Crianças abusadas dentro de casa

Foto: Pixabay

Hoje é dia das crianças e quero abordar aqui com você um assunto muito sério: abuso sexual de crianças e adolescentes. Eu, como médica legista do IML, sou responsável pelo atendimento das vítimas de abuso e posso afirmar que a maioria dos casos é em jovens de 12 a 17 anos, seguidas por crianças de 5 a 11 anos.

O grande alerta que fazemos à sociedade é que estas vítimas estão, na maioria das vezes em casa, e que o agressor é alguém do meio de confiança dela. A vítima é então violada de diversas maneiras, na sua intimidade, na sua relação familiar e em sua relação de confiança com o lar.

Então hoje peço a todas vocês com muito carinho: observe suas crianças. Acredite nelas e investigue. O maior problema que encontramos no IML é em produzir provas em bom estado para acusar o agressor.

Isso porque, por serem crianças, a demora é maior em a família perceber o abuso e aí já se passaram as 48 horas que precisamos para coletar as provas na vítima. E o que acontece então? Sem provas não conseguimos condenar o agressor e a vítima volta para os braços dele, para ser agredida de volta. O que é muito triste!

Por esse motivo abram os olhos, observem a mudança de comportamento. Veja se sua criança se comporta de forma estranha perto do pai, de um tio, de um amigo da família, ou se não gosta de ir à casa de algum amiguinho, primo, etc.

Investigue, converse, não deixe passar. Lembre que essa vítima está sendo ameaçada e por este motivo é tão difícil ela falar. A criança está passando por uma chantagem emocional, muitas vezes, feita por quem ela ama muito. A melhor forma para que ele ou ela possa se abrir é desenvolver um laço de confiança com a criança ou adolescente que você ama. Acontece com meninas e meninos. Fiquem de olho e ajude a diminuir esses números terríveis. Faça a sua parte, denuncie, disque 180!

Até a próxima semana!

Caso tenha dúvidas, mande um email para faleconosco@marialeticiafagundes.com.br

 

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