Vaidoso e irresponsável

O equilíbrio entre Atlético e Grêmio – nas carências, que são muitas, e nas virtudes, que são poucas – reclamava mesmo uma solução nos pênaltis, pela Copa do Brasil. Pelo Furacão ter revertido a derrota da Baixada e ganho em Porto Alegre por 1×0, a disputa nas pênaltis foi o resumo da fragilidade de ambos: nas cobranças normais, de dez pênaltis, seis (três cada) foram jogados fora. E nas alternadas, o Grêmio ganhou e vai seguir em frente.

Ao goleiro Weverton deve ser atribuída a eliminação do Atlético. E pelo pior motivo: a irresponsabilidade. Deu com uma mão, pegando três pênaltis, e tirou com a outra, ao afastar o atacante Juninho da cobrança e bater. Era o pênalti da classificação do Furacão. Despreparado para o ato, errou, eliminando-o.

O ato de Weverton foi irresponsável. Não em razão de um caráter natural, pois é um grande profissional, um bom moço. Foi porque escancarando uma personalidade fraca que deforma a virtude de ter consciência de seus limites, fez a sua vaidade inchar. Tornando-se ambicioso, não se contentando com a marca portentosa de três pênaltis defendidos, quis ser celebridade. Errou e tirou o Atlético da Copa do Brasil.

Que me desculpe Weverton: além de irresponsável, mostrou ser pouco inteligente fora do gol. Já era o grande jogador da noite, enquanto seu rival de seleção, Marcelo Grohe, era apontado como culpado pela derrota dos gaúchos.

Se o Atlético fosse eliminado em cobranças normais (se Juninho perdesse), ainda assim Weverton sairia exaltado. Mas ao tomar a bola de Juninho e querer bater, aumentando naturalmente o risco de erro por ser goleiro, ao errar tem que ser censurado pela irresponsabilidade.

Dirão que Weverton pega tanto pelo Atlético que tem o direito de errar. Enganam-se: errar pela irresponsabilidade originada na vaidade não é um direito de ninguém.

A vaidade quando passa dos limites, enfraquece a consciência.

Bem resumido: Weverton quis ser maior do que o Atlético.