Mulher, você não precisa ser mais uma vítima

Foto: Freepik

No mês dedicado às mulheres, o tema desta semana não poderia ser diferente. Eu sei, o tema é clichezão, mas não dava para não falar de nós, que somos fortes, inteligentes, poderosas, mas que, muitas vezes, ficamos sensíveis, vulneráveis, dependentes e, infelizmente, acabamos precisando de ajuda para sair de situações nada agradáveis, como os episódios de violência contra a mulher. Seria ótimo se pudéssemos falar só de coisas boas, mas os casos de violência são tantos e tão brutais, que acendem uma forte luz de alerta. A gente precisa falar sobre isso!

Ele me ameaçou de morte. Eu senti muito medo. Sofri todo tipo de violência.

Infelizmente, essas são frases repetidas com frequência nos dias atuais. Repetidas por mulheres como nós, que nunca se imaginaram envolvidas em situações de violência. Todos os dias ficamos sabendo de mais um caso de feminicídio, de agressão, de desrespeito à mulher. E essa violência acontece de muitas formas. São violências físicas, sexuais, violências à moral, ao psicológico e ao patrimônio das mulheres.

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Dias atrás, quando comecei a pesquisar para escrever esta coluna, estava lendo sobre o ciclo da violência, que começa com situações de conflito, discussões, aumento da tensão, e vai evoluindo para a violência física. Depois, há um falso arrependimento por parte do agressor, um perdão e, então, uma nova agressão. E assim a vítima vai ficando envolvida, presa nesse ciclo de manipulação, muitas vezes envergonhada demais para pedir ajuda, acreditando que “dessa vez” será diferente, que as coisas vão melhorar, que a agressão de hoje será a última…  

Nós, mulheres, precisamos estar atentas a esse ciclo, pois ele não começa do dia pra noite. Os sinais vão aparecendo devagar. Pode começar com uma demonstração de ciúme excessivo, de possessividade. Quando o parceiro diz: “você não vai sair com essa roupa”. Ou ainda: “Não quero que visite sua família”, “Não vai sair com as amigas”. Essas estratégias, já conhecidas, nada mais são do que tentativas de isolar a vítima. Sem apoio da família, amigos e envergonhada pela situação, a mulher fica mais vulnerável, tornando-se uma presa muito mais fácil. Quando percebe, já está presa nesse ciclo vicioso de agressões e falsas promessas que se repetem dia após dia.

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E se estivermos falando de mulheres que dependam financeiramente ou emocionalmente de seus parceiros, a tendência é que se sintam cada vez mais reféns e desencorajadas a fazerem qualquer tipo de denúncia, seja por medo de ameaças, do desamparo ou por pena do parceiro, quando ele diz que se arrependeu. E também por dependência emocional. A situação não muda se ficarmos no mundo da ilusão: ilusão de que o parceiro vai mudar, ilusão de que ele pode estar certo quando coloca a culpa em você, ilusão de que não, as agressões não vão mais acontecer. Precisamos ter a consciência que, se o parceiro agrediu ou bateu uma vez, vai agredir e vai bater sempre.

Então, como de costume, vamos às dicas práticas para mulheres. Dicas que podem e devem ser compartilhadas com as mulheres a sua volta.

  • 1 – Primeiramente, é importante que a mulher tenha uma rede de apoio. Que não se afaste da família, dos amigos, conheça seus direitos, busque ajuda, e, se preciso, use a lei Maria da Penha a seu favor.
  • 2 – As denúncias podem ser feitas pelo disque 180, um serviço gratuito e confidencial que funciona 24h em todo o Brasil. E se a situação for de risco e emergência, aí tem mesmo que chamar a polícia pelo 190. E pode também solicitar medida protetiva na delegacia, na Defensoria Pública ou no Ministério Público.
  • 3 – Atenção nunca é demais. Perceba se as pessoas a sua volta podem estar passando por uma situação como essa. Se identificar, tente oferecer ajuda, orientação. Aqui na página feita pela RPC “Amarelas”  há todo tipo de informação sobre o que fazer em situações de violência contra a mulher.
  • 4 – Existem organizações que fazem um belo trabalho de apoio a essas mulheres, como por exemplo o Instituto Alice Quintilhano, que oferece um atendimento multidisciplinar (assistente social, psicólogo, advogado) pra ajudar as vítimas. Além disso, o Instituto atende, orienta e encaminha essas mulheres para que consigam resgatar sua saúde mental, sua independência financeira, liberdade e autoestima.

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E você pode apoiar essa e outras Organizações que lutam por essa causa! Conheça mais em: @institutoalicequintilhano e http://programaimpulso.org.br/osc/instituto-alice-quintilhano-iaq/

Mulheres, juntas somos mais fortes.


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