Algoz do Brasil, Zidane exalta peso da torcida em Copa

Com a experiência de ter disputado e conquistado uma Copa em casa, em 1998, o francês Zinedine Zidane admitiu nesta quinta-feira, na Costa do Sauipe (BA), que a torcida é um fator decisivo para que uma seleção seja campeã mundial. Principal jogador da decisão daquele Mundial contra o Brasil ao marcar dois gols, o craque lembrou que o time foi subindo de produção ao longo da competição, realizada na França, graças ao apoio dos torcedores.

“É muito importante ter todos os torcedores ao seu lado. Em 98, antes da Copa, fizemos uma partida catastrófica e ninguém imaginava o que a França poderia fazer no Mundial, mas, quando entramos na competição, todos os torcedores nos empurraram. Para nós, era o momento de fazer uma coisa grandiosa e fizemos. Todo mundo esperava França x Brasil na final e foi a cereja do nosso sundae”, disse.

Zidane, que também foi o principal responsável pela eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa de 2006, na Alemanha, elegeu a final de 1998 como “a lembrança mais doce da sua vida”. “Tive a grande oportunidade de, em 1998, ter jogado a final com o Brasil. Os brasileiros jogam o futebol que eu amo. Cada vez que temos oportunidade de jogar contra o Brasil é excelente. Quando temos a camisa amarela pela frente é mais complicado, mas a minha geração teve a sorte de vencer e foi a coisa mais bonita que nos poderia ter acontecido.”

O ex-jogador, que participará nesta sexta-feira do sorteio do grupos da Copa do Mundo, não espera mais uma vez ser o carrasco do Brasil e colocar a seleção em uma chave difícil. “Os torcedores ficarão felizes que estamos no Brasil e vamos ver o que vai acontecer. Estamos aqui para sortear, tirar bolinhas. Todas as equipes esperam que as chaves sejam boas, mas a sorte será lançada”, disse. “Numa Copa é sempre difícil falar de favoritos. Todos são favoritos e se classificaram para isso. A distância entre as equipes diminuiu. Só espero que seja um Copa linda e depois veremos o que vai acontecer.”

Zidane, inclusive, espera que a França enfrente seleções de peso logo na primeira fase. Pelos critérios definidos pela Fifa em reunião do Comitê Organizador da Copa na terça-feira, é possível que três campeões mundiais fiquem na mesma chave, formando o chamado “supergrupo da morte”. “O que eu adoraria é que a França entrasse num grupo difícil de cara para não dizer que jogamos só contra equipes menores. Quero que a França jogue contra os melhores e vá o mais longe possível. Não tenho medo de enfrentar equipes difíceis. A melhor coisa é jogar com equipes difíceis logo nos primeiros jogos. Talvez não concordem com relação às outras equipes, mas para os franceses acho que é o melhor.”