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Aberto da Austrália começa com medidas para proteger tenistas do calor

O Aberto da Austrália terá início na noite deste domingo, pelo horário de Brasília – manhã de segunda-feira em Melbourne -, sob forte preocupação com o calor. Depois das recorrentes reclamações dos tenistas na edição de 2018, a organização do primeiro Grand Slam da temporada mudou seu sistema de medição de calor e prometeu medidas para amenizar o desconforto com as altas temperaturas que costumam marcar a competição.

Em dezembro, os termômetros assustaram os moradores do estado de Victoria, cuja capital é Melbourne. De acordo com o Bureau of Meteorology, da Austrália, as temperaturas superaram os 40ºC por quatro dias seguidos, algo que não acontecia há 90 anos na região.

Para a primeira das duas semanas da competição, as previsões são mais amenas, com temperaturas superando os 30ºC. Mas o primeiro dia já promete 37ºC. “É sempre um calor muito forte na Austrália. No ano passado, tivemos temperaturas acima da casa dos 40ºC”, disse o duplista Bruno Soares ao Estado.

O calor de 2018 causou polêmica por causa dos critérios utilizados pela organização para interromper jogos e até para fechar o teto retrátil das arenas, recurso geralmente usado somente em caso de chuva. Para alguns críticos, esta decisão na final acabou favorecendo o suíço Roger Federer, atual bicampeão, em detrimento do croata Marin Cilic.

Para esta edição, a organização prometeu maior clareza em seus critérios. Para tanto, mudou sua política de calor extremo e lançou a chamada Escala de Estresse Térmico, que leva em consideração temperatura, radiação solar, umidade e velocidade dos ventos. A medida vai de um a cinco, sendo este o registro do calor extremo.

Se a escala alcançar a marca de 4,0, o árbitro de cadeira deve aumentar o intervalo de descanso entre o terceiro e o quarto set, de dois para dez minutos, no jogos da chave masculina. No feminino e no juvenil, esta pausa ampliada ocorrerá entre a segunda e a terceira parcial da partida. Caso a escala alcance o 5,0, o duelo deverá ser paralisado.

De acordo com a organização, a medição do novo sistema será mais transparente, algo que não vinha acontecendo sob a política anterior. “O bem-estar de todos os jogadores no Aberto da Austrália é nossa maior prioridade”, garante o diretor do torneio, Craig Tiley. “Por isso desenvolvemos essa nova escala depois de meses de pesquisas e testes.”

Segundo Bruno Soares, que integra o Conselho de Jogadores da ATP, os novos critérios da política de calor da competição foram discutidas com os atletas. “O Aberto da Austrália nos enviou primeiro [as informações] antes de divulgar. Discutimos o assunto com eles, tiramos nossas dúvidas. Estamos em contato e confiamos no trabalho que estão desenvolvendo para encontrar a melhor solução para esta questão.”

Outra novidade para este ano é a implementação na chave masculina do tie-break no quinto set, a ser finalizado em dez pontos, e não em sete, como geralmente acontece. A medida serve para impedir o prolongamento indefinido dos jogos, algo recorrente em Wimbledon. Nos jogos femininos, o tie-break será realizado na terceira parcial.

BRASILEIROS – O País terá apenas um representante em simples. Atual 176ª do mundo, Beatriz Haddad Maia “furou” o qualifying e estreará na chave principal contra a norte-americana Bernarda Pera, 69ª. Nas duplas, o Brasil terá a importante baixa de Marcelo Melo, ex-número 1 do mundo. Bruno Soares jogará ao lado do britânico Jamie Murray, como de costume, e Marcelo Demoliner vai formar parceria com o dinamarquês Frederik Nielsen.

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