereótipo e atuante no mercado, bem diferente do Delegado, que estava sem trabalhar há vários meses.

Afinal de contas, o Furacão precisava se recuperar imediatamente porque ocupava a incômoda zona de rebaixamento. Nos 15 jogos anteriores havia conquistado 3 vitórias, 9 derrotas e 3 empates.

Dois meses e meio depois e sob o comando de Antônio Lopes, a situação é bem diferente. Um outro Atlético é visto em campo. Cada vez mais longe da zona de descenso e com uma postura tática que, se não empolga o torcedor, é eficiente diante das limitações do grupo.

 Na Arena, o treinador ainda não perdeu, apesar dos jogos feios contra Sport e Grêmio. E longe de casa praticamente acabou com a síndrome que acompanhava o Furacão de ter a derrota como certeza.

Foi fora de Curitiba, inclusive, que o Atlético conquistou ótimos resultados (Cruzeiro, Corinthians e Inter) e realizou grandes partidas (Palmeiras e Galo), mesmo sendo derrotado.

Diante desse bom trabalho, o Delegado está ganhando, novamente, reconhecimento nacional. Ele lidera o Troféu Armando Nogueira, no qual jornalistas analisam jogo a jogo a performance de atletas e técnicos no Brasileirão. Lopes detém melhor média que Muricy Ramalho e Ricardo Gomes, técnicos líderes do Brasileirão.

De desacreditado e ultrapassado, Antônio Lopes passou a ser “o cara”. Mesmo que parte da torcida ainda o considere “retranqueiro” nos jogos na Arena.

Sobre os elogios ao seu trabalho, o “professor” prefere repassá-los aos seus comandados.

“Reconhecimento tem que ser para os jogadores. São eles que jogam bem, que estão conseguindo bons resultados e que subiram de produção. Mas o reconhecimento é sempre bom. A gente gosta de receber elogios quando está trabalhando”, afirmou.

Ferrolho

Há ainda um número bem interessante que acompanha o Rubro-Negro na era Lopes.

Nas últimas 14 rodadas (incluindo o jogo contra o Fluminense, no qual Lopes acompanhou da arquibancada), o time é o que menos sofreu gols, à frente de São Paulo, Santos e Internacional respectivamente. Clubes que estão bem melhor classificados.

“Quando chegamos, o time tinha 29 gols tomados em 15 jogos. Média de quase dois gols por partida. Agora temos o melhor desempenho dentre todos da Série A. Deve-se ao trabalho da garotada, da comissão técnica e do preparador de goleiros, já que o Galatto está numa boa fase e tem ajudado muito. A evolução dos garotos e dos trabalhos táticos resultou nessa melhora” explicou o comandante rubro-negro.

O estilo disciplinador e de muito trabalho, porém companheiro, de Lopes já cativou todo o grupo que entende a filosofia do Delegado. Prova disso estão nas palavras de Rafael Miranda.

“O time assimilou muito bem a forma de trabalhar do Lopes. Então a boa defesa se deve a esse entendimento da parte tática passada pela comissão técnica”, finalizou o volante.