Infertilidade conjugal

A infertilidade conjugal está presente em aproximadamente 15% dos casais que se expõem a uma gravidez sem sucesso pelo período de um ano. Até hoje, por questões sociais, muitas vezes a responsabilidade do insucesso recai sobre a mulher, no entanto, de uma maneira geral, 70% das causas dessa infertilidade são associações de alterações tanto masculinas quanto femininas. Recaindo somente 30% das causas como responsabilidade absoluta de um só cônjuge.

Ao avaliarmos as condições de fertilidade da mulher, identificamos uma variedade de fatores influentes, tais como: orgânicos, ovarianos, uterinos, tubários e psicológicos. Destacam-se entre estes a incompatibilidade do muco cervical com o espermatozóide e a prevalência da endometriose, doença que acomete cerca de 10% das mulheres em idade fértil e uma das principais causas da infertilidade. Vale ressaltar, hoje, o desejo de as mulheres engravidarem em idade mais tardia. Só que, a partir dos 35 anos de idade, acentua-se a redução da capacidade reprodutiva das mulheres.

Patologias pré-existentes no homem também levam a uma infertilidade ou esterilidade, sendo as mais comuns a varicocele; os fatores hormonais, imunológicos ou infecciosos; fatores genéticos e a obstrução ou ausência das vias seminais. Nos últimos anos, observamos também uma redução na capacidade reprodutiva masculina, devido a fatores ambientais e ao estilo de vida.

Houve um enorme progresso no tratamento da infertilidade, desde o nascimento do primeiro ?bebê de proveta?. Louise Brown, em 1978, na Inglaterra, se submeteu a uma técnica desenvolvida pelos pioneiros em reprodução assistida: Patrick Steptoe e Robert Edwards.

A partir dos anos 90, com o aprimoramento de técnicas já existentes, pelos sucessos obtidos por meio da técnica do ICSI (injeção intra citoplasmática de espermatozóide), onde fertiliza-se um óvulo com um único espermatozóide, as chances da obtenção de gravidez, para o homem infértil, aumentaram extraordinariamente. Hoje, ela é possível, até para alguns indivíduos cujo espermograma mostra ausência completa de espermatozóides.

Em nosso meio são realizadas técnicas de reprodução assistida em cerca de 5 ciclos numa população de 100 mil habitantes, sendo que na Europa a quantidade de ciclos é de 150 para esse mesmo contingente populacional. Devemos considerar nessa questão, o fator econômico e, portanto, os tratamentos clínicos e cirúrgicos para o restabelecimento da capacidade reprodutiva, mantendo a tranqüilidade e a esperança do paciente. Com efeito, podemos contar com todas as técnicas de reprodução assistida disponíveis para conseguir a tão almejada gravidez.