Quatro minutos

Na Baixada, pela Libertadores, Atlético 2×2 Universidad Católica.

O Furacão foi o de sempre, com muitas facetas: mostrando gosto pela bola, fez dois a zero com Lucho González e Nikão. Mas, imediatamente depois, readquiriu os seus piores hábitos, porque sem um grande jogador para catalisar o jogo no meio e prender a bola, recuou. E, aí, no final porque os seus piores hábitos foram mais fortes do que as suas virtudes, tomou os dois gols chilenos. Não existe forma mais cruel para ser castigado.

Os trepidantes quatro minutos iniciais do Furacão criaram a ilusão de uma noite histórica. Mais parecendo uma manada, foi à frente. Foi quando saiu o gol de Lucho González, em que a bola lançada lá de trás por Heleno, pareceu ter ido ao infinito e voltado para Jonathan cruzar.

Mas, depois, os chilenos que pareciam extraviados em campo, agruparam-se sem medo. Então, pesou para o Furacão a falta de um grande meia. Não há esquema que se sustente com Nikão e Carlos Alberto juntos. Esse porque quer a bola só para ele, não nenhum sentido no jogo, e Nikão porque é imprevisível. A sua capacidade de fazer o golaço que fez é a mesma para errar passes. E a falta de retenção da bola na frente e no meio escancaram os defeitos defensivos com Sidcley e Paulo André, esse terminando o jogo de arrasto, falhando no segundo gol da Católica. Aliás, Paulo André deveria se aposentar antes da reforma da Previdência.

Os rubro-negros saíram com a garganta apertada, tratando o empate como uma injustiça. Não se diga que foi injusto, e digo mais: o resumo fiel do jogo autoriza a dizer, que o Furacão só não perdeu porque o goleiro Weverton fez duas defesas que um goleiro não está obrigado a fazer, porque são próximas de um milagre. E quando se perde o gol que Pablo perdeu, no lance final, não se pode reclamar, a não ser de si próprio.

Nada foi inexplicável nesse empate na Baixada.