Reparos fora da loja oficial da marca em sistema elétrico e mecânico coloca em risco a cobertura de fábrica do veículo

Por Renyere Trovão, especial para a Tribuna do Paraná

Ao comprar um carro zero km é imprescindível contratar um seguro auto. Assim você pode ressarcir um possível prejuízo que seria causado num sinistro, como colisão ou mesmo incêndio. Porém, pouca gente considera um fator importante na hora do reparo: a garantia de fábrica do veículo!

Hoje em dia, automóveis vendidos no Brasil têm uma cobertura da marca que pode chegar a seis anos. O que significa que optar por fazer o serviço numa concessionária, e não deixar que a companhia seguradora defina o local, pode evitar uma dor de cabeça futura.

Principalmente, quando o sinistro afeta o sistema elétrico ou a parte mecânica. “É na concessionária que o proprietário assegura a recuperação do veículo com a troca de peças genuínas e a inspeção final que avalia com qualidade de todos os componentes. E assim, mantém o veículo na garantia contratual do fabricante”, observa Vanessa Nascimento, gerente de Pós-Venda da Toyota Sulpar Alto da XV, em Curitiba.

Vanessa Nascimento, gerente de pós-venda da Toyota Sulpar Alto da XV, em Curitiba. Foto: Rodolfo Buhrer

Os modelos da marca japonesa, por exemplo, possuem garantias de até 5 anos. E o conserto de um sinistro com danos elétricos ou mecânicos feito fora da concessionária pode incorrer na perda dessa cobertura de fábrica.

Defina o uso de peças originais na apólice

Algumas seguradoras trabalham com oficinas independentes credenciadas pela própria empresa. Dessa forma, conseguem negociar no custo dos materiais empregados e até a recuperação de peças.

Por isso, caso você queira preservar a garantia de fábrica, é importante definir antes com a companhia o uso de componentes genuínos e consertos em concessionárias. Em todos os contratos de uma apólice, é assegurado ao contratante a liberdade para escolher em qual local fazer o reparo do seu veículo.

Fique atento a isso, porque as companhias estão autorizadas a utilizar componentes similares e usados no lugar das originais nos serviços de reparo, segundo informa a Superintendência de Seguros Privados (Susep), responsável pela regulação do setor.

O artigo 21 do Código de Defesa do Consumidor estabelece que “o consumidor pode autorizar a utilização de peças que mantenham as especificações técnicas do fabricante”.

A livre-escolha do segurado, porém, não implica na obrigação da empresa em acatar preços acima da média. No entanto, é comum seguradora e concessionária negociarem os valores de forma tranquila, afinal, ambas as partes têm interesse que o cliente tenha o carro reparado o quanto antes.

As orientações acima servem também para vítimas que estão sendo atendidas como terceiro dentro da cobertura de danos do seguro do causador.

O sistema elétrico do carro é um dos quesitos que compõem a garantia de fábrica.Foto: Rodolfo Buhrer

Serviço agilizado

Segundo Vanessa Nascimento, a principal vantagem da concessionária é a segurança em tratar com um representante da marca.

“O cliente vai contar com um atendimento realizado por especialistas que propõem o melhor padrão de reparo. Do consultor que elabora o orçamento ao pintor que fará o processo de correção do veículo”, salienta.

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Outra vantagem do reparo de sinistro em concessionária é que o processo de recuperação do veículo tende a ser mais rápido, da elétrica à lataria.

A gerente de Pós-Venda da Sulpar explica que o tempo de serviço depende de cada tipo de sinistro, mas na autorizada costuma ser agilizado pelo acesso e fornecimento das peças direto da fábrica.

“Além disso, temos um atendimento muito transparente com o cliente.  Cada passo da recuperação do sinistro pode ser acompanhando por ele, sem desconfiança ou surpresas desagradáveis”, destaca.

Carro fora garantia

Francisco José da Silva, gerente de pós-venda da Kia Sulpar, em Curitiba. Foto: Rodolfo Buhrer

O mesmo raciocínio se aplica para quem já está com o veículo fora da garantia de fábrica, mas deseja manter os componentes originais. O proprietário pode solicitar para a companhia de seguro o conserto numa concessionária de confiança, principalmente com as revisões de manutenção realizadas dentro da autorizada.

“Na loja temos um consultor de funilaria por meio do qual o cliente pode buscar um suporte direto, desde a abertura de sinistro até as orientações para vistoria por imagem”, conta Francisco José da Silva, gerente de pós-venda da Kia Sulpar, na capital paranaense.

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Assim como na Toyota, os carros da marca sul-coreana também oferecem até 5 anos de garantia de fábrica. No ato da compra a pessoa pode também realizar a contratação do seguro na própria concessionária, por meio de corretores parceiros da marca.

Na visão de Francisco José, tão fundamental quanto a experiência de compra do automóvel pela pessoa, é a experiência de posse ao longo dos anos. “Sabemos que quando há qualquer tipo de imprevisto com o carro, é nessa hora que os clientes ficam mais vulneráveis e necessitam de um pronto atendimento”, frisa.

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Ele conta que no Grupo Sulpar, que agrega as marcas Toyota e Kia em Curitiba e Paranaguá, existe um rígido controle nos reparos de funilaria, pintura e mecânica antes de liberar veículo.

“Na Sulpar cultivamos o slogam ‘seu carro novo, de novo’, inclusive com a entrega após o serviço realizado dentro do showroom de veículo novos’”, complementa Vanessa Nascimento, da Toyota Sulpar.

Os carros da Kia têm garantia de fábrica de 5 anos. Foto: Rodolfo Buhrer

E a franquia do seguro?

É importante lembrar que um seguro automotivo conta com uma franquia e ela varia conforme o contrato. A franquia é o valor de responsabilidade do consumidor na hora do pagamento dos reparos.

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Por exemplo, no caso de uma franquia de R$ 1 mil, por exemplo. Se o carro sofre uma colisão e o custo do conserto mecânico ou de lataria fica em R$ 3 mil. O segurado arcará com a diferença de R$ 1 mil, enquanto a seguradora pagará os R$ 2 mil restantes.