A ordem no Atlético é só jogar bola

Jogador expulso, gol polêmico e muita confusão marcam alguns dos grandes clássicos do Brasil, inclusive os Atletibas. Pois é exatamente o que o Atlético não quer que aconteça no domingo, na primeira partida da final do campeonato paranaense. Mesmo com o nervosismo que marca uma grande partida como essa, o clube quer reverenciar o passado e a tradição do confronto, mas sem usar de artimanhas de outrora. No CT do Caju, a palavra de ordem é apenas jogar futebol para buscar mais um título para a coleção rubro-negra dentro de campo.

"Nós estamos preparados para jogar um bom futebol e evitar qualquer tipo de coisa extra-campo, principalmente expulsão, atritos dentro do jogo, mas estamos conversando com os jogadores para que eles não entrem em nenhum tipo de atrito", revela Lio Evaristo, auxiliar-técnico do Furacão. Os jogadores chegaram a receber uma palestra para se informarem mais a respeito da história do confronto. "Tem alguns jogadores que já passaram por essa situação e todos nós estamos passando para os mais novos, os que chegaram por último, para que eles tenham a consciência do que é um Atletiba", aponta.

Um dos mais experientes do elenco em clássicos, o goleiro Diego antecipa para os que ainda não jogaram o que é disputar essa partida. "Para o torcedor é da seguinte maneira: o que ganhar irá comemorar até o próximo Atletiba e o que perder tem que agüentar a tiração de sarro", destaca. Para ele, é importante sempre lembrar quem tem pouco tempo de clube sobre o que é o clássico. "Às vezes, alguns não têm a noção da proporção que é o Atletiba", analisa.

Mesmo assim, ninguém vai amaciar diante do Coritiba. "Atletiba é o jogo da vida da gente que é jogador do Atlético. Como eu sempre falo, todo mundo fica envolvido num jogo como esse e eu procuro passar um pouco da experiência que a gente viveu para os mais novos", diz o meia Fabrício. Segundo ele, a receita para se dar bem em jogos como esse é não entrar em provocação. "A gente deve ter equilíbrio dentro do jogo. Todas as vezes em que entramos em provocação tivemos jogadores expulsos, então temos somente que jogar futebol, que é o que a gente sabe", acrescenta Fabrício.

O volante Alan Bahia vai na mesma linha do meia. "Temos que encarar como se fosse o último jogo da vida da gente. Com certeza, os novatos vão entrar e vão querer entrar e ganhar de qualquer jeito, também igual a gente", afirma. Além disso, ele acredita num dos melhores jogos da temporada no domingo. "Vai ser um jogo bom, todo mundo está preparado e vai ser um grande espetáculo", finaliza.

A partir de hoje, técnico começa a esconder jogo

O que o técnico Casemiro Mior tinha para mostrar aos jornalistas e lentes das câmeras de jornais e tevês mostrou até ontem. A partir de hoje, é só mistério até o clássico de domingo contra o Coritiba. Jogadas ensaiadas e a definição da equipe ficará restrita somente a quem tiver acesso ao CT do Caju e claro que os veículos de comunicação serão barrados na portaria até o treinador liberar a entrada. Assim, o treinador deverá definir se Baloy retorna à equipe, se Marcão jogará de zagueiro ou ala e qual será a dupla de ataque. A primeira partida da final do campeonato paranaense está programada para domingo, às 15h50, no Pinheirão.

Ao contrário dos últimos dias, desta vez, ele promete dar entrevistas e voltar a falar sobre a partida contra o Alviverde. As dúvidas continuam sendo as mesmas do primeiro trabalho em conjunto da semana. Os atacantes Aloísio, Denis Marques e Maciel disputam duas vagas no ataque enquanto Baloy poderá ser aproveitado na zaga com o deslocamente de Marcão para a ala-esquerda.

Ontem, ele comandou um trabalho técnico no campo 1 do CT. Os jogadores treinaram cruzamentos, cabeceios e finalizações, tanto pela direita quando pela esquerda. O meia Fernandinho e o ala-esquerdo Marín ficaram além do trabalho normal fazendo cobranças de falta em separado. O provável time para domingo deverá ter Diego; Danilo, Baloy e Durval (Marín); Etto, Alan Bahia, Fabrício (Cocito), Fernandinho e Marcão; Aloísio e Maciel (Denis Marques).

Segurança entra no jogo e pode liberar bateria do Atlético

Um princípio do direito universal, chamado isonomia – que, a grosso modo, pode ser traduzido como o princípio de que todos são iguais e merecem o mesmo tratamento -, pode garantir aos atleticanos aquilo que eles não podem mais usar nem em ?sua casa?. Ou seja, o uso de instrumentos da bateria das torcidas organizadas, banidos desde o início do Brasileirão de 2004, na Arena da Baixada.

Pelo menos foi esta a reivindicação levada ontem, pelo presidente da Confraria do ETA (Esquadrão da Torcida Atleticana), Doático dos Santos, ao secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari: o princípio de isonomia de que, assim como os alviverdes, os rubro-negros possam levar ao Pinheirão seus instrumentos, faixas e, em caso de chuva, guarda-chuva, no domingo.

A notícia de que os atleticanos não poderiam levar ao Pinheirão, faixas e instrumentos musicais, foi publicada na edição de ontem da Tribuna do Paraná. Neste caso, os atleticanos seriam duplamente penalizados, pois na Arena da Baixada, há muito tempo o torcedor não pode entrar com instrumentos ou faixas.

Antes de falar com Delazari, Doático tomou o cuidado de consultar algumas organizadas – como os Fanáticos e Ultras – para levar a reivindicação como sendo de todo o conjunto dos torcedores atleticanos. O secretário concordou com o pedido. ?A Polícia do Paraná não vai ser usada para garantir privilégios. Se os torcedores do Coritiba vão poder entrar no Pinheirão com baterias e faixas, os atleticanos também poderão. Se for para impedir, todos serão impedidos, mas a princípio, todos terão direitos iguais?, disse Delazari à Tribuna, para quem o pedido é justo.

Ele teria entrado em contato com o coronel Sarmento, do Comando do Policiamento da Capital. Segundo o capitão Flávio Correa, no entanto, o assunto ainda deverá ser analisado, numa última reunião antes do primeiro confronto decisivo do campeonato paranaense 2005, marcada para hoje à tarde na sede do CPC.

O pedido para que os atleticanos não pudessem usar instrumentos, foi decidido de comum acordo entre os representantes das organizadas e dirigentes dos dois clubes, realizada na última quarta-feira, na sede da Paraná Esporte. No entender dos presentes, como os alviverdes não poderão fazer festa e barulho para empurrar sua equipe no estádio adversário, seria justo que não pudessem os adversários usar seus instrumentos no Pinheirão.

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