Acerto com Tcheco fica difícil

As coisas não andaram como se esperava. Os dirigentes do Coritiba estavam confiantes, mas a reunião de ontem não definiu a permanência de Tcheco no Alto da Glória. Muito pelo contrário. O procurador do atleta afirmou que o acerto estaria difícil, por causa da falta de acerto sobre o salário. Mas a força do jogador ainda pode fazer efeito, já que ele não quer deixar o Coxa.

Como o próprio Tcheco previra, ele não ia acompanhar de perto as negociações para a renovação do seu contrato. Ele viajou ontem para Santa Catarina, enquanto seu procurador Ruy Gel se reunia com o comando do Coritiba – o presidente Giovani Gionédis, o secretário Domingos Moro e o gerente de futebol Oscar Yamato. Para garantir a tranqüilidade da reunião, eles se encontraram não no Alto da Glória, mas no escritório de advocacia de Gionédis.

Os dirigentes do Cori preferiram não comentar os termos da reunião, mas Ruy Gel se disse chateado. “Eu esperava que o Tcheco fosse mais valorizado”, confessou. Ele não disse valores, mas garantiu que a oferta alviverde não chega perto da pedida do meio-campista. “Nós esperávamos uma conversa melhor, mas por enquanto o acerto está distante. O Tcheco recebeu propostas muito melhores do que a que o Coritiba fez”, disse Gel.

Segundo o procurador, as propostas do Spartak de Moscou e do Internacional seriam mais vantajosas para o jogador. Mas como nenhuma delas envolve compra do passe, o Malutrom já deixou claro que não vê diferença em emprestar para outras equipes do que reemprestar para o Coritiba. “O interesse é manter o Tcheco no Coritiba, pelos motivos que todos já sabem, e pela recepção positiva que ele teve. Mas isso não nos impede de buscar o melhor para ele”, afirmou Ruy Gel.

Passada a reunião, Gel vai relatar a Tcheco o que aconteceu – e, apesar da posição quase irredutível do meia, ele disse ver dificuldades em um acerto com o Coritiba. “Da forma que foi conversado, é complicado. Mas nós vamos tentar, porque o mais importante é o desejo do Tcheco, e ele quer ficar”, finalizou o procurador.

Coritiba inicia a reformulação do elenco

A dispensa de Sérgio Manoel, oficializada na segunda, e a iminente saída de Genílson representam o início da reformulação do elenco do Coritiba. Apesar de tentar primeiro renovar os contratos dos jogadores considerados imprescindíveis, a diretoria coxa e o técnico Paulo Bonamigo já trabalham para acertar o grupo para a próxima temporada.

A saída de Sérgio e Genílson era esperada, porque ambos não tinham vínculo com o Coritiba. Com contratos encerrando no final do ano e sem o interesse de permanência (tanto dos jogadores quanto do clube), a rescisão não cria traumas nem despesas maiores no caixa alviverde. A mesma situação se aplica a jogadores como Ceará, Fernando Mello e Erick, que estão emprestados – mas todos têm chances de permanecer no Alto da Glória.

São histórias parecidas com as de Fernando, Edinho Baiano, Jabá, Tcheco e Lúcio Flávio. Os cinco jogadores também não têm vínculo com o Coritiba, e com isso a diretoria terá que negociar com os donos dos passes a renovação de contrato. Todos eles interessam, o que não significa que todos ficarão. “Há muita sondagem”, resume o goleiro Fernando, que segue em Porto Alegre tentando acertar-se com o Grêmio – e, por conseqüência, renovar com o Coxa.

Em contrapartida, há jogadores com contrato em vigor ou que pertencem ao Cori que podem sair. Nesta categoria, se encaixam o lateral Reginaldo Araújo, o volante Ataliba e os atacantes Da Silva, Marcel e Gélson. A princípio, a direção não confirma possíveis saídas, e garante que as mudanças serão poucas. “Muita gente vai ficar surpresa, mas haverá poucas alterações no elenco”, afirma o secretário Domingos Moro.

Mas há casos que podem acabar tomando um caminho diferente. Da Silva tem contrato se encerrando no final do ano, e com isso fica liberado do vínculo do Coritiba. Mesmo se a diretoria quiser incluir o jogador em negociações, terá que renovar o contrato do atacante. “Estamos esperando o Paulinho (McLaren, ex-jogador e procurador de Da Silva) ainda esta semana”, diz Domingos Moro.

Reginaldo Araújo, Ataliba, Marcel e Gélson ainda têm contrato com o Cori, mas podem ser envolvidos em negociações. O lateral titular teve um ano de altos e baixos, e terminou o campeonato brasileiro com sua posição ameaçada por Ceará. Outro que terminou em baixa foi Marcel, que não conseguiu aproveitar as chances que teve no time principal – e, quando se fala em contratar um centroavante, fica claro que os que estão no clube podem não ficar, casos dele e de Gélson. Já Ataliba ficou sem espaço no elenco, que já tem Roberto Brum, Willians, Pepo, Reginaldo Nascimento (e ainda Tcheco) atuando como volantes.

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